AUTOMÓVEL 32 à sua produção. Esta prática não só conserva materiais valiosos, como também promove uma economia circular, onde os termoplásticos podem ser reaproveitados e reprocessados, criando novos produtos e minimizando o impacto ambiental. Contudo, o reprocessamento de termoplásticos pode levar à degradação do material, resultando numa queda significativa do peso molecular, o que compromete a sua viscosidade, resistência, processabilidade e, consequentemente, a qualidade do produto final. Na indústria automóvel, que tem elevados requisitos de desempenho, é essencial combater estas consequências. O projeto Vital, no PIEP, inclui também uma componente dedicada à reciclabilidade de polímeros de origem biológica, com o objetivo de criar um ‘Digital Twin’ do processo de reciclagem e desenvolver composições poliméricas suplementadas com aditivos funcionais. Esta abordagem permite estudar o processo de reciclagem de forma mais detalhada, criando alternativas para a sua otimização, ao mesmo tempo que possibilita o desenvolvimento de materiais mais resistentes ao reprocessamento. No que respeita o desenvolvimento de novos materiais, o PIEP tem uma equipa – Extrusão e Composição de Materiais Avançados (ECMA) – capacitada nas mais diversas abordagens, nomeadamente na composição com materiais reciclados, com alternativas de origem biológica e na incorporação das mais variadas fibras ou partículas provenientes de fontes naturais. Quanto às diferentes tecnologias para a produção de peças plásticas, destaca-se a moldação por injeção, que permite a reprodução de geometrais com elevada complexidade, podendo ser aplicados vários acabamentos superficiais e alternativas decorativas, com garantia de tolerância dimensional apertada. É, desta forma, a tecnologia mais aplicada na produção de peças plásticas para o setor automóvel, desde os sistemas de iluminação, até à consola central, ao para-choques, para-lamas e pilares, entre outros. Neste setor, soluções inovadoras para a redução de peso, através da aplicação de materiais leves, continuam a ser desenvolvidas. Neste sentido, a aplicação de peças plásticas celulares tem-se tornado uma alternativa: a moldação por injeção de espumas permite a produção de peças com estruturas celulares, através da integração de agentes expansores no polímero. Estes agentes expandem, por ação da temperatura e queda de pressão, criando vazios na estrutura do material. Esta tecnologia pode ser aplicada em diferentes termoplásticos. Para além da menor quantidade de material gasto - que resulta na diminuição do peso das peças e, consequentemente, do automóvel -, esta técnica melhora a resistência ao impacto e o isolamento acústico das peças [5][6] e poupa energia durante o processo de produção. No setor automóvel, o PP é o plástico mais usado para produzir componentes com material expandido, como viseiras para o sol, painéis de porta, pilares do carro, interior da mala, bem como consolas principais. O PIEP integra diferentes consórcios de projetos de desenvolvimento com a aplicação da moldação por injeção de espumas. No caso do I&DPIIMIO (Figura 3), com a GLN como promotor líder, foi desenvolvido um display para consola automóvel através de um processo alternativo, com a integração de diferentes tecnologias: a sobremoldação, a In-Mould Decoration e Electronics (IMD e IME) e a moldação por injeção microcelular (MuCell). Para além da diminuição do peso da peça, foi obtida, numa só etapa, a produção dos dois componentes plásticos, bem como a funcionalização (eletrónica, resistência ao risco) e a decoração (cor, alto brilho e efeito piano black) Figura 3 - Projeto I&DPIIMIO.
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