BP23 - InterPLAST

22 AUTOMÓVEL Circularidade dos plásticos no setor automóvel: o desafio das metas europeias para a indústria portuguesa As novas exigências regulatórias europeias, que visam aumentar a circularidade dos materiais na indústria automóvel, apresentam diversos desafios aos fabricantes de peças plásticas para este segmento. Em entrevista à InterPlast, Gonçalo Tomé, vice-presidente da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP) para a área Automóvel e Peças Técnicas, destaca a dificuldade de acesso a materiais reciclados de qualidade e a necessidade de se criarem processos de rastreabilidade mais eficientes ao longo da cadeia de valor. Marta Clemente A indústria automóvel está a viver uma transformação sem precedentes devido às novas exigências europeias. A proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho estabelece metas ambiciosas de circularidade para a conceção de veículos e gestão de veículos em fim de vida (VFV). Entre os objetivos, estão a incorporação de 25% de plástico reciclado nos novos veículos até 2030, com pelo menos 25% deste material proveniente de VFV, e a reciclagem de 30% do plástico recolhido. Estes objetivos têm como finalidade reduzir a dependência de matérias- -primas virgens, promover a economia circular e minimizar o impacto ambiental do setor automóvel. Contudo, os desafios são significativos, especialmente para os fabricantes de componentes plásticos, que vão precisar de adaptar os seus processos produtivos às novas exigências. Outro ponto importante é a rastreabilidade dos materiais. Cada componente deverá ser identificado com mais informações sobre a sua composição e reciclabilidade, prática que algumas empresas já adotam, mas que agora será obrigatória. PREPARAÇÃO DAS EMPRESAS PORTUGUESAS Apesar de todas as alterações que se anteveem no horizonte, Gonçalo Tomé refere que a indústria automóvel portuguesa está, em grande medida, preparada para as novas exigências, fruto da experiência acumulada e da capacidade de adaptação a requisitos normativos anteriores. Isso acontece, desde logo, com alguns fabricantes automóveis que exigem há anos a incorporação de materiais reciclados nalgumas peças, esclarece. Gonçalo Tomé, vice-presidente da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP) para a área Automóvel e Peças Técnicas.

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