BP21 - InterPLAST

5 Graphene Flagship celebra êxito de um projeto pioneiro com materiais 2D A iniciativa ‘Graphene Flagship’ organizou um simpósio nos dias 11 e 12 de junho, no Town Hall Europe, em Bruxelas, para comemorar o êxito do seu projeto de 20 milhões de euros ‘2D Experimental Pilot Line’ (2D-EPL). Foram apresentados os progressos alcançados na criação de um ecossistema de materiais 2D em dispositivos eletrónicos, fotónicos e biomédicos. Este projeto de quatro anos, que começou em outubro de 2020, é o culminar de muitas das iniciativas do Graphene Flagship para levar o grafeno e materiais relacionados (GRMs) do laboratório para a produção e uso comercial. O simpósio apresentou os resultados do projeto e delineou linhas de ação futuras, à medida que o 2D-EPL entra no seu quarto e último ano. Inicialmente, o projeto 2D-EPL foi construído em torno de dois pilares. O primeiro, centrado na prototipagem e no fabrico de ‘wafers’, ofereceu a académicos, investigadores e empresas privadas uma oportunidade única de testar e criar protótipos de novas ideias para dispositivos de materiais 2D. Cinco ensaios experimentais de ‘wafers’ multiprojeto (MPW) permitiram o desenvolvimento de protótipos em grande escala e a baixo custo. O outro pilar centrou-se na capacitação de processos, com a criação de duas novas ferramentas personalizadas. Trata-se de um reator de deposição de vapor por processo químico organometálico (MOCVD) da Aixtron e de uma ferramenta automatizada de transferência de camadas 2D da SUSS MicroTec. A criação destas ferramentas permitiu testar e modificar em profundidade os processos de desenvolvimento e transferência de camadas de material 2D, proporcionando uma base essencial para alcançar uma elevada capacidade de produção no futuro. Para os investigadores ou empresas privadas que desejem participar no projeto 2D-EPL, o sexto e último ensaio MPW da Graphenea Semiconductors está aberto a candidaturas até ao final de junho. EDITORIAL Em abril, o Parlamento Europeu chegou finalmente a acordo acerca do conteúdo do Regulamento das Embalagens e Resíduos de Embalagem (PPWR), que tem como principais objetivos reduzir a poluição por plásticos e as emissões de dióxido de carbono. Em entrevista, Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, destaca a importância de uma das medidas previstas no documento, de “ecomodulação das prestações financeiras no âmbito da Responsabilidade Alargada do Produtor”, que irá indexar o valor pago pelos embaladores ao impacto ambiental da embalagem lançada no mercado. Neste contexto, torna-se urgente um maior investimento em “inovação, investigação e desenvolvimento, para encontrar soluções para a integração de materiais recicláveis nas embalagens, com menor recurso a matérias-primas virgens e mais utilização de matérias-primas secundárias (…) ou alternativas”, refere a responsável pela SPV. Este tema não é novo para a indústria fabricante de embalagens. No entanto, tanto no caso da incorporação de reciclado como no uso de materiais alternativos, ainda há diversos desafios a ultrapassar. No reciclado para contacto alimentar, o principal repto é conseguir o grau de qualidade exigido nas quantidades necessárias. Já nos materiais alternativos, além da dificuldade em garantir o efeito barreira sem recurso a plásticos tradicionais, as quantidades disponíveis no mercado são insuficientes e os preços demasiado elevados. Neste caso, há quem defenda que, se são de facto a melhor opção para diversas aplicações, estes materiais devem beneficiar de incentivos financeiros por parte do poder político. Enquanto isso não acontece, prolifera a investigação quer por parte quer da academia, quer dos centros de investigação e da indústria, para encontrar soluções eficazes e eficientes. Nesta edição da InterPlast, destacamos dois desses projetos com potencial para substituir os plásticos menos sustentáveis, com recurso, por exemplo, a cargas de lignina, um material 100% biológico e de elevada disponibilidade. No campo da reciclagem, damos-lhe a conhecer novas tecnologias que prometem aumentar a qualidade do reciclado, bem como um novo processo que permite melhorar a estabilidade do processo de injeção destes materiais. À velocidade com que os comunicados sobre estes temas chegam à nossa redação, certamente, em breve, voltaremos a eles. Até lá, boa leitura! A sustentabilidade da embalagem passa pela inovação

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