BP19 - InterPLAST

ENTREVISTA 53 processos de reprocessamento e os aditivos tenderem a acumular-se no reciclado. Para produzir material de alta qualidade, é necessária uma reciclagem química que decomponha o polímero nas suas partes componentes antes de o voltar a montar. Se isto não for feito desta forma, terá de ser introduzido na cadeia material virgem derivado do petróleo e não estaremos a afastar- -nos das matérias-primas fósseis. A reciclagem química é, portanto, uma parte indispensável do tratamento de fim de vida dos plásticos. Critica-se muito o fraco balanço energético da reciclagem química. Qual é a sua opinião? Não se pode criticar o balanço energético em geral. Quanto mais frações - ou seja, materiais diferentes - compõem um processo de reciclagem química, mais separação é necessária. Consequentemente, é necessária mais energia à medida que a complexidade aumenta. Mas isso não significa que a pegada de CO2 aumente. Num projeto de investigação realizado recentemente com o Instituto Wuppertal e a empresa de análise Carbon Minds, avaliámos um processo de pirólise com diferentes matérias-primas e chegámos à conclusão de que a pegada de carbono pode ser reduzida até 50% em comparação com o material virgem. Um estudo do Öko-Institut conclui que a reciclagem química tem um desempenho pior do que a reciclagem mecânica em termos de características amigas do ambiente. Sim, foram publicados vários estudos sobre o tema da pegada de carbono da reciclagem química e mecânica, alguns dos quais chegaram a conclusões completamente diferentes. O único problema é que, muitas vezes, estes contributos não são sequer discutidos. O estudo do ÖkoInstitut fornece o resultado de que alguns players da indústria precisam para desacreditar completamente a reciclagem química. Atualmente, está a ser travada uma batalha para manter o status quo. Que método é adequado para que aplicação? Deve ficar claro que não existe uma regra geral para a utilização de diferentes métodos de reciclagem. Temos de abordar a questão passo a passo e testar muitas coisas para determinar quando é que a reciclagem mecânica faz sentido e quando é que a reciclagem química é preferível. E quando se trata de reciclagem química, temos de testar os diferentes processos para determinar quais são os mais adequados para cada mistura específica de polímeros. Esta é a tarefa que teremos de enfrentar nos próximos anos.

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx