BP19 - InterPLAST

28 SUSTENTABILIDADE Tendo em conta que o país ainda está assente numa economia de base linear, o secretário de Estado incentivou à colaboração para a mudança de paradigma: “A economia circular não pode ser um chavão, tem de ser a nossa ambição assente em padrões de desenvolvimento sustentável e na redução acentuada na utilização de matérias-primas primárias no processo produtivo que esta agenda mobilizadora contribui para atingir no setor dos plásticos”. Reconheceu que “o país está a ter dificuldades em implementar uma economia mais circular”, pelo que solicitou o contributo, dedicação e conhecimento da indústria dos plásticos, na medida em que o país tem como meta depositar em aterro, em 2035, apenas 10% dos resíduos gerados a nível nacional. Para além do Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2030) já existente, o secretário de Estado anunciou, nesta sessão, que o Governo vai “aprovar muito em breve” a revisão do Regime Geral de Gestão de Resíduos (Unilex), “dando uma maior estabilidade e previsibilidade a todo o setor”. A Agenda Sustainable Plastics responde ao desafio da transformação e estipula como meta introduzir no mercado 21 produtos inovadores na área da economia circular; promover 36 publicações de carácter científico e novas patentes, registando avanço tecnológico e científico e partilhando conhecimento a nível nacional e internacional; e reduzir 30% na emissão de gases com efeito de estufa associadas aos processos produtivos. Jorge Coelho, coordenador científico da Agenda Sustainable Plastics e professor na Universidade de Coimbra, relembrou que a população mundial está a crescer e com ela o consumo e produção de plásticos, que tenderá a triplicar até 2050. Partindo da premissa de que “todos os plásticos vão ter que existir”, defendeu que “não há soluções milagrosas e, por isso, vamos continuar a ter produtos de plásticos fósseis, plásticos biobaseados e eventualmente híbridos. No entanto, a ideia aqui é desenvolver as melhores tecnologias possíveis para que o impacto seja o menor possível”. Por isso, frisou que é preciso o setor repensar os métodos e as políticas, pois “só a inovação é a solução”. “Nós podemos ter uma imagem idílica da vida, mas também temos de ter uma imagem real: as pessoas não irão abdicar do seu nível de vida por uma questão de sustentabilidade. A ciência e a inovação têm de encontrar formas de essas pessoas poderem ter um nível de vida que têm e conseguir fazer as coisas que pretendem fazer, mas de uma forma sustentável”, acrescentou. O projeto estipulou, por isso, nove objetivos técnicos, nomeadamente, aumentar a circularidade e eficiência do recurso plástico; conceber e desenvolver materiais com separação aprimorada e propriedades de reciclagem; conceber produtos que incentivem a reutilização; conceber produtos de plásticos alinhados com as necessidades dos 3R (reutilização, reparação e reciclagem); utilizar resíduos de plástico como recurso de “Não há soluções milagrosas e, por isso, vamos continuar a ter produtos de plásticos fósseis, plásticos biobaseados e eventualmente híbridos", garantiu Jorge Coelho, coordenador científico da Agenda Sustainable Plastics. Para endereçar os desafios da economia circular, é essencial promover a criação de um ecossistema de inovação capaz de envolver todos os agentes económicos e os consumidores

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