18 EVENTOS ricos. No entanto, em termos gerais, todos participantes entrevistados à margem do evento foram unânimes em afirmar que terminaram o ano com bons resultados, apesar das contrariedades macro-económicas e dos 'solavancos' da indústria automóvel. Rui Folhadela, sócio-gerente da Folhadela Rebelo, recorda que muitos dos seus clientes tiveram dificuldade em fazer repercutir os aumentos no cliente final e que alguns fatores foram mais difíceis de contornar que outros. “É verdade que algumas matérias-primas foram recuando para valores mais aceitáveis em relação a 2021, mas as denominadas ‘técnicas’ pouco baixaram. Os transportes passaram a estar em constante atualização, senão mesmo indexados a variantes de calculo semanal. No entanto, na energia, algumas empresas conseguiram conter a subida exagerada de preços ao recontratar este serviço com outros fornecedores, com melhores condições”. O representante da KraussMaffei conclui que o conjunto destas três variáveis “obrigou muitas empresas a tomar decisões que levaram à diminuição da atividade.” Por seu lado, Hugo Brito, diretor geral da Equipack, refere a inflação como principal causa da diminuição da produção: "Acredito que, se as empresas tivessem encomendas, não seria o preço dos custos de produção que as impediria de produzir. Acho que o aumento do custo de vida levou a uma retração no consumo, e, consequentemente, a uma menor necessidade de peças de plástico”. Já Tiago Coelho, gerente da Augusto Guimarães & Irmão, volta a colocar o preço da energia no centro da equação, por ter afetado não só os transformadores como os próprios fabricantes de matérias-primas, impedindo a baixa generalizada dos preços dos materiais, “apesar de ter havido maior disponibilidade". O representante das máquinas de injeção da Fanuc considera que “a energia é um recurso que a indústria, emgeral, não só a dos plásticos, terá de aprender a utilizar de formamais eficiente. A alta eficiência da tecnologiamais moderna abre possibilidades para que este nosso setor se possa afirmar como altamente eficiente na utilizaçãodeste recurso. Para alémda poupança económica, o setor dos plásticos tem a oportunidade de demonstrar que é muito mais amigo do ambiente quando comparado com outros setores industriais que fazemum uso muito mais intensivo da energia”. Em contracorrente, Jorge Júlio, diretor geral da Inautom, assegura não ter notado qualquer diminuição da atividade dos seus clientes até porque, salienta, “em 2022 aumentámos o número de máquinas vendidas”. PRAZOS DE ENTREGA MAIS DILATADOS Condicionadas pela falta de componentes eletrónicos no mercado, todos os fornecedores se viram obrigados a dilatar os prazos de entrega. Uma ressalva para a Fanuc que, de acordo com Tiago Coelho, “foi a que menos sofreu com este constrangimento por fabricar internamente os sistemas de base eletrónica - servomotores, drivers e CNC’s - da sua gama Roboshot”. No caso da Engel, representada pela Equipack, esse aumento foi mais visível nos robôs e nas peças de substituiçãodo que nas máquinas. Hugo Brito garante, no entanto, que nestemomento "a situação já está regularizada". Já no caso da Husky, Arnaud Pellet, sales business manager da área de embalagem rígida da multinacional canadiada, acredita que essa regularização aconteça emmeados de 2023. O Estudo oferece aos participantes dados como o número total de máquinas vendidas no ano anterior.
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