59 LOGÍSTICA À PORTA DA ERA DIGITAL Uma nova era está a ser vivida na logística em geral, e na intralogística e logística das indústrias de plásticos e de moldes em particular. Estamos a viver uma quarta revolução industrial (ou indústria 4.0), caraterizada pela fusão de métodos de produção com a digitalização da economia e da sociedade. Este é um momento designado de “produção inteligente”, em que sistemas colaborativos totalmente integrados respondem em tempo real para fazer corresponder as condições na fábrica com as alterações na procura do mercado. Não restam dúvidas de que a logística e intralogística têm de centrar-se na desmaterialização de processos, na adoção de automação e robótica e apostar em Inteligência Artificial (IA) e na Internet of Things (IoT), apenas assim será possível garantir metas ambientais e assegurar competitividade. DOIS SETORES COM FORTE IMPACTO INTERNACIONAL Os setores dos moldes e dos plásticos em Portugal estão muito orientados para a tecnologia e inovação, o que, no caso concreto dos moldes, torna o nosso país um dos principais produtores europeus e mundiais. Segundo dados do barómetro da Associação Nacional da Indústria de Moldes (Cefamol) de 2021, Portugal ocupa a terceira posição a nível da Europa e oitava no mundo. Com uma forte componente de comércio externo, cerca de 85% da sua produção é exportada para mais de 84mercados, pode ler-se nomesmo barómetro. Os principais mercados a receberam a produção nacional são liderados por Espanha (19%), Alemanha (17%), França (15%), República Checa (7%), Polónia (4%) e Itália (3%). Segundo este barómetro, a produção inicia agora a sua revolução para a tecnologia e da inovação acompanhada pela IA e a IoT, sendo que esta indústria se destaca por ter sido das primeiras a inovar, assumindo a digitalização dos seus processos como vital para os negócios das suas empresas, e a ter em consideração a sustentabilidade da sua produção. Como motor desta evolução apresenta-se a indústria automóvel, que continua a liderar o grupo de indústrias que mais procuram os produtos de plásticos e moldes, representando cerca de 71% da produção nacional, seguindo-se da indústria do packaging que tem vindo a crescer e representa já 11%. De salientar, conforme dados divulgados pelo barómetro Cefamol, que o mercado dos dispositivos médicos, apesar de ainda ser residual, tem vindo a crescer e a assumir a sua importância na produção em Portugal. FALTA DE MÃO DE OBRA CONDICIONA CRESCIMENTO O setor da logística tem vindo a assumir transformações consideráveis. Como nos explica Vítor Figueiredo, presidente do Conselho Diretivo da Associação Portuguesa de Operadores Logísticos (APOL), "é talvez dos setores que mais tecnologia incorporou nos últimos anos. Em simultâneo, é um dos setores que mais emprego gerou”. Quando questionado sobre a dificuldade de contratação no setor, Vítor Figueiredo explica que “a crise de talento é transversal a todos os setores e geografias e, infelizmente, o setor da logística não é exceção. Mais uma vez, não cremos que tenha sido algo causado pela pandemia, mas cujos impactos foram, sem dúvida, acelerados e amplificados por esta crise”. A logística foi um dos setores que mais depressa teve de inovar os seus processos, para assim responder de forma mais célere às necessidades dos seus clientes.
RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx