48 AUTOMÓVEL Novos aditivos ignífugos e técnicas de caracterização aplicadas aos setores da construção e damobilidade José Vicente Izquierdo Núñez, investigador do Laboratório de Caracterização da Aimplas Atualmente, um grande número de setores e indústrias, tais como a indústria de fabricação de veículos de transporte ou a indústria da construção, fazem uso cada vez mais intensivo de materiais poliméricos (para além de materiais que poderiam ser considerados tradicionais, tais como materiais metálicos e os seus derivados, materiais orgânicos ou materiais de pedra ou terra). A principal vantagem destes materiais poliméricos em relação a outros materiais tradicionais seria a combinação de baixo peso emúltiplas funcionalidades, tais como isolamento térmico e acústico, impermeabilidade, resistência e variedade de formas e acabamentos; contudo, estes materiais podem ter uma desvantagemem relação a outros materiais devido à sua elevada inflamabilidade. Esta elevada inflamabilidade pode ser um fator a ter em conta ao estabelecer sistemas de segurança ou de proteção, tanto ativos como passivos, contra a possibilidade de um incêndio no ambiente em que se encontram. A fimde superar a desvantagemda sua elevada inflamabilidade, estes materiais poliméricos podem ser modificados de modo a poderem ser dotados de capacidades ignífugas e, assim, melhorar consideravelmente o seu comportamento face ao fogo. Amelhoria deste comportamento dos materiais poliméricos face ao fogo tem sido geralmente conseguida através da sua combinação com compostos do tipo halogéneo. A maioria destes compostos não é atualmente permitida, uma vez que, em caso de combustão dos materiais que os contêm, são emitidos gases tóxicos. Por esta razão, diferentes setores ou indústrias estão mais inclinados para a utilização de aditivos ignífugos não halogenados, tais como os compostos de alumínio, de fósforo e de magnésio. O problema é que a síntese destes aditivos consome matérias-primas fósseis como o fósforo, que é um recurso limitado do qual se estima que as reservas acessíveis se esgotarão emmenos de 100 anos. A fim de evitar a utilização destas matérias-primas para a síntese de aditivos ignífugos, está a ser promovida a investigação para a sua obtenção a partir de fontes renováveis, para que possam ser produzidos aditivos que combinem baixa toxicidade (uma vez que não são halogenados) e a utilização de recursos renováveis em vez de matérias-primas fósseis. Como contrapartida à sua baixa toxicidade e natureza renovável, estes tipos de aditivos tendem a ter uma baixa resistência a temperaturas elevadas, o que torna muito difícil a sua aplicação na síntese de polímeros ignífugos, uma vez que a sua incorporação no processo de produção leva à sua degradação durante o processamento. Esta desvantagemda degradação torna necessário desenvolver e utilizar sistemas que protejam estes aditivos dos efeitos adversos da alta temperatura A elevada inflamabilidade é a principal desvantagem dos materiais poliméricos face aos demais. C M Y CM MY CY CMY K
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