BP13 - Interplast

Alberto CORREIA Sales & Marketing / Regional Manager Portugal / Espanha / França Tel: (+351) 934906895 acorreia@dukane.com • www.dukane.com Centro de testes em Portugal Wondermac - Innovative Solutions, Lda. Rua Nova da Nespreira, Pav. 11 • 4770-287 Lagoa VNF Tel: (+351) 252181344 • Tm: (+351) 934906783 info@wondermac.pt • www.wondermacsolutions.com SOLUÇÕES DE SOLDADURA PARA A INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS EM PORTUGAL MÁQUINA DE SOLDADURA POR VIBRAÇÃO PRENSA DE ULTRASSONS PNEUMÁTICA PRENSA DE ULTRASSONS COM SERVOMOTOR MÁQUINA DE ROTAÇÃO COM SERVOMOTOR www.interplast.pt 2022/2 13 Preço:10 € | Periodicidade: Trimestral | Maio 2022 - Nº 13 | www.interplast.pt

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SUMÁRIO Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Barbosa du Bocage, 87 4º Piso, Gabinete nº 4 1050 - 030 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 217 615 724 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Nova Àgora Grup, S.L. (100%) Diretora Luísa Santos Equipa Editorial Luísa Santos, Esther Güell, Nerea Gorriti www.interplast.pt Preço de cada exemplar 10 € (IVA incl.) Assinatura anual 40 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127297 Déposito Legal 455414/19 Distribuição total +2.000 envios. Distribuição digital a +1.300 profissionais. Tiragem +700 cópias em papel. Edição Número 13 – Maio de 2022 Estatuto Editorial disponível em https://www.interplast.pt/ EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Gráficas Andalusí, S.L. Camino Nuevo de Peligros, s/n - Pol. Zárate 18210 Peligros - Granada (España) www.graficasandalusi.com Membro Ativo: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da InterPLAST adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. ATUALIDADE 4 EDITORIAL 5 OBRIGADA, PLÁSTICO 12 InterPlast realiza 1º Estudo de Mercado de Máquinas de Injeção em Portugal 16 Plastics Europe: “É urgente acelerar a mudança sistémica para a circularidade e neutralidade carbónica” 22 Um olhar sobre a fábrica do futuro: combinação robótica, fabrico aditivo e inteligência artificial 26 Correlação entre a sensorização da cavidade moldante e uma câmara de alta velocidade no processo de moldação por injeção 32 Os benefícios da rede 5G no mundo industrial 36 Dukane celebra 100 anos de experiência em corte e soldadura de termoplásticos 38 MXW 1000 ColorForm da KraussMaffei: sustentabilidade na indústria automóvel 41 Kraiburg TPE implementa novo conceito de molde para testes 44 Gestão Inteligente do Ciclo de Vida da Simulação, o novo módulo do Moldex3D 45 Interface de dados Engel Sim Link passa a incluir o Cadmould 48 Como transformar os dados dos materiais em ‘termoplásticos virtuais’ 50 Tendências que estão a revolucionar a impressão 3D 52 Soluções de pós-processamento que cumprem os requisitos da produção em série 53 Material Antero da Stratasys qualificado para aplicação em peças finais do setor aeroespacial 56 Economia Circular: novo relatório da Plastics Europe revela que é necessário duplicar a atual capacidade de reciclagem na Europa 58 Metro SG HES: a nova gama de alimentadores monofásicos da Motan 60 Quantos utilizadores de ar comprimido sabem onde se encontram os pontos fracos dos seus sistemas? 62 Etiqueta de produto com código QR: apoio otimizado ao mais alto nível 64 MiR600: a solução de MiR Robots para automatizar ambientes industriais exigentes 65 Hasco apresenta biblioteca NX atualizada 66

4 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERPLAST.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Morreu Marcel de Botton, fundador da Logoplaste Marcel de Botton foi um dos pioneiros na produção de plásticos em Portugal. Conhecido como fundador da Logoplaste, esteve na génese de entidades como o PIEP, a Sociedade Ponto Verde ou a EuPC e, durante 26 anos, assumiu a presidência da Associação Portuguesa da Indústria de plásticos (APIP). Morreu no sábado, dia 23 de abril, aos 96 anos. Marcel de Botton nasceu em São Paulo, Brasil, a 9 novembro de 1925, tendo chegado a Portugal com a família em 1940, após 15 anos em Paris. Uma década depois, assumiu a responsabilidade pela produção na Sotancro – fábrica propriedade do pai que, à data, produzia ampolas de vidro. Em 1956 comprou a sua primeira máquina para produção de artigos em plástico, contra as recomendações do pai, para quem este material não tinha futuro. Em 1958, inaugurou a Fábrica de Plásticos Titan, que acabaria por vender por apenas 1 dólar em 1975, no conturbado período pós-revolução. Um ano depois, recomeçou de novo e, com a ajuda do filho, Filipe de Botton, criou a Logoplaste para dar corpo a uma ideia revolucionária: construir pequenas fábricas de produção de embalagens de plástico rígidas junto à fábrica do cliente, eliminado assim os custos de transporte de embalagens vazias, bem como os riscos de segurança alimentar inerentes a esta operação. Viria a afastar-se da direção da empresa aos 76 anos, mantendo, no entanto, um acompanhamento regular de todas as suas atividades. Além de empresário, teve sempre uma participação ativa na vida associativa do setor. Foi um dos fundadores da Sociedade Ponto Verde, do PIEP, da EuPC e da APIP, cuja presidência assumiu entre 1990 e 2016. O seu trabalho foi várias vezes reconhecido por entidades nacionais e internacionais. Em 1994 foi agraciado com a Comenda da Ordem do Mérito Empresarial, na Classe Industrial, e, em 2017, recebeu o ‘Lifetime Achievement Award’ da American Society of Plastics Engineers. Personalidade incontornável na história do setor, Marcel de Botton foi também uma das primeiras vozes a alertar para a poluição dos mares e para o impacto que este problema viria a ter no ambiente e na indústria de plásticos. Nos últimos anos, depois de deixar a direção da Logoplaste, dedicou-se a esta causa e a atividades 'pro bono', com o intuito de “criar um mundo melhor e mais sustentável”. Mundo dos plásticos reúne-se em outubro, em Lisboa A Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP) vai realizar no dia 17 de outubro o Plastics Summit 2022 - Global Event 2022. O evento pretende juntar na FIL, em Lisboa, os principais players mundiais da cadeia de valor dos plásticos em prol de um futuro sustentável do setor e do planeta. Com a ambição de ser um verdadeiro fórum de ideias, este encontro pretende fazer convergir as visões de diversos intervenientes para apresentar soluções abrangentes e envolventes para toda a cadeia de valor do plástico. De acordo com a organização, daqui resultará num compromisso materializado numa declaração de posição que traduzirá uma visão e ação global para criar um ambiente mais sustentável e um futuro circular com Plásticos. O Plastics Summit 2022 - Global Event 2022 conta com o apoio da Associação Espanhola da Indústria do Plástico (ANAIP), Associação Mexicana da Indústria do Plástico (ANIPAC) e Associação Brasileira da Indústria do Plástico/ Associação da Indústria de Embalagens Flexíveis (ABIPLAST/ABIEF). Para mais informações e inscrições, consulte o site: https://www.plasticssummit-globalevent.com/

5 SCGC adquire posição de controlo na Sirplaste A empresa petroquímica SCG Chemicals PCL (SCGC), sediada na Tailândia, anunciou em abril a conclusão do negócio de aquisição de 70% do capital da Sirplaste, o maior reciclador de plásticos nacional, com uma capacidade anual de 36.000 toneladas e forte presença nos mercados internacionais. Em comunicado, a SCGC afirma que esta operação teve como principal objetivo “aumentar a capacidade de produção da empresa e melhorar a qualidade da oferta, marcando simultaneamente a entrada nos mercados de Reciclado Pós-Consumo (PCR) de Alta Qualidade em Portugal e na Europa sob a marca SCGC Green Polymer". A empresa salienta que "esta aquisição é uma resposta à crescente procura de plástico reciclado na Europa, servindo a necessidade dos clientes multinacionais”. De acordo com a consultora NexantECA, em 2021 foram processadas 3,7 milhões de toneladas deste tipo de plástico e prevê-se que este mercado cresça a uma taxa de 10,6% anualmente durante os próximos 5 anos. Ricardo Pereira, CEO da Sirplaste, afirmou que “esta colaboração irá aumentar o potencial dos plásticos reciclados e permitir-nos-á atingir uma base de clientes mais vasta”, lembrando que “a Sirplaste está há muito empenhada em criar PCR para os principais fabricantes mundiais de embalagens e em investir em tecnologia de ponta” e que “esta abordagem contribuirá para reduzir os resíduos de plástico, criando novo valor para o plástico pós-consumo, e estabelecendo uma verdadeira sustentabilidade para as empresas e para o planeta”. Fábrica da Sirplaste, em Porto de mós. EDITORIAL Uma boa parte da indústria nacional de plásticos é composta por empresas que se dedicam ao fabrico de peças por injeção. Neste processo, a máquina ocupa uma posição central e foi talvez o elemento que maior evolução teve nos últimos anos, com as principais marcas a apostarem cada vez mais nas máquinas 100% elétricas, que garantem consumos muito abaixo das hidráulicas. Pelo peso que estes equipamentos têm no balanço das empresas, dados como o número total de máquinas vendidas em determinado período são um bom indicador do potencial deste mercado. Esta informação é vital para a definição de estratégias comerciais por parte dos fornecedores e foi por isso que a InterPlast realizou, no passado mês de março, o primeiro estudo de mercado de máquinas de injeção em Portugal. Sabemos que o setor tem vindo a atravessar dificuldades, causadas pelos problemas vividos no principal setor cliente: a indústria automóvel. À indefinição vivida nos últimos anos no que respeita à eletrificação dos veículos, acresce agora a falta de semicondutores e o consequente atraso dos projetos em curso. Ainda assim, os injetores resistem e continuam a investir em novos equipamentos. Esta é a principal conclusão do estudo. Leia a reportagem do evento na página 16 deste número. No nosso setor, a produção tradicional, muito baseada no trabalho manual, tem os dias contados. A transição para a fábrica do futuro já começou, com vantagens competitivas para as empresas pioneiras. Mas, nem sempre é simples saber por onde começar. Muitas empresas acabam por adotar apenas alguns dos processos relacionados com a automatização e digitalização, ficando aquém do total potencial da indústria 4.0. Nesta edição, este é um dos temas em destaque, a pretexto da segunda edição da 360 Tech Industry 2022, a feira da Exponor dedicada às tecnologias da indústria 4.0, robótica, automação e compósitos, que se realiza de 26 a 27 de maio e onde esta revista vai ser distribuída. Dedicamos também uma secção às principais novidades no campo do software de simulação de injeção, outro elemento cada vez mais essencial para qualquer fábrica do setor. Finalmente, contamos-lhe um pouco da história da Dukane, empresa especialista em corte e soldadura de plásticos que este ano celebra o seu 100º aniversário. Para ler na página 38. A próxima edição da revista está prevista para setembro e terá como principal tema as novidades programadas pelas principais marcas para apresentação durante a feira K 2022, o principal certame mundial do setor. Até lá, bons negócios! O mercado da injeção de plásticos resiste e atualiza-se

6 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERPLAST.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Arburg participa na primeira edição da Greenplast 2022 A Arburg marcou presença na primeira edição da feira Greenplast, que teve lugar em Milão de 3 a 6 de maio de 2022. No seu stand, a empresa produziu copos em polipropileno (PP) de base biológica com um código QR para facilitar a reciclagem dedicada. Durante a demonstração, após a injeção, os copos receberam a impressão de um código QR de forma a permitir que, no fim de vida, o material utilizado possa ser facilmente identificado, facilitando assim os processos de triagem e reciclagem efetiva. No coração desta de monstração de uma fábrica ‘inteligente’ chave-na-mão esteve uma máquina Allrounder 470 A elétrica, com sistema robótico Multlift. A instalação contou também com um sistema de assistência inteligente. Com a produção destes copos, a Arburg, parceiro de engenharia mecânica da iniciativa R-Cycle, mostrou também como, após a fase de utilização do produto, o material reciclado de alta qualidade pode ser recuperado dos resíduos plásticos, fechando assim o ciclo do material. O elemento central do R-Cycle é uma base de dados na qual é armazenada toda a informação sobre os materiais utilizados. Cada produto plástico recebe assim um passaporte digital único. Chinaplas adiada para 2023 Dado o aumentode casos deCovid19 na China, os organizadores da Chinaplas 2022 decidiram adiar a edição deste ano para os dias 17 a 20 de abril 2023. O local de realização do evento também foi alterado para o Shenzhen World Exhibition and Convention Center, em Shenzhen. Até lá, as empresas expositoras e as novidades de mercado continuarão a ser divulgadas através dos vários canais online, como é o caso da plataforma CPS+ eMarketplace, disponível para reunir fornecedores e compradores da China e do estrangeiro. Recorde-se que o certame estava previstopara25a28deabril de2022. Conferência anual Petcore Europe marcada para junho A próxima edição da conferência anual da Petcore Europe terá lugar de 14 a 15 de junho de 2022, em Bruxelas, sob o mote ‘Estratégia e tendências para a economia circular do PET’. O evento irá decorrer em formato híbrido. Após o sucesso da conferência de 2021, que juntou mais de 250 profissionais, a Petcore Europe volta a reunir toda a cadeia de valor do PET no hotel DoubleTree by Hilton Brussels City, em Bruxelas. No primeiro dia serão apresentadas as perspetivas, estratégias e desafios legislativos para a cadeia de valor PET. O segundo dia será dedicado às tendências na recolha, triagem, reciclagem e circularidade de PET. Os interessados que não possam estar presentes poderão acompanhar as apresentações através de uma plataforma virtual desenvolvida para o efeito. Os presentes terão oportunidade de participar no jantar do dia 14, destinado a promover o networking. Programa completo e inscrições em: www.petcoreeuropeannualconference.eu. O código QR impresso nos copos é utilizado para ler os dados de material armazenados na base de dados R-Cycle e facilitar a classificação de precisão.

7 ATUALIDADE Logoplaste Mealhada celebra 25 anos A Logoplaste assinalou, no dia 28 de abril, o 25º aniversário do início da atividade na unidade de produção de pré-formas da Mealhada. Localizada no centro do país, e com uma equipa de 46 colaboradores, a Logoplaste Mealhada serve clientes internos, para quem a Logoplaste sopra as garrafas; e clientes externos onde as pré-formas são entregues independentemente do processo de sopro das embalagens. Equipada com 13 máquinas de injeção, a empresa consegue uma capacidade de produção anual até 1.4 biliões de preformas e conta com uma unidade pioneira na utilização de rPET em Portugal, começando com 15% em 2012, e atualmente produzindo pré-formas com até 100% de material reciclado. A sustentabilidade é uma das principais preocupações da empresa, que tem vindo a otimizar o transporte das pré-formas para reduzir as emissões de CO2 através da utilização de contentores reutilizáveis, bem como a realizar estudos permanentes para redução do peso das embalagens, reduzindo o consumo de matéria-prima sem prejudicar o desempenho e função da embalagem. Além disso, em 2020 instalou cerca de 1.890 painéis solares fotovoltaicos, que permitem uma redução de emissões de CO2 em 500 toneladas por ano, e, em 2021, implementou metodologias Lean para redução de consumo energético e de perda de matéria-prima. Disponível linha de crédito de apoio à produção A linha de crédito, lançada pelo Governo, destina-se às empresas afetadas pelo aumento do custo das matérias-primas e energia, agravado pelo conflito na Ucrânia. Com uma dotação global de 400 milhões de euros, disponibilizada pelo Banco Português de Fomento, destina-se aos setores da indústria transformadora e dos transportes que preencham os seguintes requisitos: • Peso igual ou superior a 20% dos custos energéticos nos custos de produção; • Aumento do custo de mercadorias vendidas e consumidas igual ou superior a 20%; • Quebra da faturação operacional igual ou superior a 15% quando resulte da redução de encomendas devido a escassez ou dificuldade de obtenção de matérias-primas, componentes ou bens intermédios. De acordo com comunicação oficial do Ministério da Economia e Transição Digital, “estão isentas da necessidade de preencher estes requisitos todas as empresas destes setores que operam especificamente na produção de bens alimentares de primeira necessidade, cuja cadeia de abastecimento está particularmente exposta ao contexto internacional”. Pretende-se, assim, apoiar as empresas a fazer face às necessidades adicionais de liquidez resultantes da subida de custos das matérias-primas, energia e à disrupção nas cadeias de abastecimento. Mais informações estão disponíveis no site do Banco Português de Fomento. 16382_anuncio_interplast_210x68.pdf 1 28/01/22 10:25

8 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERPLAST.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER MORE: plataforma oficial para recolha de dados sobre uso de reciclado na Europa A Circular Plastics Alliance (CPA) reconheceu a plataforma MORE como a ferramenta oficial para recolha de dados sobre a utilização de material reciclado na Europa. Este reconhecimento comprova o trabalho de toda a cadeia de valor dos plásticos, players privados, públicos e académicos envolvidos na CPA, impulsionada pela Comissão Europeia. CPA, a plataforma criada pela Comissão Europeia para promover a utilização de plásticos reciclados no fabrico de novos produtos, está a tomar medidas para impulsionar ainda mais o mercado da reciclagem na UE e alcançar o objetivo de utilizar, pelo menos, 10 milhões de toneladas por ano de plásticos reciclados na Europa até 2025. Entre elas está a confirmação da Plataforma MORE como a ferramenta oficial para recolher dados de utilização de material reciclado de forma transparente, fiável e de acordo com as regras da CPA e a metodologia de monitorização. Para os responsáveis pelo MORE, esta confirmação é muito importante pois fecha o círculo de trabalho comum entre a Comissão Europeia e a própria plataforma, que nos últimos meses foi adaptada às exigências da CPA. Assim, toda a informação recolhida através do MORE será utilizada para medir a evolução do objetivo para a utilização de plásticos reciclados até 2025. Segundo o presidente da EuPC, Renato Zelcher, “com o MORE a nossa indústria tem a oportunidade de continuar a mostrar os seus esforços no sentido de uma economia circular para os plásticos e de ser mais transparente sobre o volume de polímeros reciclados utilizados no fabrico de novos produtos”. Novo serviço de impressão 3D da igus para componentes XXL A igus passou a incluir no seu portefólio o serviço de impressão 3D de componentes em polímeros isentos de lubrificação e manutenção até três metros. Os componentes XXL isentos de lubrificação e manutenção são utilizados principalmente na engenharia mecânica de grande escala, especialmente na construção de estruturas de montagem, construção de máquinas especiais e equipamentos de embalamento. A comparação direta com componentes maquinados destaca o seu design leve, muito reduzidos requisitos de material e eficiência nos custos na produção. O material utilizado e o tempo de produção são 80% mais baixos.

9 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERPLAST.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER www.sew-eurodrive.pt Com os quatro módulos integrados - software de engenharia, tecnologia de controlo, tecnologia de conversores e tecnologia de acionamentos - a SEW-EURODRIVE oferece um conceito otimizado para sistemas de automação a partir de um único fornecedor. MOVI-C® - O conceito modular para sistemas de automação. O futuro da automação. Mais exibilidade. Mais performance. SEW-EURODRIVE - Driving the World

10 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERPLAST.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Dow associa-se à Mura Technology no projeto HydroPRS A ‘Solução de Reciclagem Hidrotérmica de Plásticos’ da startup Mura Technology promete a conversão do plástico em óleo em apenas 25 minutos. Para que a entrada numa economia circular sustentável seja bem-sucedida, as empresas industriais globalmente ativas, como a igus, estão a apoiar o desenvolvimento desta tecnologia. A Dow Chemical, a segunda maior empresa química do mundo, é agora outro parceiro. Junto com a ‘Hydrothermal Plastic Recycling Solution’ (HydroPRS), a Mura Technology desenvolveu uma nova tecnologia para a reciclagem química do plástico. O objetivo é construir uma economia circular sustentável para os plásticos e impedir a entrada de resíduos plásticos no ambiente. O método utiliza água, calor e pressão para converter os resíduos plásticos novamente em óleo em apenas 25 minutos. A start-up já conta com a colaboração de empresas como a KBR e a igus, especialista emmotion plastics. A igus foi a primeira investidora neste setor no final de 2019, aumentado o seu investimento para 5 milhões de euros em março. Agora, a Dow Chemical, uma empresa global de desenvolvimento e produção de plásticos, aderiu com uma parceria importante. A colaboração irá impulsionar ainda mais a escalada no avançado processo de reciclagem da Mura. Método desenvolvido na Universidade de Aveiro promete revolucionar a reciclagem de PET Na Universidade de Aveiro (UA), uma equipa de investigadores descobriu um processo simples e inovador que permite reciclar infinitamente polímeros como o PET, sem alterar as suas propriedades originais. “Desenvolvemos uma forma simples, mais verde e contínua de fazer reciclagem de poliésteres [uma das famílias de polímeros mais utilizadas no fabrico de plásticos], tais como o PEF [baseado em açucares das plantas] ou o PET [de origem petroquímica] muito utilizado em garrafas de plástico tipicamente utilizados uma só vez e depois descartadas”, congratula-se Andreia F. Sousa, investigadora do CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro, uma das unidades de investigação da UA. O trabalho, que para além de Andreia F. Sousa é assinado pelos investigadores do CICECO Beatriz Agostinho e Armando Silvestre, demonstra ser possível reciclar poliésteres com o recurso a solventes eutécticos, uma mistura de dois ou três compostos químicos que têm um ponto de fusão mais baixo do que os componentes originais, oferecendo vantagens como baixa toxicidade, biodegradabilidade, sustentabilidade e preparação simples. O uso desses solventes no processo, descobriu a equipa, introduziu uma grande novidade que é o facto de o processo ser realizável num único passo, para além de ser muito simples e poder ser repetido infinitamente. Antevê-se, com o trabalho concertado desta equipa, um extenso campo de melhoramento deste processo, não só pela aplicação de novos solventes eutéticos, como pela otimização e extensão deste processo a outros polímeros de origem fóssil (para além dos PETs) e renovável, no que será, preveem os investigadores, “uma contribuição essencial para a circularidade destas famílias de polímeros e para o desenvolvimento sustentável deste setor”.

11 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.INTERPLAST.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Milliken amplia capacidade na Alemanha Em reposta às necessidades do mercado, a Milliken & Company está a ampliar as instalações que adquiriu emmarço com a compra da alemã Zebra-ch GmbH, empresa especializada em compostos e produtos químicos, que produz concentrados de aditivos e agentes de expansão para poliolefinas, PVC e termoplásticos de engenharia. A expansão permitirá que a Milliken aumente a capacidade de produção na fábrica de Bad Bentheim em 60% até ao final do ano. A empresa planeia instalar novos equipamentos de fabricação e contratar mais funcionários para a fábrica, que passará a denominar-se Birch I. A Milliken também construiu um novo armazém, chamado Birch II, nas proximidades. O legado da empresa de nomear locais com nomes de árvores é uma homenagem ao valor fundamental da sustentabilidade, principal bandeira da Milliken. Os modificadores de viscosidade e de desempenho feitos na fábrica alemã aumentam o fluxo de fusão de resinas PP recicladas com pouca ou nenhuma perda de propriedades físicas, permitindo que mais conteúdo reciclado seja utilizado pelos transformadores e proprietários de marcas sem comprometer o desempenho geral. A instalação também produz concentrados sólidos que servem como agentes químicos de expansão para a produção de termoplásticos espumados. Estes agentes - que permitem uma leveza e um melhor isolamento térmico e acústico sem comprometer as propriedades mecânicas - são adequados para uso em PVC, polietileno, polipropileno e poliestireno. Podem ser utilizados tanto em métodos de extrusão, como em métodos de moldagem por injeção de espuma. KraussMaffei implementa projeto de fabrico de compostos na Lanxess China No contexto da florescente indústria da e-mobilidade na China, a procura de compostos termoplásticos de alta tecnologia utilizados em aplicações leves está a crescer de forma constante. Motivo suficiente para o grupo químico Lanxess aumentar substancialmente a sua capacidade de fabrico destes materiais no país asiático. A Lanxess escolheu a KraussMaffei Extrusion como fornecedor de máquinas para a sua fábrica de Changzhou, beneficiando assim de um serviço de engenharia alemão combinado com o apoio local fornecido pela KraussMaffei China em Jiaxing. “Concebemos, instalámos e pusemos em funcionamento uma linha de compounding de alto desempenho para a unidade de produção chinesa da Lanxess em Changzhou”, explica Dieter Brunner, key account manager da KraussMaffei Extrusion GmbH, acrescentando que “também nos foi adjudicado o contrato para a segunda linha, cuja entrega está prevista ainda para este ano e que irá aumentar a capacidade de produção em mais 30.000 toneladas por ano”. O objetivo da Lanxess era ampliar a produção dos dois plásticos de alta tecnologia Durethan e Pocan na China. Com a instalação da segunda linha da KraussMaffei, o grupo químico atingirá uma capacidade total de produção anual de 110.000 toneladas de compostos baseados em PA 6, PA 66 e PBT nas suas duas instalações em Changzhou e Wuxi. A linha de produção de compostos de alto desempenho da KraussMaffei no centro de produção da Lanxess em Changzhou.

12 Os plásticos são o material do século XXI, mas também o material do futuro. Diminuem o peso dos produtos, preservam, protegem e facilitam o seu fabrico. São um aliado da sociedade e continuam a reinventar-se. Nesta secção pode ver novas e curiosas aplicações que só são possíveis graças ao plástico. OBRIGADA, PLÁSTICO Nova embalagem para frutos do mar feita a partir de plástico recuperado de zonas costeiras Da colaboração entre a Sabic e a Polivouga nasceu um novo e inovador projeto Trucircle destinado a reutilizar resíduos de plástico pós-consumo recolhidos em vias fluviais, a cerca 50 km do mar. A embalagem flexível, desenvolvida para o Grupo Nueva Pescanova, destina-se a alimentos congelados e é a primeira, a nível mundial, a utilizar o polietileno circular certificado da Sabic produzido a partir de plástico recuperado nas praias e zonas costeiras (OBP). O lançamento da nova embalagem está previsto para 8 de junho, o Dia Mundial dos Oceanos 2022. Através da reciclagemavançada, a Sabic transforma o plástico OBP numa matéria-prima alternativa que é depois utilizada para produzir polímeros circulares certificados, nomeadamente LLDPE (polietileno linear de baixa densidade) e LDPE (polietileno de baixa densidade). Posteriormente, a Polivouga transforma-os em filme para embalagem flexível e, finalmente, a Nueva Pescanova embala os seus produtos do mar congelados em bolsas feitas a partir deste filme. Esta colaboração é o primeiro projeto Trucircle da Sabic com recurso a plástico OBP transformado em polietileno circular certificado. “Esta solução de embalagem circular é muito interessante”, diz Sami Al-Osaimi, vice-presidente de PE & Vendas da Sabic, “demonstra que o plástico que poderia acabar nos nossos mares pode ser reintegrado num fluxo circular de material e ser convertido em embalagens alimentares de alta qualidade. Além disso, vem reforçar o compromisso de Sabic com o Objetivo 14 de Desenvolvimento Sustentável da ONU para a vida subaquática”.

13 OBRIGADA, PLÁSTICO Embalagens cada vez mais sustentáveis Em janeiro de 2022, a Harvest Moon lançou no mercado uma linha de iogurtes vegetais embalados numa nova solução papel-plástico sustentável. A nova solução não utiliza qualquer material virgem e contribui para a diminuição das emissões de CO2: "Ao passar de PP virgem para r-PET, podemos reduzir as emissões de CO2 em 40%", explica Jan Srnka, diretor de vendas da Greiner Packaging. Para além do material utilizado, as combinações de cartão e plástico têm outras propriedades sustentáveis. A embalagem de cartão, que pode ser feita de material reciclado, dá ao copo de plástico a resistência necessária, o que significa que este pode ser produzido com paredes particularmente finas e, portanto, com menos matéria-prima. Graças a um novo sistema de rasgo na envolvente em papel, os consumidores podem separar a embalagem de papel do copo e enviar os dois componentes separadamente para reciclagem. Como o copo de plástico não é impresso, pode ser reciclado de forma muito eficiente. Novos materiais ganham expressão A Feltwood, empresa espanhola com sede em Saragoça, criou um processo inovador para produzir materiais industriais amigos do ambiente. A empresa desenvolveu uma tecnologia patenteada para fabricar materiais industriais biodegradáveis a partir de resíduos vegetais. "Os produtos Feltwood são feitos através de um processo industrial, a partir do que não comemos das alfaces, alcachofras e muitos outros resíduos agrícolas. Sem adição de quaisquer plásticos, adesivos ou aglutinantes. Os nossos materiais são uma alternativa aos plásticos", diz Luzía Botella, chefe de desenvolvimento de negócios na Feltwood. “O novo material pode ser utilizado para fazer uma vasta gama de produtos, desde tabuleiros para alimentos até talheres descartáveis. "Como o plástico, o nosso material pode ser moldado, e como a madeira, pode ser pintado, cortado, maquinado e assim por diante. O produto final é renovável, reciclável e biodegradável", conclui.

14 OBRIGADA, PLÁSTICO Uma moeda com ‘coração’ de reciclado A Imprensa Nacional - Casa da Moeda (INCM) lançou uma moeda inovadora denominada ‘O Clima’, da série ‘Desenhar a Moeda’, que contém plástico reciclado e uma mensagem ambientalista. A iniciativa resulta de uma parceria entre o INCM Lab e o PIEP. Trata-se de uma moeda de prata com plástico reciclado integrado no centro, nas cores amarelo, verde ou azul (numa alusão clara às cores dos ecopontos) que tem como principal objetivo chamar a atenção do público para a importância da reciclagem de plásticos e para o impacto desta ação na contenção das alterações climáticas. Esta moeda foi desenhada por um estudante do 6.° ano da Escola Carolina Beatriz Ângelo, Tiago Ferreira, no âmbito do terceiro concurso ‘Desenhar a Moeda’, e resultou do esforço coletivos de alunos de escolas do município da Guarda que recolheram resíduos de plástico, para posteriormente se utilizarem na cunhagem de 6000 moedas de prata. Os processos de composição e injeção dos discos de plásticos mistos nas moedas foram realizados no Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP) – centro de interface da Universidade do Minho. Para a concretização desta moeda foi necessário conciliar o encravamento de um polímero num disco de prata, um trabalho de investigação desenvolvido em parceria entre o PIEP e o INCM Lab. A moeda ‘O Clima’ tem como objetivo chamar a atenção para as alterações climáticas e para a importância da reciclagem de plásticos. Tendência: embalagens monomaterial A Mondi e a Henkel estão a ajudar os consumidores a lavar pratos de forma mais sustentável graças a um conceito de embalagem de reutilização completamente novo. As duas empresas trabalharam em conjunto numa solução de embalagem para os produtos de lavagem manual de louça da Henkel que permite que as garrafas de plástico sejam reabastecidas a partir de bolsas flexíveis. A iniciativa apoia os objetivos de sustentabilidade da Henkel de tornar 100% das suas embalagens recicláveis ou reutilizáveis e reduzir 50% do plástico virgem de base fóssil até 2025. Desde janeiro, os consumidores podem adquirir uma embalagem de recarga leve e monomaterial produzida pela Mondi. A bolsa flexível ‘stand-up pouch’ utiliza menos 70% de plástico que as garrafas plásticas rígidas e é fácil de reciclar. Graças ao seu design, a embalagem esvazia-se completamente, não deixando resíduos no interior. É suave ao toque e tem uma base robusta para que possa ficar de pé na loja, oferecendo aos retalhistas umatrativo de prateleira enquanto comunicam toda a informação da marca, incluindo os benefícios da sustentabilidade. O novo conceito foi lançado com a marca Pril, da Henkel, na Alemanha.

Laminado 100% reciclável? Sim, é possível O mais recente desenvolvimento da Innovia Films é o Propacast KF, um filme de polipropileno fundido transparente que foi especificamente concebido como uma solução de laminação para HFFS, VFFS e aplicações de selagem e que, de acordo com a empresa, é 100% reciclável. Stephen Langstaff, diretor de Desenvolvimento de Negócios de Embalagem na Innovia Films explica: "A crescente tendência para se criarem formatos de embalagem simplificados, produzidos a partir de um único material, levou-nos a desenvolver este filme de polipropileno fundido para atuar como uma camada de selagem interna. Este filme de selagem a baixa temperatura, quando laminado com outros filmes de polipropileno, tais como o Propafilm CHS BOPP, com melhor resistência ao calor e propriedades de contração, cria uma estrutura ideal para o fabrico de bolsas. No Reino Unido, esta estrutura foi reconhecida pela OPRL como sendo totalmente reciclável”. 15 OBRIGADA, PLÁSTICO Água até 230 ºC Medição de vazão ultrassônica- Refrigeração por bypass- Aquecedor com garantia para sempre. A tecnologia provada dos termorreguladores serie Thermo-5, está a disposição dos usuários para aplicaçãos de água de até 230 ºC. O dispositivo de alta temperatura faz possivel a implementação de novos tipos de processo. NETSTAL Ibérica, S.A. 08100 Mollet del Vallès - Spain Phone + 34 93 570 59 50 - Fax + 34 93 570 60 08 comercial@netstal.com www.netstal.com www.hb-therm.com

16 ESTUDO DE MERCADO INTERPLAST REALIZA 1º ESTUDO DE MERCADO DE MÁQUINAS DE INJEÇÃO EM PORTUGAL Saber exatamente quanto vale o seu mercado é essencial para a definição da estratégia comercial de qualquer empresa. Ciente deste facto, a InterPlast levou a cabo um estudo de mercado de máquinas de injeção, com o principal objetivo de proporcionar aos participantes dados fiáveis sobre o número total de máquinas de moldagem por injeção vendidas no mercado português durante 2021, bem como outros dados de segmentação. O evento decorreu no dia 29 de março, em Leiria, e contou com a participação da maioria das empresas do setor. Luísa Santos No último ano, a indústria de injeção de plásticos viveu num autêntico carrossel. Desde as implicações da pandemia, às sucessivas crises na indústria automóvel, às imposições ambientais, passando pela subida dos preços das matérias-primas, da energia e dos combustíveis – agravada pela guerra na Ucrânia -, aconteceu de tudo. Isto, naturalmente, refletiu-se na venda de máquinas de injeção. Mas afinal, quantas máquinas se venderam em Portugal em 2021? De que tipo? E, em que setores e regiões geográficas? Todos os anos, as empresas fornecedoras destes equipamentos esforçam-se por estimar um valor para este mercado, sem, no entanto, terem dados concretos em que se basear. Desta forma, qualquer estratégia comercial que se defina tem sempre por base uma análise fundada na perceção dos vendedores. Foi para colmatar esta lacuna que a InterPlast decidiu realizar, pela primeira vez em Portugal, um estudo de mercado demáquinas de injeção. O evento decorreu no NERLEI, em Leiria, no passado dia 29 de março, e contou com a presença das seguintes empresas fornecedoras deste tipo de equipamentos em território nacional: • Arburg • Augusto Guimarães & Irmão (representante da Fanuc) • Equipack (representante da Engel) • Folhadela Rebelo (representante da KraussMaffei) • Inautom (representante da Tederic e da JSW) • Mapril (representante da Dr. Boy e da Billion) • Sumitomo (SHI) Demag • Tecnofrias (representante da Wittmann Battenfeld). O estudo foi realizado com base num pressuposto fundamental: a confidencialidade dos dados fornecidos. Para assegurar que assim fosse, os participantes foram convidados a fornecer detalhes das suas vendas de 2021 de forma totalmente anónima. Os dados recolhidos foram então tratados informaticamente e apresentados aos presentes. Os resultados obtidos são animadores e, apesar de todos os fatores adversos, revelam um mercado de boa dimensão, tanto em número total de equipamentos novos vendidos, como em volume de faturação. METODOLOGIA O 1º Estudo de Mercado de Máquinas de Injeção em Portugal reuniu oito empresas fabricantes ou distribui-

17 ESTUDO DE MERCADO doras de máquinas de moldagem por injeção, que partilharam os seus dados de vendas no mercado português durante o ano de 2021. Os dados fornecidos de forma anónima foram tratados informaticamente e deram origem a um relatório final, confidencial e ao qual apenas tiveram acesso os participantes. Os resultados obtidos compreendem parâmetros como o número total de vendas, o tamanho e tipo demáquinas, os setores de aplicação das máquinas vendidas e as áreas geográficas com as taxas de vendas mais elevadas. O estudo analisou também as vendas de máquinas de moldagem por injeção de segunda mão. Após a apresentação dos resultados, todos os participantes foram convidados a responder a um questionário sobre a sua atividade e sobre a sua visão da situação atual do setor. Participaram no estudo representantes das principais empresas de venda de máquinas de injeção em Portugal. O estudo de mercado de máquinas de injeção teve como principal objetivo proporcionar aos participantes dados fiáveis sobre o número total de máquinas de moldagem por injeção vendidas no mercado português durante 2021, bem como outros dados de segmentação O estudo foi conduzido por Luísa Santos, diretora da InterPlast, e Joan Sanchez, diretor de TI do Grupo Interempresas, do qual a editora da InterPlast faz parte.

18 ESTUDO DE MERCADO 2021: O ANO DA RECUPERAÇÃO, CONDICIONADA PELO SETOR AUTOMÓVEL A maioria dos participantes no estudo de mercado relatou aumentos de vendas durante 2021, em relação a 2020. Tiago Coelho, gerente da Augusto Guimarães & Irmão, lembra que “2021 foi um ano de muito trabalho árduo e intenso para garantir o fornecimento dos nossos clientes. A falta de componentes eletrónicos teve um impacto muito importante em vários setores, em particular na indústria automóvel e na de equipamentos elétricos e eletrónicos. Isso limitou muitos OEMs na sua capacidade de produção, o que acabou por afetar os fornecedores de componentes, como os do setor dos plásticos, que se encontravam numa situação pouco comum com bons pipelines de pedidos, mas continuamente parados ou atrasados. Neste contexto, os clientes mais direcionados para estes setores tiveram dificuldades e os novos projetos ficaramem stand-by”. No entanto, “2021 foi também o ano da vacinação generalizada em todo o mundo, num esforço coletivo assinalável. O material plástico e a indústria voltaram a ter papel fundamental em todo esse esforço, permitindo a própria vacinação por meio de seringas adaptadas para otimizar cada gota de vacina, bem como na proteção dos vacinados e de todos aqueles que estão na linha de frente deste processo”, refere o responsável pela AGI, acrescentando que “a atividade no nosso grupo foi forte neste período. Estamos felizes por ter participado ao lado de alguns dos nossos clientes em alguma parte desses esforços”. TambémMartin Cayre, diretor geral de Arburg Portugal e Espanha, refere que a empresa viveu em2021 “uma atividade frenética, especialmente durante o primeiro trimestre, comumelevado nível de consultas de pedidos”, ainda que o setor tenha sido bastante afetado pelos aumentos de preços em todos os tipos de matérias-primas e componentes. Lembra ainda “a redução significativa no volumedeproduçãodo setor automóvel [principalmentedevido ao fornecimento insuficiente de semicondutores]”, fator que, alerta, “deverámanter-sepelomenos até ao final de 2022”. Rui Fonseca, gerente da Tecnofrias, afirma que “apesar dos efeitos nefastos da pandemia, da consequente instabilidade domercado, da crise económica decorrente e dos problemas de abastecimento de componentes, fortemente sentido no setor, a Tecnofrias conseguiu aproveitar as oportunidades de negócios geradas pela pandemia e manteve, no ano 2021, a tendência de crescimento que vinha a ter nos anos anteriores, procurando satisfazer as necessidades dos clientes”. Por seu lado, Manuel Folhadela, sócio- -gerente da Folhadela Rebelo, recorda que “depois de um 2020 difícil, 2021 continuou a ser umano instável, não só por causa da pandemia, mas também pelas dificuldades no setor automóvel. Ainda assim, foi um ano melhor que o anterior. Vendemos mais, ainda que com margens menores”. Na mesma linha, Hugo Brito, diretor geral da Equipack, revela que a sua empresa registou, em 2021, “uma pequena recuperação face a 2020”. Também para este responsável, “neste momento, o principal problema da indústria de plásticos já não é a pandemia, mas sim o setor automóvel. Existem vários projetos em curso, mas a falta de chips e de semicondutores está a atrasar as encomendas. Espera-se que, em 2023, o problema Durante o evento, houve espaço para a troca de ideias entre os participantes.

19 ESTUDO DE MERCADO esteja resolvido e há até indicações de que, a partir desse ano, serão lançados cerca de 60 novos modelos por ano”. Já Jorge Júlio, diretor geral da Inautom, revela que “2021 foi um ano muito positivo, quase tão bom como 2020, o melhor ano de sempre para a Inautom”. 2022: DESAFIOS E OPORTUNIDADES Contra todas as expectativas, 2022 chegou com novos desafios para o mundo. A guerra na Ucrânia veio agravar a instabilidade anterior, gerando um ainda maior aumento dos preços da energia e dos combustíveis, com consequências inevitáveis nas cadeias de abastecimento e nos preços finais dos equipamentos. “Os transformadores de plásticos portugueses, mais concretamente os que produzem peças para a indústria automóvel, trabalhammuito com empresas do centro da Europa, principalmente alemãs e francesas. Estes países têm uma grande dependência energética da Rússia e é natural que venham a ser bastante afetados pelo atual conflito, principalmente no que respeita ao aumento dos custos de produção o que, mais uma vez, fará aumentar os preços no consumidor”, esclarece Hugo Brito. “Neste sentido, ainda que indiretamente, é natural que venhamos também a ser afetados. De qualquer modo, não temos prevista qualquer mudança estratégica para este ano”, conclui. TambémMartin Cayre considera que “a guerra na Ucrânia gerou mais incerteza no mercado, com o aumento dos preços da energia e das matérias-primas a fazer alguns clientes adiaram as decisões de investimento. No entanto, destaca que “as fábricas de injeção de plástico na Ucrânia estão a retirar moldes e distribuí-los por vários países europeus, incluindo Espanha e Portugal”. De qualquer forma, é natural que alguns dos resultados positivos que as empresas conseguiram em 2021 acabem por se diluir na subida das taxas de juros e no aumento generalizado dos custos commatérias-primas, energia e, principalmente, dos transportes. Manuel Folhadela lembra que, fruto do conflito, “assistimos a uma grande instabilidade nos preços e no serviço das transportadoras, de tal forma que só podemos marcar o preço final de umequipamento depois de sabermos quais são os custos de transporte. Estamos a falar de variações que vão dos 15 aos 30%”, assegura. “A isso acresce a falta de apoio da União Europeia. Os incentivos atuais estão muito focados nos investimentos públicos e não na indústria. Isso não cria riqueza nem movimenta a economia”, afirma este responsável acrescentando, no entanto que “neste momento, os principais problemas são a instabilidade na indústria automóvel, causada pela falta de semicondutores e o revés da pandemia na China". "Quando se fecha Xangai um mês inteiro, a economia global treme. O mercado chinês e muito importante, tanto para quem vende como paraquem compra”, frisa o representante da KraussMaffei.Os custos dos transportes têm sido também o principal fator de instabilidade para a Inautom. “Nós importamos quase todos os equipamentos da China e do Japão, por isso, sentimos muito a influência dos custos dos transportes”, diz Jorge Júlio. Para fazer face a este aumento, a empresa definiu uma estratégia que pretende manter em 2022: “Optámos por dividir estes custos em três partes: uma suportada pelo fabricante do equipamento, outra pela nossa margem e a terceira pelo cliente final. Achamos que, se cada um suportar uma pequena parte dos custos, todos saem a ganhar”. No que respeita ao conflito na Ucrânia, recorda que “é natural que comecem a chegar a Portugal oportunidades que se estão a desviar daquela zona, por estarmos mais longe e termos um ambiente de segurança”, e deixa um alerta: “Nós já deveríamos de estar a trabalhar nessas oportunidades. No que respeita à Inautom, o facto de termos emPortugal o centro de distribuição de máquinas para a Europa da Tederic vai com certeza facilitar o plano de distribuição para o resto do continente europeu". Para Rui Fonseca, “este conflito veio agravar uma situação que se vinha arrastando, comgrande parte do tecido empresarial ainda numa situação delicada, provocada pela crise sanitária. Este ano seria o ano de retoma e estaTiago Coelho, gerente da Augusto Guimarães & Irmão. Manuel Folhadela, sócio-gerente da Folhadela Rebelo. Hugo Brito, diretor geral da Equipack.

20 ESTUDO DE MERCADO bilização das empresas, o conflito da Ucrânia e o consequente aumento generalizado dos custos de produção veio criar novamente um clima de incerteza nas empresas. Em parceria com o Grupo Wittmann continuamos a apoiar os nossos clientes a minimizar o impacto desta nova realidade”. Para fazer face aos desafios, a empresa optou por “manter uma grande oferta de equipamentos em stock, apostando assim na rapidez da entrega". Com todos os fatores somados, a generalidade dos entrevistados afirma, ainda assim, esperar um 2022 melhor que o ano anterior, até porque, diz Hugo Brito, “sabemos que há projetos em curso e vemos que os fabricantes de moldes, que estão numa fase da cadeia anterior à dos plásticos, estão com um pouco mais de trabalho”. K2022: NOVIDADES E PERSPETIVAS A antevisão positiva está também relacionada com o facto de 2022 ser ano de K, a principal feira mundial de tecnologias para o processamento de plásticos. Realizada em Düsseldorf a cada três anos, a K é sempre aguardada com expetativa tanto por visitantes como por expositores, que reservam para esta altura a apresentação de novos equipamentos. Este ano, a expectativa é superior ao normal. Não só porque se trata da primeira edição pós início da pandemia, como pelos fatores de incerteza como o reavivamento da pandemia nos países asiáticos e a própria guerra. “A K vive muito dos visitantes asiáticos e americanos. Se eles não puderem ir, a feira será, necessariamente, mais fraca que o habitual”, afirma Manuel Folhadela. Ainda assim, a Folhadela Rebelo antecipa a apresentação de várias novidades das suas representadas durante o evento, nomeadamente, da KraussMaffei. “Ainda não podemos revelar pormenores, mas sabemos que vai haver novidades em praticamente todos os segmentos, principalmente nas máquinas 100% elétricas, nas máquinas mais compactas, bem como em equipamentos mais standardizados, commenores custos, mas também no segmento das máquinas feitas à medida de cada projeto, que têm cada vez mais procura”. Também a Engel prepara novidades: “Estão previstos lançamentos relacionados com a digitalização e a economia circular, uma área que está no centro das preocupações da empresa”, refere Hugo Brito. Na mesma linha, a Arburg prevê apresentar durante o evento “várias inovações tecnológicas, sendo dois tópicos-chave a digitalização no âmbito da Indústria 4.0 e a sustentabilidade no âmbito do programa arburgGREENworld, com enfoque na redução da pegada de carbono e na economia circular”, relata o responsável pela filial portuguesa. Já a Tederic, representada pela Inautom, prepara para a K o lançamento da série Neo, com tecnologia mais avançada para uma maior poupança energética, nas vertentes híbrida e 100% elétrica. “Em Portugal, ambas as máquinas vão ser apresentadas num evento que estamos a preparar para o próximo dia 25 de junho”, informa Jorge Júlio. “Da Wittmann, na vanguarda da tecnologia, serão várias as novidades que poderemos ver, desde novos modelos de máquinas e robôs, termoreguladores, moinhos, equipamentos de transporte, secagem de materiais e muito mais...”, adianta Rui Fonseca. n Martin Cayre, diretor geral de Arburg Portugal e Espanha. Jorge Júlio, diretor geral da Inautom. Rui Fonseca, gerente da Tecnofrias. UMA INICIATIVA A REPETIR A realização deste estudo de mercado revelou-se oportuna, com todos os intervenientes a aplaudirem a iniciativa da InterPlast. Assim, e para dar continuidade ao trabalho agora iniciado, prevemos voltar a realizar este estudo no início de 2023 e convidamos desde já todos os demais interessados a participar no mesmo.

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