BP11 - InterPLAST

ANÁLISE 63 Na indústria dos polímeros, e com a difusão da engenharia química, o relacionamento entre produtores e utilizadores, entre a indústria e a uni- versidade e a relação interempresarial vertical entre empresas de produtos químicos e prestadores de serviços de engenharia têm sido comuns nas fusões e aquisições em setores rela- cionados ou não, com o objetivo de aquisição de conhecimentos. Todas estas mudanças originaramuma transformação no processo de apren- dizagem das empresas, em contraste com os tradicionais procedimentos de pesquisa industrial das empresas de base científica. Os avanços na química, como a química de polímeros, e na engenharia química, criaram uma base para uma melhor codificação do conhecimento, aumentando a possibilidade de transferência de tec- nologias e implicando que a I&D interna seja complementada com ligações e conhecimento externos, pelo que a inovação emprodutos químicos requer uma interação entre a capacidade de I&D, fontes científicas externas e conhecimento tecnológico. A estrutura deste tipo de indústria foi igualmente afetada, sendo que o conhecimento sobre as características dos diferen- tes segmentos de mercado tornou-se importante, e as empresas tiveramque desenvolver relações externas com os mercados a jusante. O sistema setorial dos químicos, por Malerba, é caracterizado pela contí- nua capacidade de inovação por parte das grandes empresas multinacionais, através da I&D, economias de escala, capacidade cumulativa no progresso e comercialização. Os departamentos internos de I&D têm sido complemen- tados por ligações externas e pela capacidade de absorver conhecimen- tos, tecnológico e científico, externos. Este sistema setorial sofreu um pro- cesso demudança estrutural profunda. As quatro ‘categorizações’ explanadas receberam várias críticas e uso inde- vido por atores dos setores. Contudo, torna-se mais importante destacar as diferenças entre os setores do que a arbitrariedade nas fronteiras, a fim de compreender melhor as carac- terísticas, a trajetória tecnológica, as competências, os requisitos, a reno- vação industrial e questões políticas relacionadas comcada umdos setores. De notar que estes padrões setoriais de inovação, com a caracterização do setor industrial mais vasto (químico) onde se insere a indústria dos plásti- cos, são relevantes não só na trajetória das matérias-primas, mas também nos fornecedores dos equipamentos e todas as organizações de suporte no desenvolvimento tecnológico, de materiais e infraestruturas. As relações que se estabelecem entre os fluxos de produção de uma empresa em específico e todos os atores laterais (p.e. fornecedores e concorrentes) impri- mem dinamismo e evolução neste setor industrial, refletidos necessaria- mente na cadeia de valor da empresa e, em sentido mais lado, no sistema de valor da indústria. CADEIA DE VALOR GLOBAL (SISTEMA DE VALOR) A cadeia petroquímica e da transfor- mação dos plásticos é extremamente longa e diferenciada, quer nos produ- tos (do petróleo refinado em grandes unidades às especialidades produzidas em escala reduzida), quer nos elemen- tos económicos (empresas de grandes dimensões e pequenas empresas em segmentos e nichos específicos). Do petróleo aos produtos finais, a cadeia de valor global (sistema de valor) neste setor atravessa diversas etapas e con- figurações económicas (Figura 1). Partindo do petróleo para os comple- xos petroquímicos, até os produtos plásticos finais, inseridos em produtos sofisticados (como os automóveis, as embalagens de alimentos, os ele- trodomésticos, os equipamentos médico-odontológicos e hospitalares), a cadeia envolve muitos segmentos e empresas de vários tamanhos, com diferentes formas jurídicas e capaci- dades de atuação. Ao longo das várias etapas verifica-se, nesta cadeia, enorme potencialidade de geração de valor e, nesta aborda- Figura 1 – Ilustração macro horizontal e integrativa dos elementos fundamentais da cadeia de valor desenvolvida do setor industrial dos plásticos (sistema de valor).

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