BM8 - InterMetal

ENTREVISTA 12 Como é que a pandemia de Covid-19 está a afetar a atividade da Fanuc em Portugal? Omercado das máquinas-ferramentas sofreu uma desace- leração significativa, tal como muitos outros setores, uma vez que, por um lado, estava a decorrer uma transforma- ção no setor automóvel, através da implementação de veículos elétricos em substituição dos motores de com- bustão agora ‘discriminados’ e, além disso, juntou-se a pandemia que desde março passado deixou setores como a aeronáutica numa situação complicada. Em suma, a pandemia afeta diretamente este setor, uma vez que os investimentos necessários à compra de equi- pamentos são consideráveis, e a incerteza gerada pela situação atual a nível sanitário e as suas consequências na diminuição do consumo em geral não ajudam as empre- sas a sentirem-se confiantes para apostar na compra de novos equipamentos. Existem, no entanto, bons indicadores provenientes de setores que poderão rapidamente recuperar, como a robótica, pois as empresas necessitam urgentemente de encontrar uma alternativa eficiente para assegurar a produção e funcionamento das mesmas. A atual crise sanitária veio pôr em evidência a impor- tância da automatização de processos, de acordo com os princípios da indústria 4.0. Que soluções tem a Fanuc para oferecer ao mercado nesta área? A crise pandémica obrigou as empresas a apostar num processo de produção flexível e eficiente, rapidamente adaptável às necessidades do mercado, o que anterior- mente já era uma tendência. E torna-se evidente que a automatização desempenhará um papel fundamen- tal para a flexibilização produtiva de empresas dos mais variados ramos e setores. Em relação à chamada 4ª revolução industrial ou IIoT, como a conhecemos de uma forma mais comum, está cada vez mais integrada em toda a indústria e introduziu novos conceitos nas nossas fábricas: fábricas inteligentes totalmente conectadas, informação em tempo real dos nossos processos o que permite melhorias importantes nos processos. No caso da Fanuc, dispomos de vários softwares com essa finalidade, como o MT-LINKi, que está focado na monito- rização de qualquer tipo de maquinaria que tenha um protocolo de comunicação OPC/UA localizado em dife- rentes pontos geográficos com qualquer terminal com acesso à Internet. Por outro lado, a Fanuc apresentou uma plataforma chamada ‘Field’ que, além de ter as funcionalidades menciona- das anteriormente com o MT-LINKi, permite trabalhar de outras formas sobre os dados recolhidos. É também importante destacar que, dentro da pla- taforma Field, é possível utilizar outras aplicações desenvolvidas pela Fanuc e/ou outras empresas, o que contribuirá para que os nossos produtos estejam em constante evolução. Nos últimos anos, assistimos a um aumento signifi- cativo da oferta de robôs colaborativos no mercado. Que soluções tem a Fanuc nesta área? Quando falamos em robótica colaborativa gostaria de destacar que as soluções de cobots Fanuc se encaixam num ramo específico da robótica colaborativa, a robótica colaborativa industrial, uma vez que estes se baseiam nas unidades mecânicas dos robôs convencionais e foram testados durante anos, garantindo aos usuários uma ele- vada fiabilidade e um serviço técnico rápido e efetivo. Temos efetivamente, no nosso portefólio, robôs com capa- cidade de carga (payload) que vão desde os 4Kg e alcance de 550mm até aos 35Kg com um alcance de 1813mm. Mais recentemente lançámos uma novidade na área dos robôs colaborativos industriais, o CRX, que apresenta um conceito novo em comparação com a gama CR existente. É um robô mais leve, de fácil instalação e programação, com uma interface bastante intuitiva através de um tablet e adequada a utilizadores com pouca experiência em programação. O CRX está disponível em duas versões: braço curto com alcance de 1249mm e braço longo com 1418mm ambos com payload de 10Kg. Não esquecer de referir que, para uma aplicação ser colaborativa, não basta que o robô o seja, tudo terá de respeitar as normas, desde o robô à peça a manipular, ao gripper, etc. Considera que é uma área com potencial de cresci- mento? O mercado nacional tem respondido bem à introdução deste tipo de equipamento? Existe um grande potencial de crescimento não só nos cobots, mas no setor da robótica em geral, já que, atra- vés da robotização, as empresas podem ambicionar alcançar competitividade a nível internacional. Nos apelidados de robôs modernos, uma das princi- pais funcionalidades é a facilidade de utilização e é aí que os cobots se inserem, principalmente para facili- tarem processos que até então seriam complicados, trabalhando lado a lado com o operário, efetuando trabalhos que para este seriam mais pesados, ou ape- nas ajudando-o.

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