57 PERFIL PROTEÇÃO SOLAR | TECNOLOGIAS ficar o regulamento, mas mesmo que verifique marginalmente, não vai assegurar umpleno conforto térmico. Este exemplo, é útil para que possamos perceber que a seleção de uma proteção solar carece de um exercício de multicritério. Se olharmos para a listagem dos critérios apontados acima pode-se arriscar dizer que: • Arquitetonicamente não é uma opção consensual; • Em termos térmicos garante um reforço de resistência à transmissão de calor, o qual não é nada desprezável na melhoria de comportamento térmico do vão envidraçado; • Quanto ao controlo solar tem o impacto referido anteriormente, cujo realce vai para a diferença de comportamento em função da posição (interior ouexterior) enaturalmente em função da percentagemde abertura; • O impacto luminotécnico não é de desprezar porque o dispositivo na posição de parcialmente fechado vai reduzir severamente o grau de iluminação natural, obrigando à utilização de iluminação artificial; • Em termos acústicos, como a instalação convencional torna a fachada menos estanque, a soluçãoé suscetível a transmissões parasitas, comprometendo o isolamento a sons aéreos da fachada; • A instalação referida no ponto anterior também impacta nas infiltrações de ar, o que deve ser avaliado emdetalhe no estudo de ventilação; • Já na proteção contra intrusão, o contributo existe, mas não é determinante. Poderá, no entanto, apontar-se a vantagemdo seu uso na garantia da privacidade, sempre que necessário; • Na estética do ambiente interior dos espaços, repete-se a ideia de que talvez não seja uma opção consensual; • Existe grande potencial na proteção das superfícies aos raios ultravioleta, assim como no controlo da entrada de luz para evitar brilhos excessivos e riscos de encadeamento. Admitindo outras opções de sombreamento considera-se desejável fazer uma análise comparativa tendo por base, pelo menos, os critérios listados acima. Naturalmente, o custo vai ser de extrema importância na decisão final e, com o crescimento da preocupação ambiental, vamos estando gradualmente mais atentos. Em nota de conclusão, as proteções solares devemser levadasmuito a sério. Elas fazemparte da solução para tornar os nossos edifíciosmais resilientes, mais adaptados às alterações climáticas, com maior potencial para serem edifícios de energia quase zero. Os fabricantes têmque insistir emsoluções de elevada durabilidade, com um desempenho multifuncional adequado. Para que se garanta sucesso, este tem que ser um trabalho conjunto com os laboratórios de ensaios, algo que o Itecons tem testemunhado. A arquitetura vai continuar a ter um papel primordial e os desafios da identidade arquitetónica aliada à funcionalidade são umdesafio permanente. n ter nas propriedades térmicas e óticas do conjunto, quer em termos de solicitação mecânica que os vidros podem ter por efeito térmico. Por exemplo, uma proteção interior pode levar a um sobreaquecimento do vidro que no momento da sua seleção deverá ser tido em conta. Porque não é do conhecimento generalizado, é conveniente referir que a regulamentação associada ao Sistema Nacional de Certificação Energética, obriga à verificação de um requisito que consiste em observar que não se ultrapassa o fator solar máximo definido em função da zona climática do local de implantação do edifício e da classe energética do mesmo (no caso de edifícios residenciais). Interessa ainda realçar que esse requisito é tanto mais exigente (obrigando a que se garantam fatores solaresmais baixos) quantomaior for a área envidraçada a servir determinado compartimento. Note-se que no exercício de verificação destes requisitos tem-se emconta a combinação do impacto do vidro e dos vários dispositivos de sombreamento que possam existir. O que interessa é o potencial de controlo solar instalado. É preciso entender que este requisito, proposto em 2013, tem como objetivo reduzir o risco de sobreaquecimento. Este risco é efetivo e tem sido crescente a preocupação por parte dos proprietários de habitações novas. A título de exemplo, uma persiana instalada pelo exterior pode assegurar fatores solares na ordem dos 0.04 e é uma solução que garante o cumprimento dos requisitos na grande maioria dos casos. Mas, por questões arquitetónicas, esta é uma opção cuja prescrição está a ser abandonada, dando-se preferência a soluções de sombreamento pelo interior. Realce-se que, caso essa mesma persiana seja instalada pelo interior, o fator solar altera-se para 0.4 quando conjugada com um vidro normal incolor. Isto significa que 40% da energia solar incidente no vão envidraçado transmite-se para o interior. Esta opção poderá já não veriFoto: Archi Expo.
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