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36 PERFIL REABILITAÇÃO | EDIFÍCIOS adequadas”. Os resultados acabaram por ser melhores do que o esperado. O hotel está numa localização que coloca grandes desafios. Não só o metro em si, que obrigou, inclusive, a testes contínuos, por forma a confirmar que não havia interferências entre a habitual atividade da estação demetro e a obra. A estação ferroviária em si não era tao problemática. O facto de ser uma estação terminal atenuava o “problema”. Havia que contar com as trepidações que, felizmente, vão em parte diminuir, quando os comboios abandonarem por completo o diesel e adotarem a mobilidade elétrica. Mas talvez omais problemático, em termos de acústica, seja mesmo a questão dos autocarros na avenida, com uma paragem quase à porta do hotel. Todo esse trabalho de preparação, assim como o facto de ser a mesma empresa a tratar do projeto do início ao fim – a Saraiva + Associados - desde a arquitetura e planeamento, à reabilitação, e o design de interiores, garantiu consistência e segurança a toda a obra. E permitiu a flexibilidade necessária aquando de algumas surpresas – como as vigas metálicas que não constavamdo histórico do edifício. A principal preocupação inicial foi a obtenção de bases fidedignas, que refletissem, com o maior rigor possível, as soluções construtivas do edifício. O condicionamento acústico é um dos desafios da reabilitação. Esse foi, aliás, um trabalho que foi feito, não só como preparação do projeto de reabilitação, mas tambémpara saber o que existia, oque seriapossível aproveitar e definir o valor histórico e patrimonial do que fosse encontrado. O edifício original foi inaugurado em 1865 mas, ao longo do tempo, sofreu alterações, nem todas elas registadas. Aliás, essa foi uma dificuldade com que os responsáveis do projeto se depararam. Como afirma Pedro Guimarães, a principal preocupação inicial foi a obtenção de bases fidedignas que refletissem, comomaior rigor possível, as soluções construtivas do edifício, complementadas comuma campanha de sondagens extensa para confirmação in situ. No caso dos edifícios antigos a reabilitação coloca desafios, principalmente ao nível dos cumprimentos dos requisitos de segurança, conforto e condicionamento acústico. Requisitos que, aquando da construção do edifício em causa, não existiam. “Os principais desafios da integração de um novo programa de ocupação do espaço, resultam da elevada exigência técnica e legal atualmente exigida aos projetos, que impacta diretamente nas soluções construtivas, nomeadamente quanto aos níveis de conforto dos espaços, segurança e de condicionamento acústico exigido versus a integração, recuperação e conservação dos elementos patrimoniais existentes no edifício”, refere Pedro Guimarães, que exemplifica com as portas duplas existentes nos longos corredores do edifício, “cuja recuperação e integração no projeto permitiu manter a leitura destes espaços de dimensões e escala única”. No entanto, “para preservar estes espaços e elementos arquitetónicos, foi necessário integrar antecâmaras de acesso aos quartos para garantir os requisitos de segurança contra incêndios e o condicionamento acústico e conforto necessários a um quarto de hotel de cinco estrelas”.

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