ENTREVISTA 71 PERFIL Em 2019, Portugal foi o 4º país da UE-28 com maior produção de eletricidade com origem em fontes de energia renováveis (FER), atrás apenas da Áustria, Suécia e Dinamarca (e 4 lugares acima da Alemanha). Nesse ano, 53,8% do consumo de eletricidade em Portugal tinha origem em FER. Em 2021, esse valor foi de 59%. É verdade que a aposta no solar é mais recente, mas o país tem vindo a investir muito nesta área e os efeitos desse investimento ja são visíveis. Entre 2009 e 2019 a produção de energia solar fotovoltaica em Portugal aumentou 739%. Como vê, num futuro próximo, a distribuição da produção de energia pelas várias formas de produção? Na sequência da questão anterior, importa referir que em dezembro de 2021, 73% da energia elétrica foi proveniente de fontes renováveis, de onde se destaca a energia eólica com 42,7% e a hídrica com 21,5%. A restante produção de energia, tem origem essencialmente no gás natural, no entanto, num futuro próximo é expectável que os valores verificados em dezembro se mantenham, podendo existir variações na origem das fontes renováveis, que como sabemos dependem das condições climatéricas. E em relação ao fim de vida? O que fazer com os 'restos' dos painéis fotovoltaicos e as pás das eólicas? A economia circular é extremamente importante, sendo preciso assegurar que os materiais possam ser reaproveitados o máximo possível para reduzir a produção de resíduos. A tecnologia está em constante evolução e a necessidade de substituir componentes e equipamentos faz com que este tema já tenha sido objeto de análise. Verificamos que atualmente já é efetuada uma gestão integrada dos produtos, nomeadamente ao nível de encaminhamento de resíduos para empresas especializadas na recuperação, por exemplo, as turbinas eólicas, renovadas e posteriormente são reutilizadas. Existem também iniciativas para que os materiais usados nas torres eólicas, aço e fibra de vidro possam ser recuperados e utilizados depois noutros setores de atividade e temos também situações de empresas que já utilizam a madeira como alternativa aos materiais anteriormente identificados numa lógica de promoção da sustentabilidade de toda a cadeia de valor. O mesmo acontece ao nível dos painéis fotovoltaicos, onde a possibilidade de recuperação e uma nova vida aos produtos usados é possível e já é efetuado.
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