47 PERFIL EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFÍCIOS Para o cumprimento dos objetivos da descarbonização e da transição energética, social e económica, procedeu -se à elaboração e aprovação, em articulação com o RNC 2050, do Plano Nacional Energia e Clima 2030 (PNEC 2030), através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2020, de 10 de julho, que estabelece as metas e objetivos, e concretiza as políticas e medidas para o horizonte de 2030, em concreto, para a redução de emissões de GEE, o fomento da eficiência energética mediante a redução do consumo de energia primária em 32,5%, o reforço das energias renováveis mediante a incorporação de 47% no consumo final bruto de energia, a garantia da segurança do abastecimento, o desenvolvimento do mercado interno de energia e das iniciativas de investigação e inovação. Para os edifícios, o PNEC 2030 estabelece linhas de atuação específicas com vista à redução da respetiva intensidade carbónica e à promoção da renovação energética do parque imobiliário, com particular atenção para o objetivo da implementação do conceito de Nearly Zero Energy Buildings (NZEB) na construção dos edifícios novos e na transformação dos edifícios existentes. Foi criada a estratégia de longo prazo de renovação energética (ELPRE), cujo grupo de trabalho chegou à seguinte conclusão: relativamente ao edificado até 2016, o desconforto térmico no interior dos edifícios em 95% das horas de ano, nesse sentido a transformação do parque edificado existente emedifícios NZEB, não só reduz a fatura energética como também reduz a dependência nacional de energia importada e, ao mesmo tempo, contribui para uma efetiva descarbonização, colocando o país no caminho certo rumo à neutralidade carbónica. Para que este objetivo seja efetivamente alcançado, será indispensável intervir em muitos outros aspetos: nomeadamente na melhoria da qualidade do ar interior, na redução dos consumos energéticos do parque edificado, na diminuição da pobreza energética das famílias através de estímulos financeiros ou de crédito, na redução de emissões de CO2, na redução das importações de energia e da dependência energética do exterior, mitigar a dependência da rede distribuição e transporte, promovendo-se a utilização de energia proveniente de fontes renováveis de proximidade (UPAC). O QUE SÃO EDIFÍCIOS NZEB? Um edifício com alta eficiência energética que produz no local, ou adquire energia limpa em quantidade suficiente para compensar as emissões anuais de carbono associadas com as operações de construção, bem como toda a energia consumida na utilização do respetivo edifício. De uma maneira simples, são edifícios que, por serem tão otimizados, quer do ponto de vista de projeto como da construção, quase não precisarão de energia primária para serem utilizados e, a pouca energia de que precisam, deve advir de fontes renováveis. COMO E QUE MEDIDAS IMPLEMENTAR? Para que Portugal consiga reduzir o consumo de energia primário no campo do edificado, sem fazermos uma distinção entre os Edifícios de Serviços e de Habitação, iremos abordar de forma genérica os aspetos mais importantes amelhorar e de que forma poderemos intervir. Se tentarmos subdividir um edifício/ envolvente iremos obter os seguintes campos de intervenção: • Envolvente Opaca – Vertical e Horizontal • Envolvente Não Opaca (Vãos Janelas) – Vertical e Horizontal • Ventilação • Sistemas de Produção de Águas Quentes Sanitárias • Sistemas de Climatização. IMPLEMENTAÇÃO DE MEDIDAS Como referido anteriormente, existem várias áreas onde poderemos intervir para reduzir o consumo de energia dos edifícios. Todas as sugestões a seguir enumeradas são aplicáveis tanto à reabilitação do campo edificado como aos novos edifícios. Obviamente que, quando propomos medidas de melhoria em edifícios existentes, teremos de ter em linha de conta todas as condicionantes associadas a cada caso. Passamos a apresentar algumas soluções padrão que poderão ser usadas para introduzir no melhoramento da envolvente dos edifícios: • Envolvente Opaca – Vertical e Horizontal: Neste caso quando falamos de envolvente opaca vertical, estamos a referir-nos às paredes exteriores e todos as outras que se encontram em contacto com locais não aquecidos (sem permanência de pessoas e, por isso, sem requisitos de conforto térmico, lavandarias garagens, etc.). Nestes casos poderemos optar pela colocação de isolamentos pelo exterior da fachada com aplicação do Sistema Capoto ETIC´s nunca com uma espessura inferior a 6 cm, podendo isto variar consoante a zona climática. Em alternativa, caso não seja possível colocar pelo exterior, poderemos optar pela colocação de isolamentos com recurso a lã de rocha pelo interior da parede com acabamento a pladur. • No caso das envolventes opacas horizontais, referimo-nos a Coberturas e Pavimentos, em que a solução terá exatamente a mesma linha de orientação, em edifícios novos, 90% das vezes, é adotado o isolamento pelo exterior com recurso a XPS de espessuras nunca inferiores a 8 cm, variando consoante a zona climática onde se insere o edifício. Em caso de edifícios a reabilitar ou mesmo
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