BJ12 - Novoperfil Portugal

17 PERFIL DOSSIER EFICIÊNCIA ENERGÉTICA uma meta de aumentar a eficiência energética dos edifícios em 32,5% até 2030, comparativamente aos níveis de 2005 e de reduzir o consumo de energia primária dos edifícios em, pelo menos, 32,5% até 2030. COMO PASSAR DA TEORIA À PRÁTICA? Para atingir estas metas foram implementadas várias iniciativas, como a Diretiva de Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), a Estratégia de Renovação Energética de Edifícios (BRES), o Programa Horizonte Europa e o Plano de Ação para a Economia Circular, que visampromover a adoção de tecnologias e práticas mais sustentáveis na construção dos edifícios, bem como incentivar a renovação e melhoria da eficiência energética dos edifícios existentes. “Os edifícios representam40%da energia consumida e 36% das emissões diretas e indiretas de gases com efeito de estufa (GEE) relacionadas com a energia na UE. O principal objetivo da revisão da diretiva de desempenho energético dos edifícios é tornar todos os novos edifícios com emissões nulas até 2030, alargando essa meta a todos os edifícios existentes até 2050”, explica João Poças Martins, R&D Diretor do Built CoLAB, o Laboratório Colaborativo para o Ambiente Construído do Futuro e que promove a transição digital e climática dos edifícios e infraestruturas, tornando-os adaptáveis, inteligentes, resilientes e sustentáveis. “Em Portugal, a Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE) propõe uma poupança de energia primária de 11% até 2030 e de 34% até 2050 nos edifícios e o aumento signif icativo da área renovada. Além destas medidas especificas para o setor da construção e para o ambiente construído, todos os setores económicos são responsáveis por limitar a extração de recursos naturais, mas acima de tudo por reduzir as emissões de gases de efeito de estufa (entre outros). Neste caso, existemmetas globais a atingir, quer a nível Europeu (por exemplo o Pacto Ecológico Europeu), quer a nível Nacional (com a Lei de Bases do Clima)”, lembra João Poças Martins. “Dada a importância do ambiente construído na extração global de matérias-primas e nas emissões de gases de efeito de estufa, facilmente se percebe a necessidade de o setor da construção limitar tais impactos, dando o seu contributo para atingir as metas traçadas”, refere Marco Pedroso, Head of Sustainability do Built CoLAB. E EM PORTUGAL, COMO ESTAMOS A NÍVEL DE CUMPRIMENTO DE METAS? Portugal tem feito progressos na melhoria da eficiência energética dos edifícios, mas ainda há muito a ser feito para atingir as metas definidas pela UE. Segundo o relatório de 2020 da Comissão Europeia sobre o desempenho energético dos edifícios na UE, Portugal apresentou uma melhoria de 22,8% no consumo de energia em edifícios entre 2005 e 2018, um valor superior à meta nacional de 22,2% estabelecida pela UE para 2020. “Portugal tem vindo a seguir as tendências europeias, e muitas das vezes, a poder mesmo ser considerado como um ‘early adopter’ em termos de regulamentação de resíduos e de emissões de gases de efeito de estufa. No entanto, só muito recentemente o setor começou a interiorizar os conceitos de sustentabilidade ambiental e, como tal, ainda há um longo caminho a percorrer no sentido de baixar os impactos associados ao setor, dando assim o seu contributo para a diminuição global de impactos”, lembra Marco Pedroso. “A publicação do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNC 2050) e do Regulamento Geral de Gestão de Resíduos (RGGR), a revisão da Estratégia Nacional das Compras Públicas Ecológicas (ENCPE), a revisão do Plano de Ação para a Economia Circular (PAEC) e a recente publicação do Plano de Ação para a Circularidade na Construção (PACCO) apresentam-se como documentos que suportam as estratégias a adotar pelos mais diversos setores, com especial ênfase no da construção. Isto demonstra os progressos que têm vindo a ser feitos, sendo expectável que se cumpram com as metas globais (com contributo do setor da construção) para 2030 e para 2050.” COMO AS FACHADAS VENTILADAS PODEM MELHORAR A PERFORMANCE TÉRMICA DO EDIFÍCIO Nos últimos tempos temos assistido a várias inovações no segmento das fachadas, nomeadamente a utilização de fachadas ventiladas. Mas emque consistem? “Fachada ventilada consiste num revestimento exterior suportado numa substrutura (normalmente sistema de perfilaria) separado da estrutura da habitação, permitindo a circulação do ar entre as duas camadas. Esta inovação ajuda a melhorar a performance térmica do edifício, aumentando a eficiência energética, e preserva a vida útil do revestimento exterior, impedindo infiltrações e acumulação de humidade”, refere Luciano Peixoto, CEO da Casa Peixoto. Além de isolar da humidade, são uma excelente barreira acústica, simples de manter, e dão a possibilidade de mudar a estética do edifício, sem recorrer a grandes obras de remodelação. A Casa Peixoto comercializa várias soluções para fachadas dos edifícios, nomeadamente as mais comuns, como o sistema ETICS, revestimentos cerâmicos ou compósitos (cimentícios, compostos de alumino, etc.).

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