29 PERFIL ENCONTRO NACIONAL DA ANFAJE Ferreira Gomes, que se realiza num ano de “enormes incertezas quanto ao presente e ao futuro”. “Apesar de termos iniciado o ano de 2022 com boas perspetivas para a atividade do setor, com o deflagrar da guerra na Ucrânia e esta ‘nuvem negra' surgiram várias incertezas sobre as perspetivas macroeconómicas para os países da Zona Euro, com especial preocupação para a trajetória de desempenho da economia portuguesa”. Problemas e desafios, recorda o Presidente da ANFAJE, aos quais se acrescentam, “de forma preocupante, o aumento dos custos das matérias- -primas e o crescente galopar dos custos da energia”. Novos obstáculos “que começaram durante este ano a afetar as empresas do nosso setor, comprometendo prazos, sacrificando a rendibilidade e a competitividade da produção de janelas e fachadas”. A somar a todos estes desafios, “continuamos a ter a escalada dos custos da inflação, a subida das taxas de juro e a carestia do custo de vida”. E João Ferreira Gomes não temdúvidas, todos estes fatores vão ter impacto negativo na atividade das empresas e do setor em 2023. Face a isto há, por outro lado, a construção do futuro, como lhe chama o responsável da ANFAJE, que, em sua opinião, “continuará a fazer-se através do reforço da capacidade das nossas empresas em várias áreas”. Como exemplo, elencou, destaque para o reforço da capacidade de inovação dos produtos e dos processos, para o aumento da qualificação e requalificação dos trabalhadores das várias áreas, para a retenção e a atração de novos talentos e umamaior capacidade de liderança das nossas empresas. “É com o reforço da capacidade de liderança que a construção do futuro, neste ambiente de incerteza, será a nova normalidade. Por isso, sabemos bem que, no contexto atual, as nossas empresas devem continuar a apostar “AJUDAR OS ASSOCIADOS A TRABALHAR COM MAIS QUALIDADE, DE FORMA MAIS COMPETITIVA E ANTECIPANDO AS NECESSIDADES DO MERCADO” Diogo Gomes, Coordenador do Conselho Estratégico da ANFAJE, encerrou o Encontro, começando por convidar a plateia a fazer um exercício de retrospeção e a pensar se, "durante o vosso percurso, alguma vez viveram umperíodo como os últimos 2/3 anos". "Alguma vez tiveram de enfrentar tantos e tão diferentes desafios, num espaço de tempo tão curto? Sem dúvida que a palavra-chave deste Encontro Nacional é desafio", disse. Relembrando as dificuldades que a pandemia trouxe, recordando que "depois da tempestade veio a bonança", com uma "recuperação a um ritmo alucinante, que era muito difícil de acompanhar", e pautada por "falta de capacidade produtiva, falta de mão de obra (pessoas dispensadas e emigradas no tempo da Troika) e falta de matérias-primas". O resultado, realçou, "foi um aumento dos prazos de entrega para níveis nunca antes vistos. 3 meses? 4 meses? 'Demora mais que vir da China', diziam alguns clientes. Algumas empresas demoraram mais tempo a aumentar a capacidade, outras menos. O ano 2021 foi para uma grande parte das empresas um ano recorde. Parecia que estávamos finalmente a conseguir estabilizar, até que: em fevereiro de 2022 a Rússia invade a Ucrânia. Desta vez não se puxou logo o travão de mão. Os preços aceleraram uma escalada que já vinha de trás, e bateram todos os recordes, ao ponto de tornarem novos investimentos menos interessantes, principalmente no imobiliário. Para isso contribuiu também um aumento das taxas de juro, na tentativa de controlar a inflação. E neste momento é cada vez mais consensual que teremos um período de recessão. Durante quanto tempo? É incerto. Ninguém sabe". Diogo Gomes disse, nesta linha, que certezas, apenas as que o Encontro debateu, como a 'transição energética – energias renováveis', 'a eficiência energética – não desperdiçar energia', 'a sustentabilidade dos produtos – reciclagem dos produtos após o seu ciclo de vida', 'a necessidade de aumentar a produtividade – automação', a 'formação, desenvolvimento e educação de pessoas'. "Estas são algumas das certezas que temos, é a isso que nos devemos agarrar. É nisto que temos de nos focar. Por este motivo, é nisto que a ANFAJE deve dar apoio", salientou, lembrando que a associação "tem de continuar a apoiar as empresas associadas e ajudá-las a desenvolver estes temas. Seja com debates e apresentações como tivemos no Encontro. Seja com promoção de formações", sustentou. Para o responsável da ANFAJE, o objetivo é claro: "ajudar os associados a trabalhar com mais qualidade, de forma mais competitiva e antecipando as necessidades do mercado". Diogo Gomes, Coordenador do Conselho Estratégico da ANFAJE.
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