OPINIÃO 78 Desde a indústria do fibrocimento, indústria naval ou ao setor do abastecimento de água e saneamento, os trabalhadores expostos há mais de 10 anos estão a ser rastreados para identificação das doenças provocadas pelo amianto. Trabalhadores expostos a amianto estão a ser alvo de rastreio * Especialista Sénior em Sustentabilidade (Gestão de Resíduos e Ambiente). - Doutoranda em Engenharia do Ambiente no IST (investigadora na área do amianto). - Fundadora e Presidente da SOS AMIANTO - Associação Portuguesa de Proteção Contra o Amianto. - Autora do livro “Não Há Planeta B: Dicas e Truques para um Ambiente Sustentável”. - Frequência do Programa de Direção de Empresas, na AESE Business School Lisboa. Carmen Lima* A Associação SOS Amianto – Associação Portuguesa de Proteção Contra o Amianto (www.sosamianto. pt) está a promover, em parceria com a Fundação Champalimaud, a primeira Campanha Portuguesa de Rastreio a Doenças Provocadas pelo Amianto (DPA). Totalmente gratuita, tem como objetivo sinalizar precocemente qualquer sinal associado às doenças provocadas pela exposição ao amianto, como o Mesotelioma Pleural Maligno (MPM), um tipo de tumor maligno da pleura do pulmão que está associado diretamente a` exposição ao amianto e que, como não apresenta sintomas específicos, tem um diagnóstico difícil. Os sintomas mais comuns, como falta de ar, dor no peito, perda de peso e fadiga podem ser, pela sua diversidade, confundidos com outras patologias e só aparecem em fases avançadas da doença. Este rastreio é direcionado para os trabalhadores que tenham estado, pelo menos, 10 anos expostos a amianto, quer nas antigas fábricas de fibrocimento, nas atividades de manutenção da indústria naval ou no setor de abastecimento de água para consumo humano ou saneamento que, pelo facto das condutas ainda serem maioritariamente em fibrocimento, podem expor os trabalhadores a estas fibras durante os trabalhos de manutenção das condutas. Este diagnóstico precoce utiliza uma abordagem científica inovadora que pretende estudar a possibilidade de identificar este tipo de patologia através da captação do ar respirado de cada voluntário, um método não invasivo, que é complementado com uma TAC torácica de baixa dose, permitindo a comparação dos resultados. Os promotores desta iniciativa pretendem ajudar a sociedade civil disponibilizando ajuda à comunidade trabalhadora, ex-trabalhadores ou
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