BI328 - O Instalador

ENTREVISTA 78 legal implica custos elevados, procuramos criar condições para que os nossos associados contratem estes serviços, a custos controlados, cumprindo, assim, o cabal respeito pelas obrigações legais, cujo não cumprimento é sancionado como contraordenação muito grave e, como tal, sujeito à aplicação de elevadas coimas. Um outro serviço muito relevante que dispomos para os nossos associados, é o apoio nos processos de alvarás ou certificados de empreiteiro. A formação é outra das vossas prioridades. Fale-me um pouco da sua importância. Sem dúvida. A formação é, para a AIPOR, um pilar central de exigência e qualidade e que, em áreas técnicas e tão exigentes, como o são as Instalações Técnicas Especiais, é decisiva. As exigências tecnológicas nestes mercados ditam a necessidade cada vez maior de fornecer e apostar em formação técnica de excelência, capacitando os técnicos na adaptação constante a esta evolução frenética. A AIPOR considera que existe, atualmente, em vários setores da Construção e Obras Públicas, uma enorme necessidade de formação, que contemple a capacitação de pessoas, com conteúdos ajustados à necessidade dos formandos e com foco na entrada imediata destes profissionais nas empresas e no mercado de trabalho. Nesta medida, reforçamos o apelo que já fizemos, por várias vezes, recentemente, e que passa pelo contributo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). É essencial que Portugal use os fundos do PRR para a formação e capacitação de pessoas, sem descurar também o apoio às empresas instaladoras, que são muitas vezes esquecidas nesta equação. Empresas estas que têm de suportar custos elevados sem quaisquer ajudas estatais ou europeias para cumprirem com a obrigatoriedade das horas de formação para os seus colaboradores. É essencial que se cumpra a lei, mas acima de tudo que os fundos europeus sejam usados da melhor forma, promovendo novas ferramentas – também digitais – e atualização de conhecimentos. Tudo isto é decisivo para atrair e reter talentos. Há bons exemplos, como o “Cheque-Formação + Digital”, em que cada formando recebe um apoio financeiro para reforçar as suas competências digitais, mas não basta. É preciso, de facto, garantir a boa utilidade da formação focada em áreas decisivas para a economia e, no caso da Construção e Obras Públicas, nos pontos onde a formação faz mais falta. Realçamos que a nossa formação é sempre protocolada, e gostava de salientar o caso da prestigiada AICCOPN - Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas que privilegia os associados da AIPOR, com vantagens em que todos os webinars, seminários e conferências que realiza. São, pois, sinergias que se criam e que devemos fomentar e acarinhar. É este o espírito que nos move. A mão de obra no setor continua a ser um “Calcanhar de Aquiles”? Como temos reiteradamente afirmado, a falta de mão de obra especializada e qualificada continua a ser apontada como um dos enormes constrangimentos do setor da Instalações Técnicas Especiais em particular e no setor das Construção, em geral. Só havendo um comprometimento entre o mundo empresarial e o ensino no sentido lato, é que se consegue mitigar esta questão crítica para o setor. Como antevê a Diretiva F-Gas e a sua aplicação em Portugal? A 20 de fevereiro foi publicado no Jornal Oficial da União Europeia o Regulamento 2024/573 relativo aos gases fluorados com efeito de estufa (F-Gas), adotado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho em 7 de fevereiro de 2024, que revoga o Regulamento 517/2014 e altera a Diretiva 2019/1937. Com a sua entrada em vigor, a 12 de março deste ano, o que está, em primeiro lugar, em causa, é uma exigência que renova o compromisso da União Europeia em mitigar os impactos ambientais da indústria de refrigeração e AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado). Os F-Gases são utilizados em equipamentos de refrigeração e climatização, tendo, contudo, um alto potencial

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