BI296 - O Instalador

ENTREVISTA 72 ter como consequência a mudança de instalações para Matosinhos, onde atualmente se localiza a sua sede. Nesse novo local foram construídos diversos laboratórios, que viriam pouco tempo depois a conseguir as acredita- ções nacionais (à época, pelo IPQ) e europeias, no âmbito dos acordos do CENELEC para a certificação de produtos. Portugal passava, assim, a dispor de uma infraestrutura moderna para ensaios de certificação, ao nível do que de melhor existia na Europa. O crescimento das atividades do IEP, o reconhecimento público da sua capacidade técnica e a evolução legislativa que entretanto ocorreu, conduziram o Instituto a dar o seu grande passo seguinte, que foi iniciar a atividade como Organismo de Inspeção, inicialmente para Elevadores e algum tempo depois para Instalações Elétricas. Hoje em dia o IEP lidera um grupo constituído por diversas empresas, estando presente na generalidade dos setores tecnológicos. Da eletricidade ao gás e aos petróleos, da metrologia ao ambiente, da saúde aos transportes, não existe nenhum setor de atividade económica ao qual o IEP ou as suas participadas não disponibilizem serviços. Sempre com inovação, com competência e comqualidade. Como tem lidado o IEP, no âmbito da sua atividade, com esta pandemia? Que reinvenções fez? Uma das grandes preocupações que o IEP tem, desde sempre, é com a segurança. Segurança dos produtos e das instalações que avalia, mas sobretudo segurança das pessoas. Diria mesmo que isso é intrínseco à própria natu- reza das suas atividades. A preocupação com a segurança e com a saúde, física e psíquica, de todas as pessoas que diariamente dão o seu melhor a esta instituição e teve necessariamente reflexos na forma como abordámos a pandemia, desde os primeiros sinais de que tinha che- gado ao nosso país. Antes mesmo das determinações governamentais sobre a matéria, o IEP reorganizou os seus espaços de trabalho, disponibilizou os mais diversos tipos de materiais de proteção individual a todos os seus cola- boradores, tanto aos que trabalham nas suas instalações como às muitas dezenas de técnicos que diariamente percorrem o país para efetuar ensaios e inspeções. O desfasamento dos horários no trabalho presencial, ou o recurso ao teletrabalho sempre que possível, com a disponibilização das mais diversas ferramentas de colabo- ração remota e com o contacto permanente das chefias com as suas equipas, são apenas dois exemplos. Zoom, Skype e Teams passaram a ser termos de uso corrente nos diversos níveis da organização. As atividades do IEP nunca pararam, com exceções no primeiro confinamento, determinadas pelo Governo. Conseguiu-se manter e até reforçar o espírito de grupo, comprovando-se que é nas grandes dificuldades que se revelam as grandes equipas. O IEP presta serviços em várias áreas, como a inspe- ção, os ensaios, mas também em formação. Fale-me um pouco desta atividade e da sua importância no que respeita à qualidade das certificações. Relativamente às atividades de inspeção e de ensaios, incluindo aqui as calibrações, já nos referimos ao abor- dar a história do IEP. No que se refere à formação, esta surgiu no IEP como uma consequência das suas atividades de apoio à indústria. No decurso dos inúmeros contactos que mantínhamos com os clientes, fomo-nos apercebendo de lacunas importan- tes na formação dos seus colaboradores, em domínios nos quais o IEP detinha competências mas que não se encontravam cobertos pelos sistemas de ensino e de for- mação profissional. Foi assim que, em 1992, o Instituto criou um departamento vocacionado para promover ações de formação em áreas como a Qualidade ou a Metrologia, com ofertas inovadoras, como foram algumas das pós- -graduações que organizou em colaboração com várias universidades e que tiveram um sucesso assinalável. Essa atividade continuou a desenvolver-se até aos dias de hoje e a marca IEP constitui atualmente uma referência tam- bém no que se refere à formação. Hoje em dia é inquestionável que a formação, muito mais do que ser uma exigência legal, é uma necessidade para as empresas que querem permanecer no mercado, para poderem acompanhar a evolução tecnológica, para con- ceberem soluções inovadoras e que respeitem as regras legais e normativas em matérias como a segurança, a eficiência ou o ambiente.

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