BF12 - iAlimentar

AAFF2-NO-problem-210x200mm-PT.pdf 1 18/6/24 12:51 2024/2 12 Preço:11 € | Periodicidade: Trimestral | Junho 2024 - Nº12

PORTUGUÊS: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, ... ESPANHOL: Espanha, México, EUA, Argentina, Colômbia, Chile, Venezuela, Perú, ... ACEDA AO MERCADO LUSO-ESPANHOL DA INDÚSTRIA ALIMENTAR O GRUPO EDITORIAL IBÉRICO DE ÂMBITO INTERNACIONAL INTEREMPRESAS MEDIA - ESPANHA Tel. +34 936 802 027 comercial@interempresas.net www.interempresas.net/info INDUGLOBAL - PORTUGAL Tel. (+351) 215 935 154 geral@interempresas.net www.induglobal.pt

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4 Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Defensores de Chaves, 15 3º F 1000-109 Lisboa (Portugal) Telefone +351 215 935 154 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Grupo Interempresas Media, S.L. (100%) Diretora Gabriela Costa Equipa Editorial Gabriela Costa, Alexandra Costa, Nina Jareño Marketing e Publicidade Hélder Marques, Frederico Mascarenhas redacao_ialimentar@interempresas.net www.ialimentar.pt Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 44 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127558 Déposito Legal 480593/21 Distribuição total +5.200 envios. Distribuição digital a +4.500 profissionais. Tiragem +700 cópias em papel Edição Número 12 – Junho de 2024 Estatuto Editorial disponível em https://www.ialimentar.pt/EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Gráficas Andalusí, S.L. Camino Nuevo de Peligros, s/n - Pol. Zárate 18210 Peligros - Granada (España) www.graficasandalusi.com Media Partners: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da iALIMENTAR adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. SUMÁRIO Membro Ativo: ATUALIDADE 6 EDITORIAL 7 Empack e Logistics & Automation regressa em abril de 2025 12 Inovação tecnológica e sustentabilidade são as tendências na indústria alimentar 14 MeetingPack 2024 premeia duas inovações em embalagens barreira sem metal e recicláveis 16 Entrevista a Ingrid Falcão, Sustainability Manager da Tetra Pak Iberia 19 Os doces individuais necessitam de rótulos individuais 24 DS Smith anuncia acordo com Mondelez Internacional para mercados europeus 26 Entrevista a Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde 28 O desperdício de pão torna mais barata a produção de cerveja como substituto parcial do malte de cevada 36 SPV, Tetra Pak e Valorsul investem em robô de triagem com IA 30 Consórcio liderado por Navigator desenvolve rótulo capaz de refrescar bebidas 32 Heineken atinge 50% de produção com energia renovável e reduz as emissões de CO2 em 24% 34 ECONOMIA CIRCULAR NA INDÚSTRIA ALIMENTAR Desvendando a inovação na inspeção vertical: uma análise do Xspectra 38 Fuchs alarga certificações BRCGS e IFS a toda a cadeia de fornecimento 40 Autoridade Europeia promove capacitação dos consumidores para as escolhas alimentares 42 Oportunidades para os vinhos e espumantes sem álcool 44 Uma cerveja elaborada à base de insetos? Sim, existe e chama-se ‘La Grilla’ 48 Subprodutos de cerveja, uma alternativa nutritiva para peixes de aquacultura 50 A rede capilar ao serviço da indústria agroalimentar 52 Robusta e encaixável: a palete NP1 da Craemer 55 Luís Simões abre quatro centros de operações logísticas na Península Ibérica 56 Inteligência artificial ultrassónica pode verificar a qualidade do atum congelado 57 Como pode a indústria alimentar contrariar o flagelo da obesidade, face às tendências e inovação tecnológica do setor? 60 Cell4Food angaria capital de risco 64 Consumidores portugueses interessados na carne cultivada 65

5 SIMPLIFICAMOS PROCESSOS ESCAMADORA-LIMPEZA DE PEIXE SETOR ALIMENTAR WWW.CRUELLS.NET TEL. +34 972 260531 ESCAMADORA-LIMPEZA DE PEIXE MÁQUINA DE DESOSSAR PRESUNTOS DESCASCADORA DE PRESUNTOS MÁQUINA DE CORTE PNEUMÁTICA GUILHOTINA PARA ALIMENTOS CONGELADOS NÃO RASGA, CORTA!

6 MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.IALIMENTAR.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ATUALIDADE Europa unida para apoiar a fitossanidade, a biodiversidade e a economia A campanha #PlantHealth4Life é liderada pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), a Comissão Europeia (CE) e mais de duas dezenas de países europeus. Em Portugal, a coordenação é da Direção Geral de Alimentação e Veterinária - DGAV. Jorge Tomás Henriques reeleito presidente da FIPA O presidente foi eleito pela primeira vez em 2003 e assegura mais uma vez a liderança da FIPA. A Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA) reelegeu Jorge Tomás Henriques para presidente. O histórico vai continuar o trabalho de representação, defesa e dinamização do setor, tanto a nível nacional como na esfera europeia, junto de decisores políticos, parceiros e sociedade civil. Ao longo dos anos a FIPA tem sido uma interlocutora chave junto dos vários ministérios e do parlamento, particularmente nos momentos cruciais para a afirmação do setor agroalimentar. Jorge Tomás Henrique está à frente da FIPA desde 2003 e acredita que os próximos três anos irão fazer abrandar a complexidade dos desafios que se têm vindo a colocar a toda a economia nacional, e em particular à indústria agroalimentar, O responsável fala num “novo e imprevisível ciclo legislativo, onde mais uma vez teremos novos interlocutores e novos compromissos”. A FIPA “vai continuar a promover uma envolvente para a indústria agroalimentar que permita reforçar a competitividade, alavancar o crescimento externo, fomentar o emprego e assegurar a confiança dos consumidores”. A FIPA representa em Portugal a indústria transformadora que mais contribui para a economia nacional, tanto em volume de negócios (22,4 mil milhões de euros) como em valor acrescentado bruto (3,8 mil milhões de euros), além de ser a indústria que mais emprega em Portugal: mais de 112 mil postos de trabalho diretos e cerca de 500 mil indiretos. Um conjunto de parceiros europeus lançou a 2.ª edição da campanha #PlantHealth4Life, que visa sensibilizar para as profundas ligações entre a fitossanidade e a nossa vida quotidiana, estimulando a ação dos cidadãos para proteger a saúde das plantas. Este ano, há muitas oportunidades de participar na campanha, que percorrerá feiras, exposições e escolas nos países participantes. Visite o website e as redes sociais da DGAV para acompanhar as novidades. A EFSA recorda que as plantas constituem 80% dos alimentos que consumimos e limpam o ar que respiramos. Além disso, plantas saudáveis significam um bom rendimento agrícola, com impacto na disponibilidade de alimentos e nos seus preços para os consumidores. As ações de todos os europeus são fundamentais para manter as plantas saudáveis. Visite o website da campanha #PlantHealth4Life e descubra como pode salvaguardar a saúde das plantas. Com recursos disponíveis em todas as línguas da UE, incluindo materiais de imprensa e publicações nas redes sociais e vídeos.

7 Europa atribui mais de 51 milhões a 80 projetos com participação portuguesa 2023 foi o melhor ano para a participação portuguesa no Cluster 6 do Horizonte Europa, alcançando 80 projetos aprovados, o maior número de coordenações (9) e o maior montante de financiamento captado. O que reflete uma taxa de retorno financeiro superior a 3,5%. A Comissão Europeia atribuiu financiamento a 114 entidades portuguesas que participam em 80 projetos selecionados para financiamento nos concursos de 2023 do Cluster 6 do Horizonte Europa, avança a Agência Nacional de Inovação, responsável por apoiar a participação nacional no Cluster 6 do Horizonte Europa. Além do maior número de projetos aprovados (80), registou-se o maior número de coordenações (9) e o maior montante de financiamento captado (51 milhões de euros), refletindo uma taxa de retorno financeiro superior a 3,5%. No total, foram submetidas 310 propostas com participação portuguesa em 2023, com uma taxa de sucesso superior a 25%, comparativamente à média europeia. Uma em cada quatro propostas portuguesa submetidas ao Cluster 6 são financiadas. Os projetos financiados envolvem 174 entidades de todas as regiões de Portugal, exceto a Madeira, com mais de 30% do setor empresarial e cerca de 50% de instituições de I&D. O Cluster 6 abrange as áreas de Alimentação, Bioeconomia, Recursos Naturais, Agricultura e Ambiente, bem como as Missões Oceano & Águas e Solo e a Parceria Europeia Indústrias Circulares de Base Biológica (CBE JU). Desde 2021, as entidades nacionais já captaram cerca de 128 milhões de euros no Cluster 6 do Horizonte Europa, na área da alimentação, bioeconomia e ambiente, representando mais de 85% do total captado em sete anos do Horizonte 2020. EDITORIAL Em 2023, a Comissão Europeia atribuiu mais de 51 milhões a 80 projetos com participação portuguesa, com destaque para as áreas de alimentação e bioeconomia que, em conjunto com ambiente, representam mais de 85% do total captado em sete anos no Cluster 6 do Horizonte 2020. Inovação tecnológica e sustentabilidade mantêm-se como tendências na indústria alimentar, como ficou patente na edição de este ano da Lisbon Food Affair, que regressa à FIL em Fevereiro de 2025. O evento de negócios e networking foi a grande montra da inovação do setor alimentar, distinguindo um total de seis marcas com os Prémios LFA Innovation. Numa altura em que as empresas se adaptam ao novo regulamento para Embalagens e Resíduos de Embalagem, e a propósito de uma nova embalagem 90% renovável e cuja produção à escala industrial está prevista para 2025, Ingrid Falcão, sustainability manager da Tetra Pak Iberia, defende que “a inovação para a sustentabilidade é central” para criar “a embalagem mais sustentável do mundo: renovável, reciclável e neutra em carbono”. A não perder, no Dossier ‘Packaging para a Indústria Alimentar’. Também em Dossier, e desde robôs de triagem de resíduos com IA a rótulos à base de fibras de celulose que reduzem o tempo necessário para refrescar bebidas, passando pela reutilização e adoção de ingredientes alternativos no fabrico dos produtos alimentares, a ‘Economia Circular’ é incontornável na indústria alimentar do futuro, como sublinha, também em entrevista, a CEO da Sociedade Ponto Verde. Ana Trigo Morais apela a uma aposta em “inovação, investigação e desenvolvimento para encontrar soluções para a integração de materiais recicláveis nas embalagens”. Boas leituras. Inovação para a sustentabilidade desafia indústria

8 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.IALIMENTAR.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Novos acionamentos sustentáveis sem revestimento Os novos acionamentos com design ECO2 da Sew-Eurodrive são fabricados, predominantemente, em alumínio e, portanto, em condições ambientais normais (secas e neutras) não são propensos à corrosão. “Se tem acionamentos que operam em ambientes bem protegidos do frio, calor e humidade, poderá utilizar uma unidade com um design ECO2, pois nem sempre precisam de ter um revestimento externo”. Como explica, em comunicado, a Sew-Eurodrive Portugal, que integra a especialista global no desenvolvimento e produção de equipamentos e soluções de transmissão e controlo do movimento, dispensar a camada de revestimento externo passa a ser uma opção muito mais ecológica e económica: ECO2 = ECOlógico e ECOnómico. • Menos emissões nocivas graças à redução de revestimentos • Reciclagem de peças não revestidas • Poupança de energia evitando as fases de secagem • Sem necessidade de revestimento após reparações • Menos substâncias nocivas ao reciclar as unidades • Menos emissões de CO2 na produção • Mais económico e ecológico. APT aponta impactos económicos e ambientais negativos do novo regulamento de rotulagem A proposta da Comissão Europeia para revisão do regulamento relativo à classificação, rotulagem e embalagem de substâncias e misturas prevê novas regras de formatação que dificultam a operação de várias entidades. A Associação Portuguesa de Tintas (APT) apela à sua revisão. O Regulamento relativo à classificação, rotulagem e embalagem de sustâncias e misturas (Classification, Labelling and Packaging - CLP) prevê a obrigatoriedade de cumprimento de regras de formatação, que até então eram consideradas recomendações, bem como o aumento dos tamanhos mínimos das letras dos rótulos de produtos químicos. A APT considera que estas normas não foram devidamente ponderadas pela Comissão Europeia e que terão impactos ambientais e económicos significativos. Opinião semelhante têm outras associações europeias congéneres, bem como o Conselho Europeu de Pintura, tintas de impressão gráficas e artísticas (CEPE), a associação representativa da indústria a nível europeu que tem procurado alertar as autoridades europeias para esta situação. O Conselho e o Parlamento Europeu não subscreveram a totalidade das propostas de alteração da Comissão, que visavam atenuar as mudanças previstas para as embalagens até três litros. Em janeiro de 2024 as duas instituições europeias alcançaram um “acordo provisório”, refletido na Resolução de 23 de abril de 2024 do Parlamento Europeu.

9 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.IALIMENTAR.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Campanha da Milhafre emite menos 41% de carbono graças à IA Com utilização de Inteligência Artificial registou-se uma melhoria significativa em termos de desempenho: uma redução de 41% das emissões de carbono e menos 16% em termos de intensidade carbónica comparativamente a campanhas semelhantes. A Mindshare, agência de meios do GroupM e da WPP, desenvolveu uma campanha de vídeo pioneira para a Milhafre, marca da Lactogal, com o propósito de minimizar o seu impacto ambiental e de dar vida ao mote da marca: “quando tiramos menos da natureza é quando ela nos oferece mais”. Os dados mostram uma melhoria significativa em termos de performance: uma redução de 41% das emissões de carbono e menos 16% em termos de intensidade carbónica, comparativamente a campanhas semelhantes. Com recurso a Inteligência Artificial (IA), a solução criada em parceria pela Mindshare com a Greenbids automatizou a entrega no ponto ideal entre menos carbono e mais desempenho, o que maximizou a eficiência da campanha. “O propósito de Milhafre inspirou-nos a dar um passo na direção de um mundo em que a publicidade pode fazer mais pelas pessoas e pelo nosso planeta. É o que gostamos na Mindshare de chamar o uso intencional de media, aliando imaginação aos dados e à tecnologia”, salienta Teresa Oliveira, managing director da Mindshare. A recolha e utilização de dados mais precisos, a segmentação e definição de públicos-alvo específicos, e a seleção dos momentos mais estratégicos para garantir maior exposição junto dos targets definidos foram alguns dos fatores que contribuíram para a criação de uma campanha mais eficiente do que a média, com uma redução da pegada de carbono equivalente à produção de quase mil garrafas de água. Alpla lança garrafa de vinho em PET A Alpla lançou uma garrafa de vinho reciclável, feita de PET. A garrafa pesa cerca de um oitavo de uma garrafa de vidro, reduz a pegada de carbono em até 50% e permite poupar até 30% no preço. Pode ser fabricada inteiramente a partir de PET reciclado (rPET) e cumpre todos os requisitos de qualidade, sendo adequada para todos os tipos de vinho. Está disponível nos tamanhos de 0,75 e 1 litro, em tom verde ou transparente. De acordo com a Alpla, a solução sustentável reduz o consumo de carbono em 38% em comparação com a alternativa de vidro, mesmo sem o conteúdo de rPET. A empresa planeia produzir vários milhões de unidades por ano a partir de 2025 e está a desenvolver diversas soluções inteiramente feitas de rPET. O PET é leve, inquebrável, reciclável e pode ser moldado com pouca energia, o que o torna a solução de embalagem ideal. O menor consumo de materiais e o fabrico com poupança de energia reduzem o consumo de carbono. A utilização de rPET aumenta ainda mais esta redução. Mesmo 30% de rPET poupa 43%, enquanto a pegada ambiental da solução 100% rPET é reduzida para menos de 50%. A nova garrafa de plástico já é utilizada na Áustria pelo cliente e parceiro de desenvolvimento da Alpla, a Wegenstein. O especialista em embalagens Alpla apresenta uma garrafa de vinho PET como uma solução segura, económica e sustentável para os produtores de vinho.

10 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.IALIMENTAR.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ADENE classifica Super Bock Group em Economia Circular A ADENE analisou os níveis de Nordmann Portugal distribui nova fibra com maior solubilidade da Zukan circularidade das instalações de Leça do Balio do Super Bock Group, e atribui-lhe a Classificação B, numa escala de A+ a F. A ADENE - Agência para a Energia mediu os níveis de circularidade das instalações de Leça do Balio do Super Bock Group em três recursos (energéticos, hídricos e de materiais) e analisou a sua estratégia e práticas de gestão, em alinhamento com os princípios da Economia Circular. Ao participar no “eCIRCULAR – Futuro mais Sustentável”, o grupo foi avaliado em 27 parâmetros, num modelo abrangente, tendo obtido a Classificação B em Economia Circular, numa escala de A+ a F, e um conjunto de medidas e boas práticas adicionais que visam ajudar o Super Bock Group a melhorar o seu desempenho, contribuindo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e os compromissos ambientais nacionais. O “eCIRCULAR A Nordmann passou a distribuir a gama Fosvitae, do fabricante Zukan, no mercado português. A Nordmann Portugal anunciou o lançamento de uma nova solução para a indústria alimentar – a gama de produtos Fosvitae 85% e Fosvitae 95% Plus, fibras 100% naturais fabricadas a partir da cana-de-açúcar, que garantem uma maior solubilidade e relação a outras alternativas no mercado. Ao contrário da inulina de chicória (a fibra mais utilizada no mercado para a indústria alimentar), a Fosvitae não apresenta limitações em termos de solubilidade e, sendo produzida a partir da cana-de-açúcar, apresenta um forte poder adoçante, permitindo reduzir o teor de açúcar e aumentando o teor de fibra do produto final. Este ingrediente, comercializado em Portugal pela Nordmann, é 100% de origem natural e permite a rotulagem “Clean Label” no produto final. Para Bárbara Passos, business manager de Alimentar na Nordmann Portugal, “esta nova parceria com a Zukan é uma estratégia muito importante para a nossa empresa, garantindo uma oferta de um produto diferenciador e de elevada qualidade.” A responsável destaca ainda: “a gama Fostivae é a solução para dar resposta às mais recentes tendências de mercado, pela procura de produtos alimentares mais saudáveis e 100% naturais”. Com um sabor similar à sacarose, a nova gama contém um poder adoçante de 30 a 35% referente à sacarose, permitindo o fabrico de produtos mais saudáveis e sem adições de açúcar. – Futuro mais Sustentável” é o sistema de classificação da ADENE que avalia, em empresas de diferentes setores de atividade, o desempenho e a circularidade no uso dos três recursos referidos, as práticas de gestão e as estratégias, incentivando a adoção de mais ações e práticas circulares, que ajudem a acelerar a transição das organizações para a economia circular.

12 EVENTOS Empack e Logistics & Automation regressa em abril de 2025 A Empack e Logistics & Automation Porto já tem nova edição confirmada. A maior feira do setor em Portugal voltará ao Porto nos dias 9 e 10 de abril de 2025, com mais energia e novas ideias para embalagem, automatização, armazenamento, logística e transporte. A 8ª edição da Empack e Logistics & Automation Porto decorreu nos dias 17 e 18 de abril, na Exponor, e juntou 3052 visitantes naquele que é o maior encontro de profissionais da área da embalagem e logística em Portugal. Este número representa um aumento de 14% em relação à edição anterior. Nestes dois dias dedicados ao futuro do setor mais de 70 expositores mostraram soluções e inovações para melhorar processos e logística destas áreas profissionais. No total, em apenas dois dias, expositores e visitantes puderam realizar um total de 8856 conexões comerciais. A par dos expositores, a Empack e Logistics & Automation Porto contou com um programa recheado de palestras, conferências e mesas redondas. Destaque para a presença de marcas como a Coca-Cola Europacific Partners, Ikea, UBER, MC Sonae, Adecco, CTT, entre outros especialistas do setor. As conferências, palestras e mesas redondas revelaram ser, mais uma vez, momentos de grande interesse para os visitantes, como foi o caso da palestra “Liderança Humanizada – A fórmula para empresas felizes” – apresentada pelo CEO do Grupo Bernardo da Costa e presidente da AEMinho, Ricardo Costa. O keynote speaker desta edição falou da fórmula para uma liderança humanizada – uma temática que tem vindo a seguir e trabalhar desde 2017, altura em que criou o Departamento da Felicidade na empresa fundada pelo avô há mais de 60 anos. O evento demonstrou mais uma vez ser uma referência nacional para os trabalhadores do setor. A Empack e Logistics & Automation Porto regressa em 2025, a 9 e 10 de abril, com mais energia e novas ideias para embalagem, automatização, armazenamento, logística e transporte. n

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14 EVENTOS Inovação tecnológica e sustentabilidade são as tendências na indústria alimentar A Lisbon Food Affair regressa à FIL de 10 a 12 de Fevereiro de 2025, depois de a última edição, realizada em fevereiro, se afirmar como uma feira de referência para posicionar as empresas portuguesas da indústria alimentar no mercado internacional. Neste artigo, conheça os produtos mais inovadores distinguidos, na segunda edição da LFA, com os prémios LFA Innovation. Gabriela Costa Num balanço “muito positivo”, o evento converteu a FIL, durante três dias (entre 4 e 6 de fevereiro) num “palco de grandes negócios, resultantes da interação entre a generalidade dos expositores, que aproveitaram este evento para apresentar produtos altamente diferenciados e inovadores, e os milhares de visitantes profissionais, entre os quais responsáveis de grandes grupos de distribuição e grandes cadeias da área da restauração, que elegeram a Lisbon Food Affair (LFA) como a grande montra para identificar novos produtos e soluções e fazer negócios”, conclui a organização da LFA. A próxima edição realiza-se de 10 a 12 de Fevereiro de 2025

15 EVENTOS Em destaque esteve igualmente o programa de hosted buyers, que trouxe ao evento 50 compradores internacionais de vários países e que realizaram mais de 500 reuniões B2B com as empresas participantes no programa, gerando oportunidades de negócio, que, segundo a informação prestada, superam os 25 milhões de euros. O evento superou as expetativas para 86% dos buyers participantes, que afirmam estar “satisfeitos ou muito satisfeitos” nas classificações individuais que atribuíram a cada uma das reuniões em que participaram. Este é um sinal que demonstra a adequação entre as empresas participantes e os buyers convidados. Para Marina Calheiros, gestora da LFA, “estes são números que naturalmente nos deixam muito satisfeitos e que aumentam a nossa responsabilidade na próxima edição”. “O grande objetivo do Lisbon Food Affair é gerar negócios, e este objetivo foi amplamente atingido”, afirmou, destacando “o papel fundamental dos diversos parceiros da Lisbon Food Affair nos resultados obtidos”. De realçar ainda que a LFA, para além de ser um evento de negócios e networking é também um evento dedicado ao know-how e à análise dos grandes temas do setor. Assim, é de destacar o elevado índice de participação nas mais de 50 conferências, talks, apresentações e showcookings, onde se abordaram temas ligados à inovação, sustentabilidade e internacionalização, bem como novas tendências para o setor e o impacto da Inteligência Artificial na indústria alimentar. O evento contou com a presença da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e do secretário de estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, que destacaram a importância da Lisbon Food Affair para o crescimento do setor em Portugal e o posicionamento das empresas nacionais nos mercados internacionais. MONTRA DA INOVAÇÃO: SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS E SUSTENTÁVEIS No âmbito da LFA 2024, foram entregues os Prémios LFA Innovation, cujos vencedores foram anunciados durante o evento. Os produtos distinguidos nas três categorias a concurso foram: • Prémio na Categoria Food & Beverage: Loop Persuit, com o produto Sidra de Banana. • Menção Honrosa na Categoria Food & Beverage: Gutsy Captain, com o produto Kombucha Fresh Selection Gengibre e Limão. • Prémio na Categoria Tecnologia: Foodintech, com o produto FLOW Manufacturing Al. • Menção Honrosa na Categoria de Tecnologia: DIG-N, com o produto Menu Verse. • Prémio na Categoria HORECA: Ticasgest, com o produto Biip Pay. • Menção Honrosa na Categoria HORECA: Schmidt-Stosberg, com o produto Green Whip. n Representantes das emrpesas vencedoras dos LFA Innovtion, na entrega dos Prémios na LFA 2024, na FIL. A iAlimentar é Media Partner do Lisbon Food Affair e, na qualidade de revista especializada na indústria agroalimentar, integrou o júri dos Prémios LFA Innovation, o qual foi também constituído por representantes da FIPA - Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares, APED - Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, VdA - Vieira de Almeida, Ministério dos Negócios Estrangeiros e revista Grande Consumo.

16 EVENTOS MeetingPack 2024 premeia duas inovações em embalagens barreira sem metal e recicláveis A sexta edição do MeetingPack, o encontro bienal organizado pelo instituto Aimplas e a associação Ainia no Palácio de Congressos de Valência, em Espanha, encerrou após dois dias em que cerca de 300 participantes profissionais puderam aprender com trinta especialistas da área os desafios da embalagem barreira do ponto de vista da sustentabilidade ambiental que, como concluíram, é mais necessária do que nunca pelo atual contexto legislativo e socioeconómico. Além disso, foram apresentados os dois vencedores dos prémios MP2024: a Rotorprint, por uma embalagem de café de alta barreira reciclável sem alumínio, e a Plastipak, pelo primeiro aerossol sem metal, que também é reciclável. ROTORPINT E PLASTIPAK, VENCEDORES DOS PRÉMIOS MP2024 As empresas Rotorprint e Plastipak foram reconhecidas com os Prémios MP2024 nas categorias de ‘Soluções de embalagem flexível’ (filmes) e ‘Soluções de embalagem rígida’ (tabuleiros e/ ou garrafas), respetivamente. O desenvolvimento da Rotorprint é uma embalagem de café reciclável e de alta barreira. A solução PPK Natura da Plastipak é a primeira resina PET formada pela captura de emissões de CO2. A resina de qualidade alimentar é adequada para cuidados pessoais, produtos farmacêuticos, OTC, suplementos e produtos nutracêuticos, embalagens de bebidas e alimentos, bem como outras aplicações. Nesta segunda edição, os finalistas na categoria de soluções de embalagem de barreira flexível (filMS) foram Cristina del Campo, diretora da Ainia. a Enplater, pelo seu filme rígido APET (Politereftalato de Etileno Amorpho) com material 100% reciclado adequado para uso alimentar; a Innovative Film Solutions, pelos seus filmes BOPP biodegradáveis e recicláveis; e a premiada Rotorprint. Os finalistas na categoria de soluções de embalagem rígida (tabuleiros/garrafas) foram a J. Garcia Carrión, pela sua solução Pure-Pak eSense, uma embalagem de cartão, composta, sem alumínio, para bebidas vegetais, gazpachos e salmorejos; o grupo Lantero,

17 EVENTOS pelos seus copos circulares de iogurte que incorporam PS pós-consumo, e a premiada Plastipak. As empresas galardoadas,anunciadas no congresso, foram reconhecidas pelos seus esforços inovadores no domínio da sustentabilidade. CERCA DE 40 APRESENTAÇÕES E 300 PARTICIPANTES No discurso de abertura, José María Fernández, diretor de Economia Circular da Empresa Pública de Gestão Ambiental do Governo Basco, Ihobe, explicou como a diretiva da UE 2024/825, para combater o greenwashing e evitar a publicidade confusa sobre soluções sustentáveis, irá garantir que as alegações de que um produto é sustentável sejam apoiadas por provas científicas, como a análise do ciclo de vida ou a pegada de carbono. Desta forma, o objetivo é garantir que a sustentabilidade se torne realmente um fator competitivo para as empresas, e não uma ferramenta de marketing. A importância de materiais inovadores para a produção de embalagens sustentáveis foi a primeira temática abordada na primeira sessão, onde o foco foi colocado na importância do efeito de barreira e da reciclabilidade. Nesta sessão, a Kuraray apresentou soluções recicláveis monomaterial e barreira, e a UBE apresentou soluções recicláveis à base de PA/PE para aplicações onde é necessário transparência, brilho, barreira e resistência à perfuração, conseguindo uma redução da espessura, entre outras vantagens. Para além disso, a Total Corbion apresentou soluções em que o impacto ambiental do filamento PLA é menor em comparação com outros materiais; enquanto a Toppan apresentou materiais de alta barreira através de uma estratégia monomaterial com revestimentos AlOx/SiOx. Knauf Miret, Kuraray, Ube, Total Energies Corbion e Toppan também mostraram as suas inovações nesta linha. A segunda sessão, ‘Sustentabilidade em embalagens flexíveis de barreira’, destacou a dificuldade de reciclar soluções multicamada tradicionais (coextrusão e/ou laminação) com alto desempenho de barreira, selabilidade e propriedades mecânicas. Neste sentido, a Comexi, a Rotorprint, a Sealed Air, o Sp-Group e o Grupo Lantero apresentaram as suas estratégias de ecodesign para evitar este problema, bem como soluções para evitar o sobre-embalamento e reduzir o peso da embalagem. Por outro lado, foi destacada a necessidade de apostar na manutenção das características funcionais da embalagem para não aumentar o desperdício alimentar, bem como a importância de melhorar as propriedades mecânicas dos materiais e validar o comportamento das estruturas de embalagem na maquinaria, para ajustar as velocidades ou os fechos automáticos. A título de exemplo, foram apontadas soluções monomaterial com uma percentagem de barreira para manter a reciclabilidade, pelas empresas Recyclass e Cyclos. A sustentabilidade nas embalagens de barreira rígida foi o foco da terceira sessão, na qual, sob a moderação da Raorsa, foram apresentadas soluções recicláveis e compostáveis. Por exemplo, o projeto de incorporação de fibras de celulose de resíduos de azeite em PLA para o fabrico de garrafas de azeite pela Acesur; a reciclagem de novos tabuleiros para o fabrico de tabuleiros PET pela Faerch, ou a importância de aplicar o design das embalagens tendo em conta a reciclabilidade. A Danone apresentou uma melhoria das embalagens da sua gama YoPro, de cor preta, para que sejam detetáveis nas linhas de reciclagem e possam ser separadas para reciclagem. No quarto e último painel da sessão do primeiro dia foram discutidas as estratégias em embalagens de produtos para cumprir os objetivos de 2030, trazendo ao debate uma visão global para cumprir os objetivos definidos para 2030 da lei 7/22 e o RD de embalagens. Durante a mesa redonda com a participação de Calidad Pascual, Garcia Carrión, Hijos De Rivera S.A.U., Florette, Vicky Foods e o Cluster de Embalagem da Comunidade Valenciana, foram mencionadas algumas das estratégias de sustentabilidade aplicadas pelas empresas: redução de materiais e espessuras, monomaterial, circularidade, ecodesign, inovação, reutilização e uso de energias renováveis são as mais destacadas. Também foram O diretor da Aimplas, José António Costa, durante a sua intervenção.

18 EVENTOS mencionados os desafios assumidos pelas empresas, como a utilização de material reciclado em contato com os alimentos ou materiais alternativos que cumpram a sua funcionalidade. Além disso, foi sublinhada a importância das ferramentas de conceção ecológica, da informação ao consumidor sobre como dar um fim de vida adequado às embalagens e da utilização de ferramentas de análise do ciclo de vida, bem como da seleção de materiais de acordo com o produto e o país de exportação. Por último, foram dados exemplos de produtos sustentáveis desenvolvidos, como uma garrafa de leite em PET transparente ou a substituição dos anéis por um adesivo num pacote de seis latas. O segundo dia do MeetingPack começou com a quinta sessão do congresso, moderada pela Enplater: ‘Materiais inovadores para a produção de embalagens sustentáveis / sustentabilidade nas embalagens barreira’, que abordou soluções alternativas aos materiais convencionais. A Ainia apresentou revestimentos comestíveis para evitar o desperdício alimentar, revestimentos que geram zero resíduos e que permitem a incorporação de prebióticos e probióticos. A Lactips apresentou a utilização da caseína como revestimento de barreira ao oxigénio para aplicação em substratos de papel, uma solução natural para os microplásticos neste tipo de embalagens de papel. A Quimóvil apresentou os revestimentos de barreira acrílicos de base aquosa com propriedades de barreira como um desafio estratégico para uma embalagem mais sustentável. Por último, a Novamont apresentou o seu desenvolvimento de cápsulas de café compostáveis e embalagens celulósicas com propriedades de barreira. Todas as soluções são recicláveis e, consoante o tipo, compostáveis (domésticas ou industriais). Sob o título ‘Fim de vida: Reciclagem e reutilização’, as soluções de embalagens reutilizáveis, os sistemas de higienização, a legislação aplicável e os novos modelos de negócio foram apresentados na sexta sessão, moderada pela New Era. Assim, a Bumerang sublinhou o desafio da reutilização em termos de facilitar a devolução das embalagens pelos consumidores. Se a experiência do utilizador for boa, salientam, o utilizador entrará no sistema. Para tal, a empresa está a trabalhar em diferentes soluções, em função do tipo de cliente. Por seu lado, a Veolia centrou-se no plástico reciclado como vetor de descarbonização e apresentou a sua plataforma global de reciclagem de plásticos, que reúne conhecimentos técnicos e comerciais e uma ferramenta de pegada de carbono e de água. A Fych Technologies também participou nesta sessão. A sétima sessão enquadrou a apresentação dos novos desenvolvimentos na gestão, separação e reciclagem de embalagens barreira e a aplicação da legislação para materiais reciclados (plásticos) para contato alimentar, e foi moderada pela Heura Gestió Ambiental. A Aimplas apresentou dois projetos de reutilização. O primeiro, embalagens reutilizáveis para o setor da cosmética, conetividade e validação de protótipos. O segundo, centrado numa garrafa reutilizável para produtos de limpeza e num saco em caixa para detergentes. A TPL explicou como aborda a melhoria da sustentabilidade, destacando a redução de espessuras, a substituição de materiais para conseguir essa redução ou a utilização de material reciclado para o fabrico de filme. Como exemplo, apresentou um filme à base de PET apto para todas as aplicações e para reciclagem. Já a Ecoembes apresentou uma ferramenta para prever e modificar o impacto das embalagens na fase de conceção. O evento terminou com uma mesa redonda sobre ‘Tendências e necessidades das embalagens na distribuição e nos consumidores’, na qual a Aces, a Tal, a Hispacoop e o Carrefour partilharam os seus pontos de vista sobre o cumprimento dos objetivos de 2030, os desafios que enfrentam, como estão a ser abordados e o que seria necessário para contribuir para o cumprimento desses objetivos. O MeetingPack 2024 contou com o apoio de empresas patrocinadoras como a Raorsa, Comexi, Enplater, Faerch, Grupalia, Innotech, Knauf Industries, Kuraray, Lubrizol, Novamont, Quimóvil, Toppan, SPG, Sealed Air, Total Energies-Corbion, Toyo Seikan Group Holdings LTD, TPL e UBE, bem como com a colaboração de entidades e organizações relevantes dos setores da embalagem e alimentar. n Cerimónia de entrega dos prémios Meetingpack 2024.

ENTREVISTA 19 INGRID FALCÃO, SUSTAINABILITY MANAGER DA TETRA PAK IBERIA "Para desenvolver soluções mais sustentáveis, em 2021 comprometemo-nos a investir, anualmente, cerca de 100 milhões de euros, durante os próximos cinco a dez anos." Que embalagens inovadoras existem no mercado português? Recentemente, a Tetra Pak e a Lactogal anunciaram uma nova embalagem, disponível apenas no nosso país, 90% renovável. A produção à escala industrial está prevista para 2025. Numa era em que a segurança alimentar é um tema-chave até quando falamos em desenvolvimento de países periféricos ou conflitos, a sustentabilidade não é - obviamente - de menor importância e o esforço da indústria em diminuir a pegada de carbono dos seus produtos tem sido promovido através de tecnologia e inovação, associadas à utilização de matériasprimas de origem vegetal, em contraponto com os plásticos de origem fóssil. Alguns dos temas abordados pela iAlimentar na entrevista com Ingrid Falcão. Alexandra Costa

ENTREVISTA 20 O que tem mudado no mundo das embalagens e o que está a direcionar essa mudança? Por um lado, existe uma preocupação crescente dos consumidores por soluções sustentáveis de embalagens, às quais os nossos clientes estão empenhados em responder. Por outro lado, a nível europeu, têm sido introduzidas regras que regulam o tipo de embalagens que podem ser colocadas no mercado, associadas igualmente à gestão dos resíduos. Hoje, todas as embalagens colocadas no mercado da União Europeia têm de cumprir requisitos essenciais relacionados com o seu fabrico, composição e natureza reutilizável ou renovável. Enquanto líderes na indústria, temos investido para responder a todos estes desafios e até nos antecipamos, por exemplo, no cumprimento da Diretiva de Plástico de Utilização Única (SUP) da União Europeia, que, a partir de julho de 2024, obriga a que as tampas passem a estar unidas à embalagem. A Tetra Pak lançou no mercado as primeiras tampas unidas para embalagens de cartão para bebidas em 2022. Esta novidade representou uma conquista importante no trabalho de longo prazo da empresa no ecodesign. Hoje, as nossas embalagens são produzidas, na sua maioria, a partir de matérias-primas renováveis, como o cartão proveniente de madeira de florestas com certificação FSC (Forest Stewardship Council®) e outras fontes controladas. Além disso, estamos a introduzir plásticos de origem vegetal, provenientes da cana-de-açúcar, com o selo Bonsucro, em substituição dos plásticos de origem fóssil. Através da utilização destes polímeros, é possível aumentar a percentagem de materiais renováveis nas embalagens da Tetra Pak, contribuindo para reduzir a pegada de carbono ao longo do ciclo de vida do produto, com certificação Carbon Trust. Outras evoluções que temos introduzido são as palhinhas de papel, em substituição das palhinhas de plástico. Neste campo, destacamos a produção da fábrica de Carnaxide da Tetra Pak, que tem uma vocação internacional bastante grande. No ano passado, cerca de 92% da produção destinava-se à exportação, para mercados como o Reino Unido (17%), Alemanha (9%), Guatemala (8%), Canadá (7%) e Costa Rica (6%). Mais recentemente, Portugal também esteve no centro de um importante lançamento de uma embalagem com uma barreira alternativa de papel, feita com, aproximadamente, 80% de cartão. O conteúdo renovável é de 90%, o que permite reduzir a sua pegada de carbono em um terço (33%). Qual o caminho seguido pela Tetra Pak e qual o investimento anual em I&D? A primeira embalagem de cartão para bebidas com certificação FSC remonta a 2007, enquanto a primeira tampa com plástico de origem vegetal foi apresentada em 2011. Pouco tempo depois, em 2015, introduzimos no mercado a primeira embalagem Tetra Rex fabricada a partir de fontes renováveis.

ENTREVISTA 21 No caminho da sustentabilidade, em 2019, conseguimos obter a certificação Bonsucro e passámos a disponibilizar palhinhas de papel. Em 2020, anunciámos a primeira embalagem neutra em carbono com o selo da Carbon Trust. Para ajudar no cumprimento das nossas metas de aumentar o uso de materiais reciclados, começámos a utilizar polímeros reciclados certificados. A primeira embalagem com plástico reciclado e certificado é de 2021. Outros dos marcos são as tampas unidas às embalagens, em 2022, e a barreira alternativa de papel (em 2023 iniciou-se um projeto de validação tecnológica em larga escala, atualmente em curso). A sustentabilidade é um dos quatro pilares da estratégia da nossa empresa para 2030 e o tema está incorporado nas nove unidades de negócio. Como temos um claro compromisso com o futuro e uma ambição estratégica de liderar a transformação da sustentabilidade na indústria, adotámos uma abordagem holística em cinco áreas interligadas: circularidade, sistemas alimentares, clima, natureza e sustentabilidade social. Para desenvolver soluções mais sustentáveis, em 2021 comprometemo-nos a investir, anualmente, cerca de 100 milhões de euros, durante os próximos cinco a dez anos. Já no ano passado, a Tetra Pak investiu cerca de 40 milhões de euros para acelerar a reciclagem das embalagens de cartão para bebidas, a nível mundial, e planeia aumentar ainda mais este valor nos próximos anos para alcançar uma maior circularidade dos materiais. A inovação para a sustentabilidade é central no caminho que estamos a fazer para criar a embalagem mais sustentável do mundo: renovável, reciclável e neutra em carbono. Fruto de investigação e colaboração com os nossos clientes, fornecedores e instituições de ensino, procuramos desenvolver soluções que contribuam para um futuro mais sustentável. Prova disso é que a Tetra Pak tem seis centros de I&D em todo o mundo. Através deste trabalho, estamos a promover a criação de um ecossistema de inovação que abra novas oportunidades nas áreas do acesso, segurança e sustentabilidade alimentar. Como serão as embalagens do futuro? O que isso implica quer para os fabricantes/embaladores, quer para o consumidor final? O nosso objetivo é criar a embalagem para alimentos e bebidas mais sustentável do mundo, uma embalagem produzida exclusivamente com materiais renováveis ou reciclados, de origem responsável, totalmente reciclável, neutra em carbono, e sem que isso comprometa a segurança alimentar. É importante referir que os desafios de sustentabilidade que enfrentamos no nosso planeta estão todos interligados e, juntos, contribuem para as alterações climáticas. Até 2050, espera-se que a população mundial cresça mais de 25%, o que aumentará a procura de bens alimentares. Como indústria, temos de trabalhar juntos, ao longo da cadeia de valor, e tomar medidas coletivas que possam ajudar na descarbonização e na transformação dos sistemas alimentares mundiais, que são responsáveis por mais de 1/3 das emissões globais de gases com efeito de estufa (GEE). E, ainda assim, 1/3 de todos os alimentos produzidos é perdido ou desperdiçado. As novas embalagens são 100% recicláveis ou feitas de material reciclado? Há matéria-prima suficiente no mercado? A nova embalagem não utiliza material reciclado, mas sim materiais renováveis, em concreto cartão e polímeros de origem vegetal, obtidos a partir de fontes responsáveis. Depois, pode ser reciclada através do ecoponto amarelo, como as restantes embalagens da Tetra Pak. Sobre as matérias-primas, o fornecimento responsável é uma das principais áreas em que trabalhamos para abordar os impactos da nossa cadeia de valor na natureza. Aquilo que estamos a fazer é colaborar com a nossa

ENTREVISTA 22 A Tetra Pak tem a ambição de atingir zero emissões de GEE nas operações até 2030 e em toda a cadeia de valor até 2050 cadeia de abastecimento para melhorar a rastreabilidade e a transparência do fornecimento, através da utilização de fontes controladas e certificadas. Quais as vossas metas no que concerne a pegada de carbono? As metas definidas até 2030 incluem zero emissões de GEE e eletricidade 100% renovável nas nossas operações. Até lá, continuamos a fazer progressos e, no último Relatório de Sustentabilidade da Tetra Pak, comunicámos a redução em 39% das emissões operacionais de GEE, e 84% da energia utilizada globalmente tinha origem em fontes renováveis. Por outro lado, foram vendidas 11,9 mil milhões de tampas e mais de 8,8 mil milhões de embalagens com plástico de origem vegetal a nível mundial – destas últimas, 2 mil milhões correspondem à Península Ibérica. O compromisso com a utilização de materiais de origem vegetal resultou numa poupança de 131 quilotoneladas de CO2. Até 2050, vamos trabalhar em conjunto com os nossos fornecedores, clientes e outras partes interessadas para obter zero emissões de GEE na nossa cadeia de valor. Para garantir a avaliação do impacto da nossa cadeia de valor e a aprovação dos nossos planos de zero emissões líquidas pela iniciativa Science Based Targets (SBTi), de modo a limitar o aquecimento global a 1,5 graus celsius, somos uma das 59 empresas inscritas inicialmente e essa conquista é a base para as metas estratégicas que estabelecemos. Por tudo isto, a Tetra Pak foi nomeada Líder Climática Europeia 2023 pelo Financial Times, tendo sido reconhecida pelo seu progresso na redução das emissões de GEE e pelo seu forte compromisso com a ação climática. A Tetra Pak ficou entre os 20% das 500 melhores empresas da lista, obtendo uma redução absoluta de 54,3% das emissões num período de cinco anos, destacando-se a sua inclusão regular entre as empresas da lista A do CDP e os seus objetivos de zero emissões líquidas aprovados pela SBTi. Resumidamente, é importante sublinhar que a descarbonização dos sistemas alimentares exige reduzir a pegada de carbono em toda a cadeia de valor dos alimentos. Portanto, os esforços devem ser concentrados em quatro áreas principais: embalagens, operações, operações de clientes e matérias-primas. Quais os maiores desafios atuais e futuros para empresas como a Tetra Pak? Como já referimos, os desafios de sustentabilidade estão todos interligados e, juntos, contribuem para as alterações climáticas. Por isso, o nosso foco está nos temas da reciclagem e circularidade, com as nossas embalagens de cartão a serem recicláveis, sempre que existam infraestruturas de recolha, triagem e reciclagem adequadas. Onde as infraestruturas de recolha ainda estão em desenvolvimento, fazemos uma aposta própria e coinvestimos com recicladores em novos equipamentos e instalações para aumentar a capacidade de reciclagem. Além disso, colaboramos com diversos stakeholders com o objetivo de desenvolver o mercado de materiais reciclados. Temos também desenvolvido as nossas embalagens de cartão para aumentar o conteúdo de fibra e a utilização de materiais reciclados. Outro desafio é a descarbonização dos sistemas alimentares e também a resiliência destes, para aumentarmos o acesso a alimentos de forma segura e reduzirmos o desperdício. A nível de metas, a Tetra Pak tem a ambição de atingir zero emissões de GEE nas suas operações até 2030 e em toda a cadeia de valor até 2050. Com este compromisso, esperamos influenciar de forma positiva os nossos parceiros, mas também outros players da indústria. Paralelamente, dispomos de serviços especializados para otimização de fábrica na área de processo de alimentos (laticínios, sumos ou néctares). Estes serviços ajudam os nossos clientes a reduzir o consumo de água, de energia e o desperdício. Um desafio adicional é a proteção e restauração da biodiversidade. Desta forma, é preciso reafirmar o repto para trabalharmos, em conjunto, em prol da natureza. A indústria deve ter cadeias de fornecimento responsá-

ENTREVISTA 23 tem desenvolvido ações de sensibilização, direcionadas a diferentes targets: consumidor final, comunidade escolar, clientes, entidades gestoras de resíduos, entre outros. Temos realizado diversas iniciativas com o objetivo de incentivar e contribuir para o aumento das taxas de reciclagem das ECAL no ecoponto amarelo. Como exemplo, a ação com a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares e a ação com a Refood, que além de terem contribuído para o aumento da taxa de reciclagem das ECAL (mais 7,2 por cento face a Outubro de 2022), tiveram um impacto positivo em centenas de pessoas em condição vulnerável. O nosso objetivo é claro: aumentar as taxas de reciclagem e contribuir para uma economia circular. Por exemplo, as fibras de papel resultantes do processo de reciclagem podem ser utilizadas para produzir papel reciclado de alta qualidade, muito resistente, como é exemplo o papel kraft. A partir daqui vários produtos podem ser produzidos, nomeadamente sacos de papel, papel ondulado, caixas de cartão, caixas de ovos, etc., com a capacidade de serem novamente reciclados. n veis e fazer uma utilização eficiente de recursos como a água, de forma a minimizar os danos nos ecossistemas. Consideram que o consumidor português está suficientemente informado no que concerne reciclagem e sustentabilidade? A evolução tem sido positiva, mas precisamos de reforçar hábitos e continuar a apostar na sensibilização para aumentar as taxas de reciclagem, que se mantêm abaixo da média europeia. No ano passado, os portugueses encaminharam para reciclagem um total de 460.285 toneladas de embalagens, ou seja, verificou-se quase uma estagnação comparativamente ao ano anterior, de acordo com os dados do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagem (SIGRE). Isto significa que, se a tendência verificada nos últimos anos se mantiver, Portugal não vai conseguir alcançar a nova meta definida para 2025. No caso específico da reciclagem das embalagens de cartão para alimentos líquidos (ECAL), também continuamos abaixo da média europeia, e é por isso que a Tetra Pak do.dtm-print.eu Soluções de impressão Para os seus rótulos e alimentos CORTA QUALQUER FORMA E FEITIO CRIE ETIQUETAS COM FORMAS ÚNICAS COM A IMPRIMA DIRETAMENTE NOS ALIMENTOS COM A

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