Lisboa: 214 146 200 | Porto: 226 069 764 | comercial.pt@trane.com Solução Elétrica Ideal para Indústria Alimentar & Processamento de Carnes Necessidades de Arrefecimento e Aquecimento em Simultâneo Diminuição da dependência dos combustíveis fósseis Bombas de Calor de Alta Temperatura Pasteurização Transformação Alimentar 120°C 50°C -20°C 47°C 2024/1 11 Preço:11 € | Periodicidade: Trimestral | Fevereiro 2024 - Nº11
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C M Y CM MY CY CMY K PORTUGUÊS: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, ... ESPANHOL: Espanha, México, EUA, Argentina, Colômbia, Chile, Venezuela, Perú, ... ACEDA AO MERCADO LUSO-ESPANHOL DA INDÚSTRIA ALIMENTAR O GRUPO EDITORIAL IBÉRICO DE ÂMBITO INTERNACIONAL INTEREMPRESAS MEDIA - ESPANHA Tel. +34 936 802 027 comercial@interempresas.net www.interempresas.net/info INDUGLOBAL - PORTUGAL Tel. (+351) 215 935 154 geral@interempresas.net www.induglobal.pt
6 Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Defensores de Chaves, 15 3º F 1000-109 Lisboa (Portugal) Telefone +351 215 935 154 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Nova Àgora Grup, S.L. (100%) Diretora Gabriela Costa Equipa Editorial Gabriela Costa, Alexandra Costa, Nina Jareño Marketing e Publicidade Hélder Marques, Frederico Mascarenhas redacao_ialimentar@interempresas.net www.ialimentar.pt Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 44 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127558 Déposito Legal 480593/21 Distribuição total +5.200 envios. Distribuição digital a +4.500 profissionais. Tiragem +700 cópias em papel Edição Número 11 – Fevereiro de 2024 Estatuto Editorial disponível em https://www.ialimentar.pt/EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Gráficas Andalusí, S.L. Camino Nuevo de Peligros, s/n - Pol. Zárate 18210 Peligros - Granada (España) www.graficasandalusi.com Media Partners: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da iALIMENTAR adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. SUMÁRIO Membro Ativo: EDITORIAL 7 ATUALIDADE 7 Entrevista com Jorge Henriques, presidente da FIPA e presidente do Conselho Estratégico da Lisbon Food Affair 12 Descobrir o futuro da embalagem, da logística e do transporte 18 Tecnipão regressa em 2024 19 Alimentaria 2024 consolida Intercarn e lança novos salões 20 Católica lança ‘Strategic Agribusiness Management’ 21 Entrevista com Amélia Estevão, diretora de Marketing da Exponor / Enotécnica 22 Nova tecnologia para produzir vinhos de alta qualidade 24 WineStone entra na região de Lisboa com aquisição da Quinta de Pancas 26 A quercetina poderá ser o motivo por trás das dores de cabeça provocadas pelo vinho tinto 27 Tecnologia fomenta evolução da rastreabilidade na indústria alimentar 28 Um estudo com 149 amostras conclui que metade do caviar europeu testado é ilegal 32 Avanços no projeto eTIC4FOOD para a rotulagem inteligente de frutas e legumes sustentáveis 34 Impressoras de rótulos em rolo permitem adaptar o rótulo ao recipiente ou embalagem 41 CE deixa o controlo da rotulagem dos alimentos veganos ao critério de cada país 42 Revolução da reciclagem 44 Logofruits está a crescer rapidamente e abriu um segundo fluxo de receitas graças às soluções da linha alimentar Tomra 48 Revestimentos e embalagens comestíveis para reduzir os resíduos de embalagens e o desperdício alimentar 51 Automação na indústria alimentar 52 Portugal integra projeto europeu para reduzir o desperdício alimentar 54 Sovena arranca com nova fábrica de produção e embalamento em Angola 56 A mobilidade elétrica no transporte de mercadorias 57 As particularidades do transporte com temperatura controlada 60 Uma levedura geneticamente melhorada poderá ser um novo adoçante 64 Proteínas alternativas: como é que as plantas são transformadas em carne artificial? 66
7 Indústria alimentar portuguesa reafirma capacidade exportadora As exportações portuguesas de produtos alimentares e bebidas alcançaram 6.071 milhões de euros nos primeiros dez meses de 2023, o que traduz um crescimento de 5,77% face ao período homólogo de 2022, revelam os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Com os países de fora da União Europeia (UE) a absorverem cerca de 2.145 milhões de euros de produtos alimentares e bebidas produzidos em Portugal, um crescimento de 5,10% face a igual período de 2022, foi, no entanto, na UE que mais se consumiu produtos portugueses, resultando num valor de 3.925 milhões de euros. Embora os países de fora da União Europeia tenham crescido mais 5,10%, face a 2022, foi na UE que mais se consumiu produtos alimentares portugueses. Por países, o pódio das exportações é ocupado, respetivamente, por Espanha (32%), França e Brasil (8%) e Itália (5%). No entanto, e considerando o diferencial, e face ao mês de setembro, as vendas para Itália caíram 15% em outubro. "Embora tenhamos registado um incremento ao nível das exportações, o setor começa a sentir um abrandamento ao nível do consumo na Europa, nomeadamente nos países que são os nossos principais consumidores. Uma realidade que leva a que o setor se mantenha vigilante e algo expectante com o comportamento das famílias", afirma a Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA). Fonte: FIPA. EDITORIAL O primeiro trimestre de 2024 converge em eventos da indústria agroalimentar, o que nos permite, nesta primeira edição do ano da iAlimentar, antecipar as principais tendências e desafios que marcam o futuro próximo do setor. Na Lisbon Food Affair, onde a revista marca presença como media partner e especialista de referência em informação profissional para a indústria alimentar, anuncia-se uma ampla oferta de oportunidades de negócio, entre 4 e 6 de fevereiro, na FIL. Nesta edição, a distribuir durante a feira, publicamos uma grande entrevista a Jorge Henriques, presidente da FIPA e presidente do Conselho Estratégico da Lisbon Food Affair, que avança que este será “um espaço de experienciação”, onde as empresas do setor “podem mostrar aos mercados as suas soluções, inovação, estratégia, marcas”. A grande novidade do evento é o lançamento do Prémio LFA INNOVATION 2024, no qual a iAlimentar participará, também, como membro do júri. Já a Enotécnica promete gerar na Exponor, nos dias 7 e 8 de fevereiro, um ambiente dinâmico e inovador, pela “promoção de uma imagem unificada e de qualidade dos vinhos portugueses no mercado global”. Em entrevista de antevisão ao evento, onde a iAlimentar estará igualmente presente, Amélia Estevão, diretora de marketing da Exponor / Enotécnica, destaca a apresentação de tendências e soluções voltadas para temas como sustentabilidade, automatização e digitalização, “refletindo a crescente necessidade de práticas mais eficientes e ecológicas”. O calendário não para e a iAlimentar acompanha ainda, com informação privilegiada e distribuição no local, a Alimentaria 2024, que se realiza de 18 a 21 de março, em Barcelona; a Tecnipão Packaging 2024, entre 7 e 9 abril, em Lisboa; e a Empack e Logistics & Automation Porto, onde, entre muitas outras temáticas, o futuro da tecnologia da embalagem estará em debate, nos dias 17 e 18 de abril. Ainda em destaque nesta edição, as tecnologias para a rastreabilidade mais utilizadas pelas empresas da indústria alimentar, numa questão que “há muito deixou de ser apenas uma obrigação regulatória, tornando-se estratégica”. E as tendências e inovações em temáticas tão diversificadas como packaging e etiquetagem, rotulagem, automação, mobilidade elétrica ou logística do frio. Indústria alimentar revela dinamismo para 2024
8 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.IALIMENTAR.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Naturalfa certifica qualidade e segurança alimentar nas empresas A Naturalfa anuncia o lançamento de um novo serviço: a certificação BRCGS Food Safety. Esta norma pretende garantir que vários produtos alimentares são produzidos, distribuídos e comercializados de forma segura e com a máxima qualidade. A certificação é destinada a empresas que atuam na cadeia de distribuição alimentar, como fabricantes, distribuidores, fornecedores de ingredientes, retalhistas e prestadores de serviços relacionados com a indústria alimentar que, para a alcançarem, devem responder a uma ampla gama de critérios, relacionados, por exemplo, com higiene, avaliação de riscos, rastreabilidade, gestão de fornecedores e embalagem. Em termos de vantagens, a BRCGS ajuda as empresas a cumprirem com a legislação, tanto a nível nacional como internacional, assim como a aprimorarem a qualidade dos seus produtos e serviços e a demonstrarem melhores práticas no setor, incentivando o desenvolvimento de uma cultura de segurança alimentar. Os consumidores estão cada vez mais conscientes e exigentes e esta certificação ajuda a construir uma maior confiança junto dos mesmos. Além disso, a norma facilita o acesso a mercados globais e a parcerias de negócio, assim como a uma melhor relação com fornecedores. “São todas estas vantagens que tornam a certificação BRCGS a primeira opção para empresas que desejam melhorar a sua qualidade, segurança alimentar e reputação, como forma de diferenciação e vantagem competitiva no mercado global”, explica Liliana Perestrelo, diretora executiva da Naturalfa. A Naturalfa é agora um dos organismos que pode atribuir a certificação BRCGS Food Safety em Portugal. Conserveira Pinhais lança edição especial Nuri Limão A Pinhais & Cia, centenária conserveira de Matosinhos e casa da Nuri, lançou a Nuri Limão, uma edição especial de conservas de sardinhas artesanais com limão. A nova conserva de sardinha, produzida com este novo ingrediente, está à venda no Museu-Vivo 'Conservas Pinhais Factory Tour', loja Nuri de Viena, na loja online da Pinhais & Cia e em revendedores Nuri. A conserva de sardinhas artesanais Nuri Limão trata-se de um produto premium inovador, produzido com o próprio limão e não apenas com aroma, algo que o distingue da oferta existente no mercado. Cada Nuri representa uma verdadeira obra-prima única, uma seleção de referência para chefs e digna das ocasiões mais especiais. Criada pelos especialistas da Pinhais, esta nova conserva vem juntar-se à gama de sabores tradicionais e únicos da Nuri, a marca de culto e best-seller da empresa nos mercados internacionais, desde 1935. Segundo Marco Ferreira, diretor de qualidade da Pinhais & Cia, "todos nós já ouvimos a expressão “se a vida te der limões, faz limonada”. A Pinhais não se limitou a seguir esta máxima, decidiu ir mais longe e lançar a conserva de sardinha em limão. Com o lançamento previsto para o início deste ano, este produto #aumenta o nosso portefólio dando continuidade à nossa cultura de conservas de excelência, recorrendo a um ingrediente totalmente natural e português, o qual apenas fazemos acompanhar de outro de igual distinção, o azeite". C M Y CM MY CY CMY K
9 ATUALIDADE Grupo Gallo define as chaves para mitigar os efeitos da seca na cadeia de produção de massas alimentícias Desenvolver novas estratégias e aplicar a tecnologia adequada para fazer face ao impacto da seca na cadeia de abastecimento. Sob esta premissa, uma centena de especialistas do setor agroalimentar reuniu-se em Madrid para analisar o futuro da agricultura espanhola, na terceira edição do Agri Data Green Summit, que se realizou pela primeira vez em Espanha e contou com a presença de marcas líderes do setor alimentar, como o Grupo Gallo. Nesta terceira edição, o Agri Data Green Summit centrou-se nas perspectivas futuras da agricultura ibérica e mundial, destacando o desenvolvimento tecnológico como solução para mitigar os efeitos das alterações climáticas no setor agroalimentar. José Chacón, diretor de Trigo do Grupo Gallo, participou na mesa redonda 'Garantir a qualidade das cadeias de abastecimento agro-alimentares: experiências da Europa e da América Latina', que explorou soluções para manter a qualidade dos processos e produtos ao longo da cadeia de valor. Para fazer face à heterogeneidade da qualidade do trigo que o Grupo Gallo recebeu durante a última campanha, muito condicionada pela seca, a empresa aplicou um controlo intenso dos processos de cultivo para garantir a qualidade do produto final, a massa: “Tradicionalmente, a Gallo recebe mais de vinte mil toneladas de trigo duro, mas este ano não chegámos às nove mil. AF_anuncio_NO_20230207.pdf 1 07/02/2023 17:18
10 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.IALIMENTAR.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Nova garrafa PET reutilizável feita inteiramente de material reciclado O especialista em embalagem Alpla e a empresa alemã de água mineral Tönissteiner desenvolveram uma garrafa PET reutilizável, com capacidade de um litro, feita inteiramente de material reciclado (exceto tampa e rótulo) e 100% reciclável no fim de vida. Robôs colaborativos Fanuc para uma automação mais eficiente O especialista japonês Fanuc, pioneiro mundial em automação de fábricas, disponibiliza para a indústria alimentar a sua série CRX de robôs colaborativos. Os cobots (robôs colaborativos) Fanuc CRX são seguros, fiáveis, fáceis de utilizar e constituem uma solução versátil para uma vasta gama de aplicações, incluindo inspeção, carga e descarga de máquinas, embalagem, paletização, lixagem, soldadura e muito mais. Cumprindo a norma industrial IP67, a gama de robôs CRX é à prova de salpicos e pode ser utilizada em ambientes sujos. Os CRX podem detetar forças externas no espaço de trabalho e parar quando entram em contacto com uma pessoa ou objeto. Esta tecnologia permite que os CRX trabalhem em segurança ao lado dos operadores. A maioria dos robôs tem um design leve e compacto e adequa-se perfeitamente a ambientes industriais. Além disso, a programação interativa permite a gravação de sequências de movimentos, utilizando o sistema Hand Guidance, e o tablet de programação oferece uma interface gráfica e intuitiva que é muito fácil de utilizar, mesmo por pessoas sem experiência em robótica. Os CRX funcionam com uma ligação standard de 100 V/240 V e incluem um sistema de poupança de energia com um consumo de 400 W (com uma carga de 25 kg). Os robôs da série CRX também estão disponíveis com funcionalidades avançadas Fanuc, como o sistema de visão iRVision, que é muito útil para as empresas que pretendem aumentar a eficiência da sua produção, , divulga a empresa. A nova garrafa para água mineral reduz o consumo de carbono e oferece vantagens logísticas graças ao baixo peso. O PET reciclado (rPET) utilizado na produção da garrafa é produzido e fornecido pela AlplaRecycling. No final da sua vida útil a embalagem pode ser integramente reciclada. “A embalagem do futuro é sustentável, leve e segura. Na Alpla, já cumprimos este objetivo, com uma economia circular baseada no princípio bottle-to-bottle, na otimização do peso e no design sistemático para reciclagem. Em cooperação com a Tönissteiner, reunimos todas essas abordagens para criar uma nova solução reutilizável feita inteiramente de rPET ", diz Georg Pescher, diretor administrativo da Alpla Alemanha. “Tönissteiner é sinónimo de utilização sustentável dos recursos. Na Alpla encontrámos um parceiro inovador para a introdução da nossa primeira garrafa reutilizável rPET”. A garrafa amiga do ambiente foi perfeitamente adaptada aos nossos processos de triagem, engarrafamento e transporte", sublinha Hermann-Josef Hoppe, diretor-geral da Tönissteiner.
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ENTREVISTA 12 JORGE HENRIQUES, PRESIDENTE DA FIPA E PRESIDENTE DO CONSELHO ESTRATÉGICO DA LISBON FOOD AFFAIR “A LFA é um evento diferenciador, com uma ampla oferta de oportunidades de negócio, sendo já uma referência no calendário internacional de feiras multissetoriais” Gabriela Costa Numa grande entrevista de antevisão à Lisbon Food Affair, que as revistas iAlimentar e iFoods publicam como media partners do evento, Jorge Henriques garante que a FIL, em Lisboa, será, entre 4 e 6 de fevereiro, o palco onde as empresas do setor alimentar e bebidas, Horeca e máquinas, equipamentos e tecnologias para a indústria alimentar “se podem posicionar proactivamente e mostrar aos mercados as suas soluções, inovação, estratégia, marcas”. Neste “espaço de experienciação, onde o fator diferenciador é o acesso a networking privilegiado com profissionais do setor, o Prémio LFA INNOVATION 2024, que distingue o lançamento de produtos, equipamentos e tecnologia, é a grande novidade da LFA 2024. © FIL. Jorge Henriques, presidente da FIPA e presidente do Conselho Estratégico da Lisbon Food Affair.
ENTREVISTA 13 Que antevisão faz da 2ª edição da Lisbon Food Affair (LFA), no que respeita objetivos, expetativas de afluência, partilha de conhecimento e networking entre a indústria alimentar e de bebidas? A boa recetividade do mercado, nomeadamente junto de novas empresas, permite-nos estar francamente otimistas no que diz respeito à concretização dos objetivos que traçámos para esta segunda edição, até porque decorre num momento muito desafiante para toda a fileira do agroalimentar, marcada pelas alterações nos hábitos de consumo registados no pós-pandemia, pela guerra na Europa e Médio Oriente, pelas dificuldades relacionadas com a logística e com o preço dos transportes, bem como pelo aumento da procura de produtos diferenciados, por oposição a uma oferta massificada. Como sabemos, onde há mudança há oportunidades. Por isso, temos como expetativa que o evento se afirme como o palco onde as empresas se podem posicionar proactivamente e mostrar aos mercados as suas soluções, a sua inovação, a sua estratégia, as suas marcas; que seja um espaço de experienciação, onde em tempo real, é possível perceber a reação e aceitação do mercado nacional e internacional à oferta apresentada. Verificamos com muita satisfação que, neste momento, 48% das empresas inscritas participam pela primeira vez nos vários setores, um sinal claro da necessidade de apresentar novos conceitos e projetos que enriqueçam e atraiam valor negocial ao setor agroalimentar e ao evento. Outro indicador importante são os 23% de empresas internacionais diretamente representadas, sendo que este número será muito maior se tivermos em conta que a maioria das empresas vem de forma agrupada, e como tal, cada uma delas irá trazer várias empresas e marcas integradas. Para já os países representados são Brasil, Eslováquia, Espanha, França, Índia, Itália, Letónia, Peru, Tunísia, e Uruguai, sendo que há perspetivas de poder contar com outros mercados. De que modo a LFA 2024 “antecipa um dos mais relevantes espaços de debate sobre as tendências de mercado, o consumo, as novas geografias de negócio e o próprio futuro do setor”? Que temáticas estarão em destaque, nomeadamente sob as premissas da inovação e sustentabilidade? A Lisbon Food Affair é uma feira de experienciação e, por isso, as atividades que se realizam durante o evento ocupam um lugar fundamental, como os workshops, talks, espaços e ações temáticas, showcookings e mostra de inovação. Sendo a inovação um dos eixos estratégicos, haverá um lugar destacado para uma mostra, com exposição permanente de produtos inovadores lançaLFA 2023 - © FIL. È espectável que o setor de equipamentos e dos serviços para a indústria alimentar experimente um aumento no investimento.
ENTREVISTA 14 dos no mercado em 2023/2024. Na LFA INNOVATION, as empresas que têm novos produtos ou equipamentos em lançamento no mercado português aproveitam esta oportunidade de divulgação que o evento promove e potencia junto da comunicação social e compradores profissionais. A abordagem aos temas da sustentabilidade, fatores ESG, gestão de desperdício no setor alimentar tem-se tornado cada vez mais relevante, devido à crescente conscientização global sobre questões ambientais e sociais. A Lisbon Food Affair conta com a colaboração de entidades parceiras que contribuem com conhecimento, formação e regulamentação destes temas. Há a necessidade de fazer chegar a informação às empresas e, por parte destas, a necessidade crescente de indicadores das melhores práticas. É com base nesta simbiose de interesses que a LFA se disponibiliza para colocar todos os players a debater temas como a redução do desperdício alimentar, a gestão da cadeia de abastecimento, a sustentabilidade e uso de novas tecnologias na produção, certificações sustentáveis, ou redução do uso de materiais nocivos e sua substituição por embalagens sustentáveis e recicláveis. E é todo este ciclo de conhecimento e interação entre as várias entidades e empresas que queremos trazer para o evento, colocando esse know-how à disposição de todos os parceiros. Que resultados da 1ª edição permitem à organização afirmar o evento como “o maior marketplace qualificado e inovador do setor"? A LFA realizou a sua primeira edição em Fevereiro de 2023 com um balanço positivo, permitindo afirmar-se como o mais importante evento que se realiza em Portugal para os setores da alimentação e bebidas, canal horeca e máquinas, equipamentos e tecnologias para a indústria e distribuição alimentar, cumprindo o seu papel de montra de excelência e dinamizador da economia nacional. A participação das cerca de 200 empresas, nacionais e internacionais, representando mais de 500 marcas, traduziu-se numa taxa de concretização de negócios acima dos 80% e numa intenção de retorno de participação para a 2ª edição acima dos 75%. Já por parte dos visitantes profissionais, 73,3% deslocou-se à feira com intenção de fazer negócio, 87,1% afirmou que a LFA contribui para a projeção e crescimento económico do sector; 92,2% tencionava repetir a visita na próxima edição em 2024 e 89,7% recomendaria a visita a outros profissionais do setor. O objetivo proposto para a internacionalização um dos eixos estratégicos do evento, realizou-se igualmente com sucesso, através do programa de compradores internacionais e Hosted Buyers, que permitiu a realização de mais de 200 reuniões entre compradores internacionais e empresas participantes, as quais resultaram em negócios efetivos, realizáveis a curto prazo, para a maioria dos participantes. Todos estes números dão-nos motivos de satisfação, mas aumentam a nossa responsabilidade de conseguir fazer melhor na próxima edição, e de aumentar o valor que entregamos às empresas e à economia destes setores. Que novidades irão garantir que a LFA cresça enquanto uma importante feira profissional do setor agroalimentar em Portugal? A Lisbon Food Affair tem como objetivo ser o marketplace quer para as empresas que pretendem novas oportunidades no mercado nacional, quer para aquelas que têm como objetivo expandir os seus negócios para novas áreas geográficas. O fator diferenciador da LFA é trabalhar para proporcionar às empresas o acesso a networking estratégico e privilegiado com profissionais do setor. Para tal, a organização da LFA desenvolve um trabalho criterioso na seleção e validação de visitantes profissionais, nacionais e internacionais. Este trabalho permite às empresas aceder, com qualidade e rigor, a novos contactos de negócio e a oportunidades para expansão dos negócios. Teremos a participação de várias tipologias de empresas e entidades no evento, desde startups a PME e empresas de grande dimensão, escolas profissionais e tecnológicas e empresas com projetos I&D, com dinamização de áreas temáticas e setoriais. É resultado desse esforço, o LFA Food LAB, onde diferentes entidades apresentam projetos inovadores, promovendo as suas pesquisas e projetos I&D. Esta área oferece diversas oportunidades de visibilidade para além da exposição, como palestras e workshops técnicos, onde é possível partilhar conhecimento e descobertas com um público profissional diversificado. Consideramos que a LFA é um evento diferenciador dada a ampla oferta de oportunidades de negócio que pode gerar, sendo já uma referência no calendário internacional de feiras multisetoriais, com capacidade de atrair compradores qualificados, nacionais e internacionais. A abordagem aos temas da sustentabilidade, fatores ESG, gestão de desperdício no setor alimentar tem-se tornado cada vez mais relevante
ENTREVISTA 15 Como avalia a automação da indústria agroalimentar portuguesa, através da dinâmica introdução de maquinarias, equipamentos e tecnologias? Portugal é um dos países que nos últimos tempos mais investiu em automação, inovação e alteração dos ativos industriais. A avaliar a automação na indústria agroalimentar portuguesa, teremos de considerar o envolvimento de vários fatores como a eficiência operacional, o impacto económico, os valores de empregabilidade, fatores sociais e de carácter ambiental. A automação pode aumentar a eficiência na produção, reduzindo o seu tempo, minimizando erros humanos e melhorando a qualidade dos produtos, ao mesmo tempo que otimiza o uso de recursos naturais, contribuindo para minimizar impactos ambientais. As empresas têm de se munir de maquinaria e tecnologia que poderá exigir um investimento inicial significativo, mas que a longo prazo, se espera que resulte em redução de custos operacionais e numa maior competitividade. A gestão adequada da transição digital e da automação é fundamental para mitigar possíveis impactos sociais negativos, como o desemprego e a necessidade de requalificação profissional para os trabalhadores. A inovação adquire neste ponto um papel relevante e diferenciador, pois pode impulsionar a indústria agroalimentar, levando ao desenvolvimento de novos produtos, processos e modelos de negócios. Em resumo, a automação na indústria agroalimentar portuguesa pode trazer benefícios significativos, mas é essencial abordar cuidadosamente os desafios sociais e garantir uma transição suave para maximizar os resultados positivos. O equilíbrio entre eficiência operacional, sustentabilidade e considerações sociais será crucial para o sucesso a longo prazo. Enquanto FIPA, posso assegurar que procuraremos, neste ano que se inicia, colocar em evidência o esforço em investimento e dinamismo que a indústria portuguesa tem demonstrado na automação, na digitalização, na investigação científica e na renovação do parque industrial português. Na sua opinião, vai haver um aumento do investimento no setor dos equipamentos para a indústria alimentar nos próximos anos? O setor agrolimentar representa uma das fileiras estratégicas para a dinamização da economia nacional, e isso é revelado pelas várias estatísticas, como números de exportação, criação de emprego ou inovação. Eventos LFA 2023 - © FIL. Os programas de Hosted Buyers tornam-se essenciais quando a internacionalização é o objetivo.
ENTREVISTA 16 como a LFA permitem aferir, por exemplo, o grau de inovação que caracteriza a indústria alimentar, tendências, avanços tecnológicos, e daí são decorrentes fatores que podem determinar o aumento de investimento. É expetavel que o setor de equipamentos e dos serviços para a indústria alimentar possa experimentar um aumento no investimento, especialmente se houver uma convergência de fatores que incentivem a modernização e a eficiência na produção de alimentos. Contudo, a decisão de investir dependerá das estratégias individuais das empresas e das condições específicas do mercado em Portugal e globalmente. Os mercados português e espanhol são por natureza mercados de proximidade, de ligação natural e de extensão de negócio. Na sua perspetiva, em que medida necessitam as empresas da indústria alimentar e de bebidas ibérica participar em programas de Hosted Buyers, com vista à internacionalização dos seus negócios? Qual é a expetativa face aos compradores espanhóis já inscritos na LFA 2024? As ligações entre os mercados português e espanhol na indústria alimentar são significativas devido à proximidade geográfica, à história compartilhada e à integração económica na União Europeia. São por natureza mercados de proximidade, de ligação natural e de extensão de negócio. E essa condição é válida nos dois sentidos, embora, como é óbvio, o potencial de consumo e consequentemente, a escala de negócio sejam maiores do lado espanhol. No entanto, as nossas especificidades distinguem-nos enquanto produtores de excelência e, do ponto de vista da inovação, com produtos diferenciadores, com uma elevada notoriedade nos mercados externos. Estes fatores colocam-nos numa posição que nos permite concorrer em mercados similares. LFA INNOVATION 2024 DISTINGUE LANÇAMENTO DE TENDÊNCIAS DE MERCADO O LFA INNOVATION 2024 é uma das novidades nesta edição do evento. O Prémio tem como objetivo apoiar o esforço das empresas na conceção, desenvolvimento e lançamento no mercado de novos produtos de Food & Beverage, canal horeca, mas também equipamentos e tecnologia para a indústria alimentar. Em resultado da participação na Lisbon Food Affair, a organização convidou as empresas e entidades a candidatarem os seus produtos, equipamentos ou serviços, de carácter inovador, e lançamentos recentes no mercado nacional. Serão dados a conhecer o tipo de inovação bem como as tendências de mercado em que cada produto, equipamento ou serviço se destaca – saúde, praticabilidade, sabor, sustentabilidade, tecnologia. Estes produtos merecem destaque no evento com um espaço inteiramente dedicado na área de exposição. Participar na LFA INNOVATION permite potenciar a notoriedade das marcas, valorizar os produtos, diferenciar e posicionar a empresa como geradora de inovação, captar o interesse dos compradores nacionais e internacionais e, ainda, aumentar de forma significativa a divulgação e presença nos meios de comunicação social. Serão atribuídos selos de inovação às empresas cujas candidaturas sejam validadas pelo júri constituído para esta iniciativa. Esta distinção oferece uma diferenciação que atesta o carácter inovador de cada produto, equipamento ou serviço. A automação na indústria agroalimentar portuguesa pode trazer benefícios significativos, mas o equilíbrio entre eficiência operacional, sustentabilidade e considerações sociais será crucial para o sucesso a longo prazo O comércio entre Portugal e Espanha envolve tanto exportações como importações, com uma presença significativa, mas ambos necessitam de internacionalizar as suas empresas, produtos e assegurar exportações. Estes programas tornam-se essenciais quando a internacionalização é o objetivo, proporcionando oportunidades para crescimento, diversificação e inovação. As empresas podem explorar sinergias comerciais e alcançar novos mercados. Na LFA o programa de Hosted Buyers e de compradores internacionais é um dos pilares estratégicos para o
17 evento e para as empresas participantes. Neste momento já são mais de 30 os mercados emissores internacionais inscritos para esta edição de 2024, com compradores de países como Alemanha, Angola, Arábia Saudita, Argentina, Bahrain, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Chipre, Colômbia, Espanha, Emirados Árabes Unidos, Equador, França, Grécia, Hong Kong, India, Irlanda, Itália, Lituânia, Marrocos, México, Omã, Países Baixos, Polónia, Reino Unido, Roménia, Tunísia, Turquia, USA e Uruguai. Especificamente, do mercado espanhol, a Lisbon Food Affair tem inscritos, nesta fase, sete compradores, que procuram em Portugal e também junto de empresas internacionais que participam no evento as tipologias de produto: bebidas com e sem alcool, snacks e doces, vinhos, azeites, mel e derivados, produtos de mercearia, molhos, vinagres e condimentos, óleos e derivados, ovos e derivados de ovo, produtos Halal e Kosher, produtos Free From, produtos gourmet e delicatessen, produtos Bio e Vegan. Por último, e enquanto presidente da FIPA, quais são os principais desafios que a indústria alimentar e das bebidas enfrenta? Diria que teremos pela frente um período extremamente desafiante. A inflação deverá manter-se em alta em muitas das matérias-primas alimentares e teremos fatores que poderão colocar maior pressão, nomeadamente o acesso a determinadas matérias-primas, os custos de transporte alterados pelos valores da energia e dos combustíveis, o abrandamento económico de alguns países, e a conjuntura internacional, que em nada melhorou. Estes são, naturalmente, fatores extremamente preocupantes e que retiram a competitividade necessária a um setor como o agroalimentar, que é estruturante para o nosso país. Temos reforçado junto das entidades governativas uma maior participação do Estado, de quem esperamos instrumentos que atendam às preocupações deste setor. Este é um desafio que nos acompanha constantemente. Devido ao aumento verificado nas taxas de juro, comprometeu-se os níveis de consumo das famílias, o que se traduz num abrandamento da atividade económica e na faturação das empresas. No entanto, o setor espera continuar a crescer nas exportações, estimando ultrapassar os dez mil milhões de euros em vendas para o exterior num prazo estimado de três anos. n
18 EVENTOS Descobrir o futuro da embalagem, da logística e do transporte Com nova edição agendada para os dias 17 e 18 de abril, a Empack e Logistics & Automation Porto promete a “excelência na embalagem, logística e transporte”, num evento para fazer networking e negócios. Afirmando-se como “o único evento focado em impulsionar a inovação e o negócio entre empresas e profissionais de embalagem, logística e transporte” este é um espaço dinâmico e inspirador na Exponor, no Porto, onde todos os anos estão representadas mais de 80 marcas e milhares de profissionais em busca ativa de novos produtos e soluções para se manterem na vanguarda do setor: responsáveis de packaging, de qualidade, de produção, de logística, de supply chain, etc. Dois dias de negócios durante os quais, na Empack Porto, o futuro da tecnologia do packaging estará em destaque. Na edição de 2024, o objetivo é manter o contacto com fornecedores e profissionais do setor, e expandir a oferta de fornecedores e soluções de embalagem para trazer os mais recentes desenvolvimentos e a melhor tecnologia do mercado para a comunidade de embalagens. Em comunicado, a organização sublinha que a Empack Porto se estabeleceu “como o evento de referência anual do setor, graças ao seu sólido histórico de oferta das mais recentes máquinas, embalagens, etiquetas, impressão de embalagens e consumíveis”. A feira, realiza-se em conjunto com a Logistics & Automation, “oferecendo um espaço único para encontrar todos os novos produtos e descobrir a inovação”. Empack e Logistics & Automation Porto oferece aos visitantes profissionais da indústria da embalagem, armazenamento, manipulação e logística a oportunidade de conhecer os principais fornecedores / expositores e fazer networking e negócios. Inscrições gratuitas mediante registo. n
19 EVENTOS Tecnipão regressa em 2024 Na próxima edição, a Tecnipão pretende ser uma alavanca para as empresas participantes e, por isso, reforçou a sua aposta e decidiu oferecer uma nova dinâmica ao evento, que se realiza nos dias 7 a 9 de abril de 2024, na FIL, em Lisboa. A Tecnipão conta com a presença de diversas empresas e marcas de referência do setor da panificação e pastelaria, que a cada edição elegem a exposição para apresentarem as suas inovações. Produtos de panificação são alimentos obtidos pela amassadura, fermentação e cozedura das farinhas de trigo, centeio, triticale com água e fermento, sendo utilizados também sal, aditivos e outros auxiliares tecnológicos. TENDÊNCIA DE CONSUMO CRESCENTE Estatisticamente, esta é a segunda categoria alimentar mais consumida na Europa, atrás dos lacticínios, representando um peso de 17% no total da dieta alimentar. Em Portugal o consumo médio de produtos de panificação é superior a 60 quilos anuais per capita e, apesar de um ligeiro decréscimo durante os anos da pandemia, em 2021 o consumo de pão e seus derivados voltou a crescer, prevendo-se um aumento anual de 6,8% até 2028. A importância da indústria da panificação é o reflexo da sua história e do peso que tem na alimentação. Cada vez mais os consumidores exigem produtos inovadores (sem glúten, baixas calorias, vegan, etc), com melhor apresentação e maior variedade. Os players do setor vão exigir maior rapidez na distribuição, maior controlo da qualidade e preços mais competitivos. Se é um profissional da área, a Tecnipão é a feira ideal para conhecer os segredos do negócio e futuros parceiros. n
20 EVENTOS Alimentaria 2024 consolida Intercarn e lança novos salões A próxima edição da Alimentaria, que se realiza de 18 a 21 de março, no recinto da Gran Via da Fira de Barcelona, reforça o seu salão líder Intercarn, “mostrando a sua internacionalidade e sustentabilidade”, e lança quatro novos salões setoriais: Coffee, Bakery & Pastry, Organic Foods, Fine Foods e Food Tech. A oferta da Alimentaria será estruturada em nove salões sectoriais, os 'veteranos' Intercarn, Restaurama, Interlact, Expoconser e Snacks, Biscuits & Confectionary, e os recém-criados Coffee, Bakery & Pastry, Organic Foods, Fine Foods e Food Tech. A estes juntam-se os setores transversais Grocery Foods (produtos de grande consumo), Pavilhões Internacionais e Terras de Espanha (que reúne as regiões e comunidades autónomas do país vizinho), bem como o salão Alimentaria Trends, que inclui as áreas para os crescentes segmentos Vegan Foods, Free From (alimentos sem alergénios), Halal Foods e Functional Foods. O evento, organizado pela Alimentaria Exhibitions, destacará a importância fundamental da indústria e dos serviços da carne para o canal Horeca. Para tal, contará com a presença de uma ampla representação das principais empresas e associações destes segmentos, tanto a nível nacional como de outros países. A Alimentaria & Hostelco reforçará o seu alcance internacional, ampliando os seus programas para atrair compradores especializados dos setores da carne, hotelaria, restauração e foodservice, de países estratégicos como Portugal, Itália, França, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos e México. Entre as novidades nesta edição de 2024, a Hostelco & Restaurama lançará o setor Coffee, Bakery & Pastry, criado com o objetivo de se tornar o maior ponto de encontro dos segmentos do café, bar, padaria, pastelaria e gelataria a nível internacional, reunindo toda a oferta de produtos e equipamentos. Nesta plataforma - que conta com o apoio da Confederação Espanhola de Empresas de Hotelaria e Restauração (CEHE), da Confederação Espanhola de Hotéis e Alojamentos Turísticos (CEHAT) e do Instituto Tecnológico Hoteleiro (ITH) – irão realizar-se apresentações de chefs, pasteleiros e baristas de renome, palestras e debates, concursos e demonstrações de produtos. O novo presidente da Alimentaria, Antoni Llorens, sublinha que "uma vez mais, a Alimentaria se renova para se adaptar às necessidades do setor e antecipar as tendências, os desafios e as dificuldades que [o mesmo] enfrenta”. A Alimentaria 2024 vai “oferecer ao setor as ferramentas necessárias para competir num mercado em mudança e abrir novas oportunidades”, conclui, em comunicado. n
21 FORMAÇÃO Católica lança 'Strategic Agribusiness Management' A Universidade Católica lança uma formação de executivos com o tema 'Strategic Agribusiness Management', dirigida aos profissionais do setor agroalimentar. A formação terá uma duração de 35 horas, com início previsto para 20 de fevereiro de 2024. A iniciativa integra um programa intensivo de formação em Gestão de Agronegócios, com enfoque na caraterização e discussão dos temas mais relevantes subjacentes às decisões de investimento e gestão das principais fileiras agroalimentares em Portugal. O programa decorre em formato blended-learning, envolvendo sessões presenciais em sala, sessões online e visitas de campo a explorações de referência agrícola e agroindustrial. O corpo docente é especializado nas temáticas a lecionar, e inclui académicos e agentes setoriais altamente qualificados. Irão realizar-se diversas mesas redondas ao longo do programa, que contribuirão para gerar um alargamento adicional de perspetivas sobre a relevância dos temas abordados. PRINCIPAIS BENEFÍCIOS Esta formação pretende familiarizar os participantes com os temas mais relevantes e atuais da gestão das empresas agrícolas e agroalimentares em Portugal, tais como: • Caraterização e condicionantes associadas à distribuição geográfica das fileiras e à disponibilidade de recursos (água e energia) para a sua viabilização; • Tendências do consumo e retalho alimentar; • Como reconciliar produção comercial e sustentabilidade ambiental; • Como gerir estrategicamente o branding e a comunicação nas fileiras agro; • Como fazer evoluir a Política Agrícola Comum nos próximos anos; • A que recursos e instrumentos poderão as empresas recorrer no âmbito da sua gestão financeira; • Como gerir e cobrir os riscos do agribusiness; quais as tendências das soluções de seguros no agribusiness. • Qual o papel e relevância das novas tecnologias na produção, distribuição e gestão integrada das fileiras agroalimentares. A QUEM SE DESTINA O programa destina-se a gestores e técnicos com perspetiva de virem a assumir responsabilidades de gestão em empresas e associações dos setores agroalimentares em geral, e também dos setores que com estes se relacionam diretamente e que requerem um conhecimento especializado e atual dos mesmos. • Produtores e distribuidores de produtos agroalimentares, empresas que produzem e comercializam fatores de produção para o agribusiness; • Quadros de instituições financeiras e seguradoras que analisam projetos e trabalham com clientes de agribusiness; • Investidores e sociedades gestoras de investimentos interessadas no setor do agribusiness em Portugal; • Consultores e projetistas, avaliadores imobiliários e escritórios de advocacia que trabalhem de forma especializada com temas de agribusiness; • Quadros de organizações públicas que trabalhem de forma especializada com entidades do agribusiness (AGPDR, IFAP, GPP, etc). n
DOSSIER ENOLOGIA | ENTREVISTA 22 AMÉLIA ESTEVÃO, DIRETORA DE MARKETING DA EXPONOR / ENOTÉCNICA “A promoção de uma imagem unificada e de qualidade dos vinhos portugueses no mercado global é essencial para garantir reconhecimento, competitividade e internacionalização” Nos dias 7 e 8 de fevereiro a Enotécnica 2024 regressa à Exponor com “as mais recentes tendências e soluções para os desafios enfrentados pelo setor”. Em entrevista, a diretora de Marketing da Exponor / Enotécnica prevê apresentações de tecnologias de precisão, novas soluções para a gestão de colheitas e processos de vinificação, e produtos voltados para a sustentabilidade ambiental. Gabriela Costa O que podem esperar os profissionais de produtos e equipamentos para a viticultura e enologia do regresso à Exponor da Enotécnica – Feira de Enologia e Viticultura? Que tendências e desafios serão antecipados? Visitando a Enotécnica, os profissionais podem esperar um ambiente dinâmico e inovador. Estamos focados em trazer as mais recentes tendências e soluções para os desafios enfrentados pelo setor. Antecipamos que temas como sustentabilidade, automatização e digitalização estarão em destaque, refletindo a crescente necessidade de práticas mais eficientes e ecológicas na viticultura e enologia. Amélia Estevão, diretora de Marketing da Exponor / Enotécnica.
DOSSIER ENOLOGIA | ENTREVISTA 23 Após anos de interregno, esta edição de 2024 promete ser “um evento inovador e ousado”. Que novidades, a nível de produtos e equipamentos, serão apresentadas e como perspetiva a evolução deste setor em Portugal, comparativamente ao mercado B2B europeu (e espanhol, em concreto)? Esta edição trará uma oferta diversificada de produtos e equipamentos inovadores. Prevemos apresentações de tecnologias de precisão, novas soluções para a gestão de colheitas e processos de vinificação, além de produtos voltados para a sustentabilidade ambiental. Em relação à evolução do setor em Portugal, acreditamos que estamos alinhados com as tendências europeias de forma positiva, com um foco crescente na qualidade, sustentabilidade e diferenciação. No mercado B2B espanhol, reconhecemos a relevância histórica, mas vislumbramos a oportunidade de partilhar conhecimento e fortalecer laços comerciais que enriqueçam ambas as partes. Em que medida é hoje a tecnologia fundamental para reforçar o tecido empresarial na viticultura e enologia? A tecnologia tornou-se essencial para impulsionar a eficiência e a qualidade no setor. Desde sistemas de monitorização de colheitas, passando por avanços na vinificação, a tecnologia permite não só aprimorar processos existentes, mas também explorar novas fronteiras de inovação. A adoção de tecnologias inteligentes aumenta a produtividade, mas também permite a personalização e a adaptação às exigências de um mercado em constante mudança. A Enotécnica “destaca-se como um evento único que reflete a importância de todo o cluster, impulsionando assim o setor”. Como pode a indústria nacional de vinhos dinamizar mais este cluster, com vista a crescer em negócios, competitividade, reconhecimento dos fabricantes e marcas e internacionalização? A indústria nacional de vinhos tem todo o potencial para fortalecer significativamente este cluster. A promoção de uma imagem unificada e de qualidade dos vinhos portugueses no mercado global é essencial para garantir reconhecimento, competitividade e internacionalização, destacando não só as marcas individuais, mas também a excelência do setor como um todo. Além disso, destacamos ainda a importância das colaborações entre todos os intervenientes. Iniciativas de colaboração para pesquisa e desenvolvimento, partilha de melhores práticas e investimento em programas de educação e formação podem catalisar o crescimento do setor. Por essa razão, priorizámos, nesta edição, parcerias que têm vindo a desempenhar um papel crucial no setor. São nossos parceiros a Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD) e a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), que têm desempenhado um papel importante nas práticas amigas do ambiente. Destaca-se a UTAD, que criou de raiz o projeto Vine&Wine, que não posso deixar de destacar. A indústria nacional de vinhos tem um vasto potencial para dinamizar ainda mais este cluster em parceria com iniciativas como este projeto. Com um investimento substancial de quase 80 milhões de euros nos próximos três anos, sendo que 41 milhões são financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), esta é uma oportunidade significativa. Ao focar em inovação, sustentabilidade e competitividade, o Vine&Wine Portugal tem o objetivo de impulsionar o crescimento sustentável das empresas do setor. Este investimento direcionado proporciona um cenário ideal para elevar a qualidade, reconhecimento e internacionalização das marcas, posicionando-as de forma mais competitiva no mercado global de vinhos. n Temas como sustentabilidade, automatização e digitalização estarão em destaque, refletindo a crescente necessidade de práticas mais eficientes e ecológicas A adoção de tecnologias inteligentes aumenta a produtividade e permite personalização e adaptação às exigências de um mercado em constante mudança
24 DOSSIER ENOLOGIA NOVA TECNOLOGIA PARA PRODUZIR VINHOS DE ALTA QUALIDADE Já estão em curso os trabalhos de desenvolvimento do projeto de parceria público-privada UHPH4wine, que tem como objetivo estudar e validar uma nova tecnologia de Homogeneização a Ultra-Alta Pressão (UHPH) para ser aplicada na produção de mostos, mostos concentrados e vinhos, gerando novos processos e produtos vínicos de elevado valor acrescentado. Esta tecnologia, recentemente aprovada pela Organização Internacional do Vinho (OIV), permitirá esterilizar e homogeneizar simultaneamente os mostos e/ou vinhos, pelo que se apresenta como uma alternativa viável para se conseguir a conservação dos mesmos sem aditivos, evitando danos térmicos e a perda de propriedades organoléticas. O UHPH4wine apresenta esta tecnologia como uma alternativa viável para conservar vinhos sem aditivos, evitando danos térmicos e a perda de propriedades organoléticas.
25 DOSSIER ENOLOGIA González Byass lidera este projeto de parceria público-privada, no qual também participam a empresa Adegas Valmiñor e o Vitec (Centro Tecnológico do Vinho). O UHPH4wine conta com um orçamento de 765 924 €, cofinanciado pela Agência Estatal de Investigação (AEI) do Ministério da Ciência e Inovação (Espanhol) com fundos do Next Generation EU no âmbito do Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência (equivalente ao PRR português). De referir ainda que a iniciativa conta com o apoio da Plataforma Tecnológica do Vinho de Espanha (PTV), da Federação Espanhola do Vinho (FEV), da INNOVI (Cluster Vitivinícola Catalão) e da Plataforma Tecnológica Food For Life-Spain. A ORIGEM DO PROJETO Atualmente, uma das principais motivações para a mudança no setor vitivinícola é precisamente a inclinação do consumidor para produtos que cumpram um elevado padrão de qualidade e segurança alimentar. A este respeito, importa referir que, embora o dióxido de enxofre tenha sido, de um modo geral, o antissético, desinfetante e conservante mais utilizado na produção de vinho, as legislações vinícolas atuais tendem a limitar a sua utilização devido a questões ambientais e a possíveis efeitos adversos na saúde humana. A esta circunstância acresce o fator de enorme sazonalidade que condiciona a produção de vinhos e derivados vínicos. O momento da vindima, o início precoce da fermentação e as alterações que esta provoca nos mostos exigem uma rápida atuação das adegas para garantir produtos de qualidade, ao mesmo tempo que têm de escoar uma quantidade considerável de mostos e de vinhos. INTERESSE E OBJETIVOS O objetivo geral do UHPH4wine é validar a tecnologia de Homogeneização a Ultra-Alta Pressão desenvolvida pela empresa de base tecnológica Ypsicon e implementada para o projeto pelo Vitec, o qual terá ao dispor, nas suas instalações, um protótipo desta tecnologia com um rendimento de 150 l/h. A validação da tecnologia com o referido protótipo em mostos e vinhos de diferentes variedades de uva (verdelho, alvarinho e malvasia-rei, entre outras) fornecidos por González Byass e pela empresa Adegas Valmiñor, permitirá a sua utilização em novos processos e produtos vínicos de elevado valor acrescentado, sendo extremamente interessante para o setor enológico por três razões fundamentais. Em primeiro lugar, porque constitui uma solução viável para a eliminação da utilização de enxofre para a conservação dos vinhos. Em segundo, porque oferece alternativas de aproveitamento dos excedentes de mosto e de vinho produzidos em muitas adegas espanholas. E, por último, porque coloca a possibilidade de dessazonalizar a produção de vinho, evitando a sua total dependência da vindima, ao poder gerir os mostos uma vez tratados e proceder à sua vinificação em função da procura. Para atingir este objetivo principal, é necessário adquirir, combinar, configurar e utilizar conhecimentos científicos e tecnológicos já existentes, gerados em fases anteriores à presente validação, contando para isso com a participação da Escola Técnica Superior de Engenheiros Agrónomos e Biociências. Neste sentido, o UHPH4wine propõe também uma série de objetivos específicos, entre os quais se destaca a produção de vinhos mais saudáveis e de alta qualidade, graças à eliminação dos sulfitos através do tratamento do mosto e do vinho com UHPH, ou a melhoria significativa do período ideal de consumo dos vinhos envelhecidos segundo o modo de produção biológico, após o engarrafamento. n
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