BA6 - Agriterra

46 CITRINOS EM PORTUGAL propagação em todo o Algarve. Neste momento, a doença está situada apenas geograficamente emVila do Bispo e Aljezur. A mosca da fruta é outra doença que preocupa o setor, comdanos económicos enormes: “há muito que pedimos um plano de combate integrado, à semelhança do que se fez emValência (Espanha) e que engloba as armadilhas, os machos esterilizados e os produtos fitossanitários. Além disto, era importante ter um sistema de Avisos em que se dê a indicação aos produtores onde e quando se devem fazer os combates e os lançamentos dos produtos”. Para isso, sustenta, é essencial ter um cadastro cítrico. E porque não há? À pergunta, José Oliveira é claro: “nunca houve disponibilidade de verbas oficiais para fazer um cadastro e há muitos anos que reclamos este trabalho. Não é só conhecer as áreas geográficas devidamente cadastradas da região, tem que se saber as variedades, os compassos, os porta- -enxertos, conhecer a localização dos hospedeiros e onde estão os pomares abandonados, que são focos terríveis para as pragas”. O dirigente da AlgarOrange realça que este problema não existe, por exemplo, em Valência, em que o Governo regional gasta 9 a 10 milhões de euros por ano neste combate. “Já fizemos várias sessões de esclarecimento e debates, mas a questão tem sido sempre falta de dinheiro”, lamenta. O responsável fala ainda de outro problema que prejudica os produtores portugueses: “a UE permite que a fruta que vem do exterior, nomeadamente da África do Sul, tenha limites mínimos de resíduos químicos, e que são proibidos na UE. Já o produtor português não o pode fazer”. Por tudo isto, José de Oliveira antecipa um ano de 2022 com várias preocupações. À data desta conversa – fevereiro – o responsável refere que “há muita fruta de inverno que não chegou a ser comercializada, temos muito receio que a falta de água provoque uma queda acentuada das duas próximas variedades. E isso a acontecer, juntamente com o preço dos combustíveis e fatores de produção, pode provocar um ano muito difícil para a Citricultura nacional”. n ALGARORANGE E A MISSÃO DE DEFENDER OS CITRINOS DO ALGARVE A AlgarOrange - Associação de Operadores de Citrinos do Algarve é uma associação empresarial sem fins lucrativos, criada em 2018, com a missão de representar e defender os citrinos do Algarve. Assume-se como a porta- -voz oficial do setor e reúne, numa única entidade, as principais empresas e organizações que têm como objetivo primordial a produção sustentada de citrinos de qualidade. Com 11 associados, a AlgarOrange representa cerca de 40% da produção de citrinos no Algarve e 30% da produção nacional de citrinos. Todos os associados seguem o modo de Produção Integrada, com respeito pelo meio ambiente e com recurso mínimo a pesticidas. A AlgarOrange é defensora de ummodelo de negócio sustentável e de proximidade com os produtores, guiado por este fio condutor comum, transversal às diferentes fases de produção: desde a preparação dos terrenos, à adubação e desinfeção dos pomares, da rega e poda até à colheita e transporte dos citrinos. A missão? Garantir que os citrinos chegam aos consumidores finais no menor tempo possível e com a máxima frescura.

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