BA5 - Agriterra

MECANIZAÇÃO 65 rada uma consola, desenvolvida pelo Eng.º Tiago Ribeiro, da Universidade do Minho, que permite programar e controlar o tempo de atuação de cada uma das bombas que incorporam o vibrador, bem como os tempos de paragem entre o arranque dos equi- pamentos (Figura 6). Esta consola foi instalada junto ao posto de condu- ção do operador do trator. Os valores que permitiram esta nova aplicação tiveram como base as publicações decorrentes de ensaios anteriores (Pinheiro et al. , 2003a, b; Pinheiro et al, 2005; Barriguinha, 2004; Gonçalves et al. , 2016). 2.2 Parcelas de ensaio As parcelas de ensaio estão localizadas na Herdade da Salema, na proximi- dade de São Romão, freguesia do Torrão, concelho de Alcácer do Sal. Foram selecionados dois povoamen- tos puros regulares de pinheiro manso (Figura 7). Em cada um foi marcada uma parcela com 75 árvores, em que foram medidos o diâmetro à altura do peito, a altura total, a altura do início da copa, a altura da bifurca- ção do fuste e os raios de copa nas quatro direções cardiais. Os povoa- mentos são adultos com diâmetro à altura do peito a variar entre 35 cm a 77,5 cm, altura entre 9 m e os 19 m, profundidade da copa entre 2,7 m e 9.5 m e raio médio da copa entre 3,6 m e 7,9 m. A densidade é de cerca de 40 arvs/ha, correspondente a um compasso de 15 x 15 m (Bento, 2020). 2.3 Metodologia Foram definidos três tratamentos em função do tempo de vibração, conside- rando-se que em todos os tratamentos existiam dois ciclos e que cada ciclo tinha duas fases (Tabela 1). Na primeira fase apenas a bomba 1 é acionada, enquanto na segunda fase são acio- nadas ambas. Na definição dos ciclos consideraram-se as rotações no motor do trator, 1300 para o primeiro e 1500 para o segundo ciclo. Os tempos de vibração forammemorizados na con- sola (Figura 6) antes de se iniciar a colheita mecânica. As parcelas foram subdivididas em três sub-parcelas de 25 árvores, correspondentes a cada tratamento. Para cada árvore foi contabilizado o número e o peso de pinhas derru- badas por ciclo, o número de pinhas imaturas vivas ou mortas, de primeiro e segundo ano derrubadas e os danos provocados no fuste do pinheiro pelo equipamento. Para avaliar se existiam diferenças entre os tratamentos foi uti- lizado o teste estatístico ANOVA não paramétrico, dado que os dados não apresentavam distribuição normal. Para avaliar o desempenho em traba- lho contínuo do equipamento foram selecionados sete conjuntos de 25 árvo- res, aleatoriamente, para os quais foi cronometrado o tempo de deslocação entre árvores, o tempo de adaptação das maxilas à árvore e o de vibração. O tempo total é a soma dos três tem- pos elementares referidos. 3. RESULTADOS Encontraram-se diferenças signifi- cativas relativamente ao destaque de pinhas nos três tratamentos. O menos eficiente foi o tratamento T2 em que foram destacadas menos pinhas, tanto em número como em peso. Nos tratamentos T1 e T3 obtive- ram-se resultados semelhantes. Em média, no tratamento T2 a eficiência foi de 92.5%, enquanto no T1 foi de 98.2% e no T3 99.8%, respectivamente. Observou-se ainda, que no primeiro ciclo, eram destacadas a maior parte Figura 7. Aspeto de uma parcela e medição do diâmetro das árvores. Tabela 1. Tratamentos associados ao ensaio, em função do tempo de vibração e das rotações no motor do trator. Tempo Vibração (segundos) 1º ciclo 1 300 rotações 2º ciclo 1 500 rotações Nº Árv. Tratamento Bomba 1 Bomba 1 + 2 Bomba 1 Bomba 1 + 2 Total: 1 à 25 T 1 4 3 4 3 14 26 à 50 T 2 4 1,5 4 1,5 11 51 à 75 T 3 2 + 1,5 2 + 1,5 2 + 1,5 2 + 1,5 14

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