75 AGRORENOVÁVEIS Apesar do agrisolar ser um termo relativamente inovador no contexto português, esta prática já é explorada há alguns anos em vários países europeus, tendo sido mencionada pela primeira vez em contexto legal em Itália em 2012. Uma década mais tarde, muito devido às exigências da RED III e à pressão imposta pelas metas estabelecidas nos Planos Nacionais de Energia e Clima para 2030 (PNEC) dos vários países, o agrisolar beneficia de uma disseminação sem precedentes. Contudo, não havendo ainda uma definição consensual dos critérios para a classificação de um projeto como agriPV, nem sequer uma regulação clara da atividade, verificase um uso abusivo do termo em certos casos de projetos descontextualizados e onde não há o envolvimento de um produtor agrícola nem qualquer atividade do género – critério fundamental no agrisolar! Configurações Através de configurações que aproveitam uma única área tanto para a produção agrícola como para a geração de eletricidade solar, permite-se a inovação tecno-ecológica nas práticas agrícolas e um aumento na eficiência geral do uso do solo. Os arquétipos de soluções agrisolares (Figura 1) podem ser definidos consoante o tipo de prática agrícola em questão e tendo em conta a classificação de usos do solo, onde o PV é instalado de forma harmoniosa com atividade agrícola, eficaz e sinergética possível. Figura 1 – Exemplos de configurações agrisolares. (Fonte: NREL 2022) Não existindo uma tradução oficial para português dos termos em inglês, os mesmos podem ser entendidos como: Figura 1 – Exemplos de configurações agrisolares. (Fonte: NREL 2022). são sinónimos que significam o uso de uma área que junta especificamente a produção de eletricidade através de PV à produção agrícola e à conservação da natureza, proporcionando múltiplas oportunidades a estas atividades sem requerer espaço adicional. Este conceito (agriPV), introduzido em 1981 pelos investigadores Goetzberger e Zastrow, está contido noutro mais abrangente, o agrisolar, que abarca, por sua vez, um segmento de mercado onde práticas de agricultura estão aliadas a instalações fotovoltaicas (por exemplo, sistemas PV para irrigação de culturas ou painéis instalados na cobertura de celeiros). Apesar do agrisolar ser um termo relativamente inovador no contexto português, esta prática já é explorada há alguns anos em vários países europeus, tendo sido mencionada pela primeira vez em contexto legal em Itália, em 2012. Uma década mais tarde, muito devido às exigências da RED III e à pressão imposta pelas metas estabelecidas nos Planos Nacionais de Energia e Clima para 2030 (PNEC) dos vários países, o agrisolar beneficia de uma disseminação sem precedentes. Contudo, não havendo ainda uma definição consensual dos critérios para a classificação de um projeto como agriPV, nem sequer uma regulação clara da atividade, verifica-se um uso abusivo do termo em certos casos de projetos descontextualizados e onde não há o envolvimento de um produtor agrícola nem qualquer atividade do género – critério fundamental no agrisolar! CONFIGURAÇÕES Através de configurações que aproveitam uma única área tanto para a produção agrícola como para a geração de eletricidade solar, permite-se a inovação tecnoecológica nas práticas agrícolas e um aumento na eficiência geral do uso do solo. Os arquétipos de soluções agrisolares (Figura 1) podem ser definidos consoante o tipo de prática agrícola em questão e tendo em conta a classificação de usos do solo, onde o PV é instalado de forma mais harmoniosa, eficaz e sinergética com a atividade agrícola. Não existindo uma tradução oficial para português dos termos em inglês, os arquétipos podem ser entendidos como: • Terra arável em cultura principal a) PV elevado (hortícolas) b) PV em fileiras (safra) c) PV proporcionando serviços de ecossistema (pastos); • Culturas permanentes a) PV elevado (frutos) b) PV em fileiras (frutos) c) PV proporcionando serviços de ecossistema (prados); • Prados e pastagens permanentes a) PV elevado (pastoreio de grande porte) b) PV em fileiras (pastoreio de pequeno porte) c) PV em campos de feno; • Culturas protegidas a) PV em estufas; b) PV em edificações agrícolas. MODELOS DE NEGÓCIO Diversos modelos de negócio são possíveis de aplicar num projeto agrisolar, dependendo do regime de propriedade do sistema PV e da gestão das atividades agrícolas, entre outros aspetos. Sem prejuízo de nuances caso-a-caso e do envolvimento de terceiros, são essencialmente três os modelos: • produtor de energia detém e opera o projeto agri-PV, em acordo com um agricultor (mais comum); • agricultor detém e opera o projeto agri-PV (pequenos produtores); • consórcio entre agricultor e produtor de energia (mais inovador).
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