BA19 - Agriterra

ENTREVISTA 18 um conjunto de ações e medidas que se considerou ser importante para melhorar a sustentabilidade e eficiência no uso da água no regadio em Portugal. Todas as medidas foram consideradas essenciais para a prossecução do objetivo, pelo que não se pode priorizar umas em detrimento de outras mas, para dar exemplos, posso referir a promoção de projetos que estudem e viabilizem opções culturais de acordo com as disponibilidades hídricas; a promoção da aplicação de novos materiais, soluções técnicas ao nível do perímetro de rega que permitirão melhorias nas condições de armazenamento e no transporte de água; a definição de estratégias de rega deficitária controlada, por cultura, e a determinação das produtividades médias da água, tendo em conta outros fatores (poda), numa lógica de gestão de risco; o estudo e a definição dos limiares das necessidades hídricas das culturas por região e a promoção do estudo da adaptação de novas culturas/variedades com aptidão ao regadio; o desenvolvimento de estratégias de comunicação para transmitir uma nova imagem e valor do regadio (externalidades positivas do regadio). Visita técnica à Campotec. Espera-se que a Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio crie no setor uma vontade de contribuir para uma agricultura cada vez mais eficiente Na prática, o que poderá mudar no setor com a aplicação desta Agenda, considerando que em Portugal o regadio é responsável por 60% da produção agrícola, mas apenas 16% do total de hectares de superfície agrícola utilizável estão equipados para regadio? A nossa expectativa é que a Agenda sirva efetivamente como um referencial para a orientação de políticas públicas no domínio do regadio, uma vez que resulta dos contributos não só do COTR mas de muitas outras entidades, públicas e privadas, que pensam e atuam neste setor. A agricultura de regadio tem mostrado o seu dinamismo, contribuindo fortemente para o sucesso, em termos de produtividade, de alguns produtos, com reflexos muito positivos na balança comercial do setor agroalimentar. As áreas de regadio têm também um papel determinante na fixação das populações no interior. Esperamos, assim, que as medidas previstas na Agenda possam ajudar a que a opinião pública tenha uma melhor imagem da agricultura e do regadio, que reflita, com exatidão, as suas externalidades positivas. Finalmente, sendo a Agenda um documento aberto e dinâmico, que será atualizado regularmente, espera-se que crie no setor uma vontade de contribuir para o desenvolvimento de uma agricultura cada vez mais eficiente na utilização dos recursos. n

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