ENTREVISTA 36 Para além desta iniciativa, o que está a ser feito para divulgar as virtudes dos frutos vermelhos produzidos em Huelva fora das fronteiras espanholas? É necessário intensificar ou reorientar a comunicação nos mercados externos, tendo em conta os ataques que os morangos e os frutos vermelhos produzidos em Espanha sofrem por vezes na Europa? Os nossos produtores há muito tempo que estão comprometidos com a inovação, a fim de obter um produto de alta qualidade, saudável, seguro e sustentável que atenda às exigências de sabor dos consumidores. Neste sentido, a unidade do setor do morango de Huelva também tem sido fundamental para crescer e consolidar a sua posição de líder na produção e exportação em toda a Europa. Projetamos uma imagem associada a estes valores em todos os fóruns nacionais e internacionais, congressos, feiras e conferências técnicas, e os mercados valorizam-no, embora isso não signifique que não soframos numerosos ataques de interesses específicos. Juntamente com o setor, estamos a trabalhar para consolidar esta imagem através da comunicação não só com os consumidores, mas também com as administrações públicas. A qualidade, a segurança, a sustentabilidade e os valores saudáveis da nossa fruta são inquestionáveis, mas estamos a competir em condições desiguais com, por exemplo, países terceiros que não pertencem à UE e que não estão sujeitos aos mesmos requisitos que nós. Qual é a eficiência do setor da gestão da água? Há margem para melhorias? A água é o principal motor da nossa produção. Em Huelva ainda estamos a lutar para garantir que temos infraestruturas suficientes. Há ainda um longo caminho a percorrer e isso dificulta muito a nossa atividade. No início desta época tínhamos apenas 50% de irrigação. Mais tarde, com as chuvas da semana santa, estas restrições foram menos severas e pudemos utilizar 75% da água. Isto condicionou a primeira parte da época. Somos um setor que utiliza até à última gota de água porque sabemos da sua importância e da sua escassez. E claro que há margem para melhorar, há sempre. Mas esta margem deve começar pelas infraestruturas, sem dúvida. Que medidas estão a ser tomadas para fazer face aos efeitos das alterações climáticas? Como é que este problema afeta a produção de frutos vermelhos em comparação com outras culturas agrícolas na Andaluzia? Apostamos firmemente na inovação tecnológica para enfrentar as consequências das alterações climáticas, que afetam diretamente todas as fases da produção de frutos vermelhos. É muito importante investir na investigação genética para desenvolver variedades de culturas que sejam resistentes ao stress hídrico e térmico e que, ao mesmo tempo, satisfaçam as exigências de sabor do consumidor. Qual é o nível tecnológico que o setor já atingiu e que ferramentas da agricultura 4.0 podem desempenhar um papel mais importante neste tipo de produção sob cobertura? Os produtores estão a introduzir novos sistemas de agricultura 4.0, como instalações de unidades de controlo para monitorizar dados climáticos e fases fenológicas, para identificar os momentos mais adequados para a distribuição das quantidades certas de água e fertilizantes e, assim, ajustar o consumo de água e nutrientes para as culturas. n “A unidade do setor do morango em Huelva também tem sido fundamental para o seu crescimento e consolidação como líder na produção e exportação para toda a Europa”.
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