BA15 - Agriterra

34 VITICULTURA A tecnologia na vitivinicultura Quem trabalha na vinha lida, cada vez mais, com tecnologia. Sensores, drones, voos, dados de satélite... o objetivo é obter dados e conseguir trabalhá-los em tempo real. No entanto isso cria, também, algumas dificuldades. Não só em termos da formação que passa a ser necessária, mas, também, ao nível de interoperabilidade de sistemas. Alexandra Costa 'Digitalização (de A a Z) do setor Vine & Wine'. Este foi o tema de uma das mesas redondas da Enotécnica e à qual as revistas iAlimentar e Agriterra se juntaram, na forma de moderação do evento. Durante cerca de 50 minutos os intervenientes - Maria José Moutinho, da Aveleda; Luís Alcino Conceição, do InovTechAgro; e José Teixeira Marques, da Herculano, do Grupo Ferpinta - debateram a digitalização do setor e as vantagens (e desafios) da utilização de tecnologia. Nos últimos dez anos, por exemplo, houve uma grande utilização de tecnologias sensoriais, que ajudam na monitorização do solo, da cultura e da presença da água no solo, e fornecem informação assertiva e em tempo real, explicou Luís Alcino Conceição. Essa é, aliás, a grande diferença. Porque, como lembra o professor do InovTechAgro, os vitivinicultores já tinham acesso a essa informação. Só que não em tempo real. “Mais recentemente o que se tem vindo a afirmar é a própria digitalização destas tecnologias”, acrescentou, referindo que, no caso da vitivinicultura esta é a tónica mais marcante. Com experiência direta no terreno, Maria José Moutinho aponta as dificuldades sentidas pela Aveleda em inserir os dados recolhidos no sistema de CRM. Aliás, para a engenheira esse é o maior desafio: a interligação entre os vários sistemas e dados. Quando isto acontece, acrescentou, não só não se obtém uma mais-valia como se perde tempo, porque há que inserir manualmente os dados. Sendo que se houver algum problema com o registo dos dados, seja por erro humano, adiamento da informação, etc., a vantagem da sua utilização deixa de estar presente. É certo que, com o tempo, têm surgido um conjunto de tecnologias e ferramentas que, aparentemente, vão solucionar muitos dos problemas do agricultor (neste caso do vitivinicultor). No entanto, Maria José Moutinho considera que se deve resistir à tentação e verificar a sua operabilidade com o CRM existente. Atualmente, acrescentou, a Aveleda utiliza plataformas com agrega dados limpos por georreferenciação, por satélite e que produzem mapas com informações como o vigor da vinha e o controlo das populações. A par disso as máquinas utilizadas fornecem dados que permitem a criação de mapas de produtividade e dão dados sobre o que se passa nas várias parcelas, em termos de produção. Adicionalmente a Aveleda dispõe de uma plataforma que agrega todos os dados meteorológicos das várias estações e que dá modelos de evolução de doenças, e ainda de um sistema de controlo das centrais de rega. Qualquer alerta é imediatamente acionado, pelo que a empresa consegue controlar o desperdício da água. Na prática a Aveleda trabalha com várias plataformas. Isto significa que o que falta é um layer que permita

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