12 COP28 Gestão eficiente da água é prioridade da política agrícola comum O setor agrícola está na agenda europeia e foi tema em destaque na COP28, onde o secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, sublinhou que o elevado consumo de água no setor agrícola “não é um gasto, mas uma necessidade”. Para Gonçalo Rodrigues a gestão eficiente a nível hídrico é uma prioridade, a par da transição energética. Gabriela Costa Os recursos hídricos na agricultura estiveram em destaque no programa temático dedicado à alimentação, agricultura e água durante a 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), recentemente realizada no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O setor agrícola é um dos que consome mais água e tem vindo a aumentar as emissões de gases com efeito de estufa nos últimos anos. Ainda assim, e como foi amplamente reconhecido, esta foi a primeira vez que o tema mereceu tanto destaque numa cimeira do clima. Como notou o secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, apesar do impacto ambiental que gera, necessariamente, a agricultura é (obviamente) fundamental, e numa avaliação de custo-benefício o consumo de água “não é um gasto, mas uma necessidade”. Para o responsável “há um esforço muito grande, não só dos estados- -membros, mas de Portugal em particular, na tentativa de adotar tecnologias que permitam a redução do consumo, tornando o uso da água cada vez mais eficiente”. Recordando os exemplos que foram apresentados numa sessão organizada pelo Ministério da Agricultura e Alimentação no pavilhão de Portugal na COP28, sobre a produção de azeite e de frutos secos, Gonçalo Rodrigues concluiu que “do ponto de vista alimentar, não há país nenhum no mundo completamente soberano”, explicitando que o facto de Portugal aproveitar as condições endógenas que permitem potenciar a produção de determinado alimento para exportação, compensando também dessa forma as necessidades de importação de outros, não implica qualquer erro de trajetória no caminho a seguir: “vivemos num mundo perfeitamente globalizado e também temos de dar resposta a outras necessidades, mas sempre com uma aposta muito clara na defesa do globo, apostando naquilo que se deve fazer e bem”, rematou. Já quanto à necessária transição energética no setor agrícola, Gonçalo Rodrigues sublinhou que essa é igualmente uma prioridade e destacou como exemplo a seguir a projeto de instalação do maior projeto fotovoltaico flutuante da Europa no Alqueva. O lançamento do procedimento para a instalação foi anunciado pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) e já se sabe que será o maior projeto fotovoltaico flutuante da Europa, com uma produção estimada em 90 gigawatts-hora (GWh)/ano. Num balanço final sobre a participação do Ministério da Agricultura na COP28, o secretário de Estado afirmou que “a mensagem que passámos é de que estamos a percorrer o nosso caminho através da adoção de tecnologias, mudança de mentalidades, e da incorporação de um desígnio nacional para tentar encontrar soluções” sustentáveis para o setor agrícola. n
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