EVENTO 81 Mais de 200 pessoas assistiram às palestras de especialistas de várias áreas relacionadas com o cultivo do abacate e que abordaram temas tão variados como as particularidades do cultivo e a sua viabilidade no Algarve, aos problemas de rega relacionados com o consumo de água, à polinização assistida, fungos aéreos ou às vantagens do abacate clonal. Se em 2013 existiam 300 hectares de abacateiros plantados, este número aumentou seis vezes até 2019, atingindo os 2600 hectares no final de 2021. Destes, mais de 90% estão no Algarve, razão pela qual os produtores da região têm de estar atentos às particularidades do seu cultivo e principalmente onde devem investir para ter melhores resultados. David Pozo, diretor da área agroalimentar da Interempresas Media, que edita em Portugal a revista Agriterra, começou por agradecer o entusiasmo com que os agricultores responderam ao convite para marcarem presença na I Conferência Técnica do Abacate, “cuja primeira edição é só umprincípio de um longo caminho de jornadas e eventos que vão chegar nos próximos meses como apoio a agricultores que querem apostar em cultivos de presente e de futuro”. Já Pedro Valadas Monteiro, diretor geral da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, relembrou a importância da agricultura no contexto mundial. “Hoje em dia enfrentamos um conjunto de constrangimentos e a cultura de abacate tem alguns problemas, nomeadamente as conotações com o chamado ‘ouro verde’. Temos uma opinião publica e uma sociedade civil atentas a estas notícias e a única maneira de combater esta desinformação passa por mostrar as boas práticas e não ter receio de abrir as explorações ao exterior. Mostrar as boas tecnologias, o bom trabalho e é por isso que eventos desta natureza são importantes, pois abrem as portas da agricultura aos media e fazedores de opinião”. ABACATE: 4º FRUTO COM MAIOR VOLUME DE MERCADO Coube a Enrique Colliles, diretor geral da TROPS, inaugurar o evento com uma palestra sobre o mercado do abacate e as suas perspetivas na Península Ibérica. Apesar do abacate ser a 8ª fruta no mundo em volume de consumo (dados de 2021), é o 4º fruto commaior volume de mercado, já que tem um preço médio superior face à maioria das frutas. “Como existe um crescimento do consumo, o seu cultivo é muito atrativo para investir, como aconteceu em países como o Perú, México, Colômbia, Marrocos ou Israel, que já investiram bastante em plantações de abacate”, indicou Enrique Colliles, que partilhou vários gráficos como volume de exportações dos maiores países produtores de abacate, tendo revelado como esta realidade pode afetar os produtores portugueses. “Se os preços este ano pareciam altos, nos próximos tempos se estas novas plantações distribuídas pelos vários países entrarem em produção vamos ter um cenário à volta dos 2€ por quilo, uma vez que a oferta pode ser superior Pedro Valadas Monteiro, diretor geral da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, na sessão de abertura. David Pozo, diretor da área agroalimentar da Interempresas Media, que edita em Portugal a revista Agriterra. Enrique Colliles, diretor geral da TROPS.
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