ENTREVISTA 71 Acabou de completar os seus primeiros seis meses demandato. Quais são as suas primeiras impressões? Considero a CEMA uma organização fantástica. Somos apenas seis pessoas em Bruxelas (Bélgica), mas mais de 450 pessoas estão envolvidas nas nossas atividades. Naturalmente, o mais importante são as nossas doze associações nacionais, incluindo a ANSEMAT espanhola, e temos uma forte presença na Europa, incluindo no Reino Unido e na Turquia, tendo agora expandido com a adição da Polónia. Em suma, temos membros de pleno direito (Espanha, Reino Unido, Dinamarca, Países Baixos, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Áustria e Polónia) e ummembro associado (Turquia). Alémdisso, trabalhamos com vários dos maiores fabricantes de tratores e máquinas agrícolas do mundo. Somos uma organização muito forte que reflete toda a diversidade da Europa em termos de pessoas, idiomas, fabricantes... com os diferentes tipos de agricultura que existem. Estou a descobrir que é um setor maravilhoso. Qual o volume de negócios absoluto da CEMA? O volume de negócios das nossas empresas situa-se entre os 50 e os 60 mil milhões de euros. A Europa encontra- -se na vanguarda mundial da produção e exportação de alta tecnologia e, enquanto outros setores o conseguem através da subcontratação para outras partes do mundo, a indústria europeia de máquinas agrícolas fá-lo quase exclusivamente aqui, o que aumenta o emprego nos países que nos rodeiam, inclusive nas zonas rurais. Para alémdessa inquestionável contribuição social, o setor das máquinas agrícolas demonstra a sua força e evolução tecnológica. Trata-se, sem dúvida, de um setor muito dinâmico. Os meus amigos da indústria automóvel pensam que estão no topo do mundo, mas eu repito sempre que estamos dez anos à frente deles no que diz respeito às novas tecnologias. Por exemplo, lembro-me que em 1999 já existiam tratores autónomos e só há alguns anos é que esta tecnologia foi implementada nos automóveis. Será que esta evolução é viável e terá o setor capacidade para fazer face aos investimentos exigidos pelas novas tecnologias? A agricultura enfrenta grandes desafios, especialmente em termos de segurança alimentar, ambiente e gestão da água. Devemos ter em conta que tudo isto depende da sustentabilidade financeira dos produtores, cuja atividade deve ser rentável. Caso contrário, é o fim do jogo. Estes são desafios que estamos a enfrentar na Europa, mas não podemos abordar a questão central da sustentabilidade apenas aumentando a pressão regulamentar sobre os agricultores. Acresce também o recente problema da inflação, causada sobretudo pelo aumento dos preços dos géneros alimentícios, o que também tem um impacto negativo e injusto na imagem dos produtores. É importante que a Europa produza alimentos suficientes para a sua própria população e não se torne dependente das importações, Para Wiersma, a Demoagro é um exemplo da transparência que, na sua opinião, o setor da mecanização agrícola deve transmitir.
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