57 CEREAIS ponente commaior peso na produção de cereais (56%), seguida do trigo (19%) e do arroz (16%) (GPP, 2020). A consequência desta situação, para o representante da AJAP, é que o nível de autoaprovisionamento nos cereais é muito baixo, não chega aos 23% (menos de metade dos 50% no início da década de 90), embora com diferentes graus para as várias espécies (cerca de 35% no milho, 5% no trigo, 20% na cevada e 80% no arroz). Já Domingos Godinho, quadro técnico na CONFAGRI, refere que, e de acordo com os dados do IFAP, foram cultivados em Portugal, em 2022, 58 397 hectares (ha) de milho silagem e 30 436 ha de milho grão, totalizando 88 833 ha. “O milho representa cerca de 36 % da área cultivada com cereais no continente português”, constata, acrescentando que a principal região produtora de milho em Portugal é a região Norte, com 33 052 ha, representando mais de 37% da área cultivada commilho no continente português. Firmino Cordeiro, por seu lado, citando dados de 2021 da ANPROMIS, aponta que o “milho constitui, no nosso contexto agrícola, a mais importante cultura arvense e é, destacadamente, a quemais explorações agrícolas envolve, estimando-se o seu número emmais de 75 mil unidades produtivas e ocupando cerca de 150 mil hectares de área cultivada, de Norte a Sul do país”. Quanto ao seu potencial, a opinião do representante da AJAP é clara: é, sem dúvida, no momento atual, a mais “nacional” das culturas arvenses. Quer associada à produção de silagem, quer à produção de grão, a cultura do milho afirma-se hoje como um dos casos demonstrativos das potencialidades produtivas da agricultura portuguesa de regadio, gerando, a montante e a jusante, importantes contributos para a vitalidade das economias regionais e nacional. A cultura domilho aparece, emPortugal, intimamente ligada ao regadio, aproveitando as potencialidades edafo-climáticas que o posicionamento geográfico proporciona, mas também porque esta localização torna a rega um contributo imprescindível ao desenvolvimento vegetativo da cultura. Na avaliação do peso do milho há ainda, aponta Jorge Durão Neves, presidente da ANPROMIS, que relacionar o seu peso no consumo de matérias- -primas, nomeadamente commodities agrícolas em Portugal. Com o milho a representar cerca de 1,5 milhões de toneladas ao consumo anual. “É a produção portuguesa que, de acordo com as estatísticas, representa cerca de 1/4 do que é o nosso consumo”. O que isto significa? Que “no resto do ano somos totalmente dependentes do exterior”. EVOLUÇÃO INCONSISTENTE Os números da produção demilho não apresentam uma evolução positiva ou negativa, mas sim inconsistente. Quer isto dizer que há subidas e descidas. Como aponta o técnico da CONFAGRI, de acordo com o INE, a produção de milho grão em Portugal registou em
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