BA11 - Agriterra

ENTREVISTA 51 Acredita que a expansão deste novo modelo de produção, baseado nos dados e na tecnologia, depende, em grande medida, dos esforços efetuados pelas empresas fabricantes de fatores de produção que fazem parte do ecossistema agrícola? Os fabricantes têm uma grande responsabilidade não só de pôr à disposição dos agricultores ferramentas de otimização, mas também de os ajudar a adotá-las. A adoção de tecnologia e ferramentas digitais representa um desafio para os agricultores. Habitualmente, sentem desconfiança no momento de implementar ferramentas digitais no seu dia a dia e este ceticismo é lógico, tendo em conta todos os fatores imprevisíveis e incontroláveis que os afetam. É por isso que as soluções que desenvolvemos, baseadas em dados, devem ter em conta o contexto: conhecimento sobre o rendimento das culturas, as melhores práticas agronómicas, flutuações no mercado... A combinação dos dados com a interpretação do que realmente acontece no campo faz com que possamos proporcionar aos agricultores conhecimento para tomarem decisões rigorosas e eficazes, nas quais confiem, ao longo da campanha. Como é que a Yara pode contribuir para o desenvolvimento e aplicação de tecnologia entre os agricultores? Desenvolvemos tecnologia para que seja utilizada, razão pela qual, na Yara dedicamos muito esforço a criar soluções adaptadas ao utilizador e que os incentive a utilizá-las, tratando de não os afastar ainda mais da tecnologia. Criamos ferramentas acessíveis e com esta premissa ajudamos a democratizar a utilização de soluções de agricultura digital, fazendo com que qualquer agricultor possa beneficiar disso, independentemente da dimensão da sua exploração. Esta acessibilidade também propicia a otimização dos seus fluxos de trabalho, a redução de custos, melhoria da colheita... Mediante uma experiência personalizada com recomendações feitas à medida. Desenvolver ferramentas que os agricultores utilizem no seu dia a dia exige que se dedique muito esforço a ouvi- -los. Recolher a opinião dos mesmos, compreendê-la e implementar alterações adaptadas a essas situações e problemas que nos transmitem é o que, em última análise, faz com que as soluções digitais se tornem numa parte essencial do seu dia a dia. Que tipo de aplicações a empresa disponibiliza para aproveitar a informação e os dados gerados no terreno? O que é a ferramenta Atfarm, da Yara, e o que permite fazer? Acabámos de lançar, no mercado espanhol, grande parte das funcionalidades que fazem parte da nossa proposta de valor com a Atfarm, que nasceu com a vocação de ajudar os agricultores nos seus grandes desafios e preocupações diárias. A Atfarm proporciona soluções para esses grandes desafios e podemos resumir as suas funções em 4 categorias: • Planificação: para os ajudar a planificar, de forma antecipada, e a preparar o respetivo plano de nutrição com recomendações totalmente adaptadas às necessidades dos seus campos, que têm em conta, inclusivamente, a análise do solo. • Ajustar: de forma a que possam adaptar esses planos às necessidades reais das culturas durante a campanha. Graças às nossas funcionalidades de fotoanálise, N-tester e N-uptake, asseguramos que a aplicação de azoto é eficiente e ajustada às necessidades reais. • Aplicar: A forma mais direta de ajudar os agricultores com os seus objetivos de sustentabilidade é ajudá-los a utilizar os recursos da forma mais eficiente possível. Com a Atfarm, os agricultores são capazes de criar mapas de aplicação variável para conseguir culturas mais homogéneas, melhorar a qualidade das colheitas por cada quilo de azoto e evitar a aplicação excessiva de azoto. • Controlar: A tecnologia de satélite permite aos utilizadores da Atfarm observar e monitorizar o estado das suas culturas e o desenvolvimento da biomassa, a partir de qualquer local, em poucos segundos. Além disso, as recomendações meteorológicas ajudam os utilizadores a planificar as tarefas de fertilização e pulverização com base nos momentos ideais do dia, em função de todas as variáveis climatéricas. Contamos com tecnologia única no mercado, em particular o nosso índice N-sensor, que mostra o desenvolvimento, inclusivamente em fases muito avançadas de crescimento. Neste sentido, em que fases concretas da campanha considera que a digitalização pode fazer a maior diferença em relação à não utilização da tecnologia? A Atfarm ajuda a que cada uma dessas etapas seja mais eficiente. Como vimos, as diferentes funcionalidades da Atfarmacompanhamo agricultor durante toda a campanha, com planos de nutrição personalizados, recomendações concretas sobre quando fertilizar, pulverizar, como o fazer, em que quantidade e que zonas necessitam de maior atenção. Será que já atingimos um ponto de não retorno na agricultura no que diz respeito à dependência da tecnologia e dos sistemas de informação para sermos competitivos num contexto como o atual? Talvez falar de um ponto de não retorno seja um pouco drástico. Mas é certo que, se queremos continuar a melho-

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