45 EVENTO das relações diplomáticas entre Estados Unidos e China, sendo inevitável que o centro de negócios internacional se transfira para o Pacífico, constituindo-se a Europa como um bloco ultraperiférico. Também as novas economias emergentes fortalecemos blocos comerciais da América e da Ásia, com a Indonésia e o México a posicionarem-se dentro das sete economias mais prósperas a nível mundial. Face a este cenário, a internacionalização da fileira foi tema de debate no X Congresso Nacional de Suinicultura com a participação dos maiores exportadores a nível europeu. Knud Buhl, diretor da Danish Crown (Dinamarca), Kiko Abenia, diretor da Vall Companys (Espanha) e Amândio Santos, diretor do ICM Group – Grupo Primor (Portugal), partilharam as suas projeções relativamente ao mercado mundial nos tempos mais próximos. Os três apontaram a necessidade de diversificação de mercados como estratégia de exportação, de modo a evitar a excessiva dependência de mercados marcadamente estatizados e voláteis, como são os asiáticos. Mercados como a China, Japão, Coreia do Sul, Filipinas, Vietname e Tailândia continuarão a assumir um papel de extrema relevância para os exportadores, mas importa encontrar uma segmentação que assegure a maximização de valor dos produtos da fileira da carne de porco. BEM-ESTAR COMO COMPROMISSO DE SUSTENTABILIDADE SOCIAL Em abril de 2020, em plena pandemia, a Comissão Europeia divulgou a sua estratégia “From Farm to Fork”, dentro do Programa Green Deal. No âmbito desta estratégia foram assumidos quatro grandes objetivos a concretizar até 2030: • Reduzir em 50% o uso de pesticidas; • Reduzir o uso de fertilizantes em 20%, garantindo a redução da perda de nutrientes em 50% e, ao mesmo tempo, não comprometer a fertilidade do solo; • Reduzir o uso de antibióticos em 50% para os animais de produção; • Alcançar 25% de terras agrícolas em agricultura biológica. Entre os aspetos que sofrerão revisões legislativas, aquele que maiores adaptações exigirá à pecuária é no âmbito do bem-estar animal. Miguel Angel Higuera, presidente do grupo de trabalho para a sanidade e bem-estar animal no COPA-COGECA, apresentou os desenvolvimentos que estão a ser levados a cabo na Comissão Europeia com vista à apresentação de legislaçãono segundo semestrede 2023. A iniciativa cidadã “End the Cage Age”, promovida por organizações financiadas por interesses norte-americanos que visamo estrangulamento da produção europeia comvista àmaior competitividade emmercados externos, recolheu mais de 1,3 milhões de assinaturas para que o Parlamento Europeu colocasse o tema do bem-estar animal dos animais de produção na ordem do dia. Foi constituído um grupo de estudo coordenado pela EFSA que irá comunicar as suas conclusões no segundo semestre de 2023, esperando-se que, no que respeita aos suínos, haja novidades no âmbito do uso de jaulas, do espaço disponível por animal, das práticas de mutilações (corte de caudas, dentes
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