BA10 - Agriterra

59 AGRICULTURA BIOLÓGICA FONTES: FiBL, EUROSTAT, IFOAMOrganics Europe, DGADR, GPP, Observatório Nacional da Produção Biológica, Nicolas Lampkin and Katrin Padel Organic Policy Consultancy, Comissão Europeia. Gráfico 4. Tendência de crescimento linear da superfície agrícola útil emmodo de produção biológico na União Europeia (Fonte: Nicolas Lampkin and Katrin Padel Organic Policy Consultancy). O enquadramento desfavorável ao investimento privado e a redução da procura interna e do poder de compra dos consumidores, como consequência da recessão económica (considerando o facto de os produtos biológicos registarem preços mais elevados, quando comparados com produtos convencionais), foram algumas das preocupações levantadas. Outro dos pontos considerado crítico foi a falta de conhecimento técnico, nomeadamente a falta de qualificação de técnicos e produtores, de oferta formativa e de estruturas e trabalhos de investigação científica nesta área. Gráfico 5. Evolução da área (ha) de culturas emmodo produção biológico em Portugal (Fonte: DGADR/GPP). 4 Quanto ao caso português, as projeções são mais animadoras, mas mais uma vez abaixo dos 12% estipulados na ENAB. Gráfico 4. Tendência de crescimento linear da superfície agrícola útil em modo de produção biológico na União Europeia (Fonte: Nicolas Lampkin and Katrin Padel Organic Policy Consultancy) Se a área em modo produção biológico continuasse a crescer ao ritmo registado entre 2016 e 2020, Portugal ficaria aquém da meta estipulada, ficando 2% de superfície agrícola útil por converter, relativamente à proposta da ENAB. Olhando mais uma vez para a taxa de crescimento de algumas culturas, as que teriam mais peso nesta projeção, seriam algumas frutícolas, culturas forrageiras e hortícolas. Por outro lado, algumas culturas registaram taxas de crescimento negativas neste período, o que leva a influenciar o cenário traçado de forma negativa, como é o caso dos cereais e das oleaginosas. Os dados dizem-nos que o setor biológico, tanto em Portugal, como na UE, ainda é muito desequilibrado, havendo culturas substancialmente mais preponderantes a converter-se a este modo de produção do que outras. Como já mencionado, a ENAB compromete-se a triplicar a área de culturas vegetais em modo de produção biológico destinadas a consumo. Esse objetivo não tem sido transversalmente linear nas culturas abrangidas. 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 2020 2030 Tendência de crescimento linear da SAU em MPB na União Europeia Por último, a falta de estruturas de concentração de oferta adequadas à agricultura biológica, e a insuficiente organização da produção, foi algo que, segundo a análise, também influencia negativamente o desenvolvimento do setor. Enquanto a nível nacional “cortar a meta” da ENAB pode ser visto como um futuro próximo, a nível Europeu atingir os objetivos da Estratégia do Prado ao Prato ainda é uma realidade distante. É necessário mais investimento, mais incentivos, mais conhecimento, mais estruturas de apoio e mais equilíbrios. De qualquermodo, emambos os casos, é preciso mais ação e acelerar o ritmo, ou então corre-se o risco de não se chegar a tempo. Se nada de radicalmente diferente for feito é isso que acontecerá. n Gráfico 5. Evolução da área (ha) de culturas em modo produção biológico em Portugal (Fonte: DGADR/GPP) Portugal foi mais ponderando no delinear da ENAB do que a UE na Estratégia do Prado ao Prato. No entanto, em ambos os cenários, os dados permitem-nos afirmar que se a agricultura biológica continuar a crescer ao me mo ritmo que cresceu os últimos anos, não atingirá as m ta p postas. Em ambas as estratégias foram, e são reconhecidos, por parte de inúmeras entidades, um conjunto de fatores críticos a desenvolvimento do setor biológico. Um dos principais pontos considerados críticos foi a falta de investimento público. A UE investiu cerca de 2 il milhões de euros, em 2018, no desenvolvimento da agricultura biológica. O IFOAM Organics International afirmou ser necessário um investimento de 9 a 15 mil milhões de euros ao ano para atingir as metas estipuladas. A análise SWOT, desenvolvida no âmbito da ENAB em 2017, identificou de forma clara os principais pontos fracos e ameaças ao desenvolvimento da agricultura biológica, em Portugal. O enquadramento 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 Frutícolas Cereais Leguminosas e Proteaginos s Frutos Secos Hortícolas Evolução da Área de Cultur s em MPB em P rtugal 2017 2019

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