BA10 - Agriterra

58 AGRICULTURA BIOLÓGICA destacavam-se o olival, as culturas forrageiras, os cereais, as frutícolas, as hortícolas e a vinha. Quando comparadas com a área das mesmas culturas produzidas em modo convencional, as que apresentam percentagens mais altas são as pastagens permanentes (9%), algumas culturas frutícolas, como os frutos secos (8%), as hortícolas (7%), as culturas forrageiras (7%), o olival (6%) e as leguminosas (6%). FUTURO DA AGRICULTURA BIOLÓGICA O estudo Environmental impacts of achieving the EU’s 25% organic land by 2030 target: a preliminary assessment, realizado em 2022 pela Nicolas Lampkin and Katrin Padel Organic Policy Consultancy, projetou o futuro da agricultura biológica tendo por base uma extrapolação linear do crescimento registado entre 2016 e 2020. Segundo o estudo, caso a superfície agrícola útil da UE em modo de produção biológico mantiver uma taxa de crescimento média semelhante à dos últimos anos, em 2030 estará longe de atingir as metas estabelecidas na Estratégia do Prado ao Prato. Segundo esta projeção, a agricultura biológica representará apenas 14% da superfície agrícola útil europeia em 2030, ficando 11% por converter para atingir os 25% estipulados na Estratégia do Prado ao Prato. A taxa de crescimento de algumas culturas, no período entre 2016 e 2020, permitem perceber quais teriam mais peso nesta projeção. Destas, destacam-se as leguminosas, as hortícolas, as culturas forrageiras, as pastagens e algumas frutícolas. Quanto ao caso português, as projeções são mais animadoras, mas mais uma vez abaixo dos 12% estipulados na ENAB. Se a área emmodo produção biológico continuasse a crescer ao ritmo registado entre 2016 e 2020, Portugal ficaria aquém da meta estipulada, ficando 2% de superfície agrícola útil por converter, relativamente à proposta da ENAB. Olhando mais uma vez para a taxa de crescimento de algumas culturas, as que teriammais peso nesta projeção seriam algumas frutícolas, culturas forrageiras e hortícolas. Por outro lado, algumas culturas registaram taxas de crescimento negativas neste período, o que leva a influenciar o cenário traçado de forma negativa, como é o caso dos cereais e das oleaginosas. Os dados dizem-nos que o setor biológico, tanto em Portugal, como na UE, ainda é muito desequilibrado, havendo culturas substancialmente mais preponderantes a converter- -se a este modo de produção do que outras. Como já mencionado, a ENAB compromete-se a triplicar a área de culturas vegetais em modo de produção biológico destinadas a consumo. Esse objetivo não tem sido transversalmente linear nas culturas abrangidas. METAS EM RISCO Portugal foi mais ponderando no delinear da ENAB do que a UE na Estratégia do Prado ao Prato. No entanto, em ambos os cenários, os dados permitem-nos afirmar que se a agricultura biológica continuar a crescer ao mesmo ritmo que cresceu nos últimos anos, não atingirá as metas propostas. Em ambas as estratégias foram, e são reconhecidos, por parte de inúmeras entidades, um conjunto de fatores críticos ao desenvolvimento do setor biológico. Um dos principais pontos considerados críticos foi a falta de investimento público. A UE investiu cerca de 2 mil milhões de euros, em 2018, no desenvolvimento da agricultura biológica. O IFOAM Organics International afirmou ser necessário um investimento de 9 a 15 mil milhões de euros ao ano para atingir as metas estipuladas. A análise SWOT, desenvolvida no âmbito da ENAB em 2017, identificou de forma clara os principais pontos fracos e ameaças ao desenvolvimento da agricultura biológica em Portugal. Gráfico 3. Tendência de crescimento linear da superfície agrícola útil emmodo de produção biológico na União Europeia (Fonte: Nicolas Lampkin and Katrin Padel Organic Policy Consultancy). No no de 2020, em Portugal, cerca de 62% da sup rfície agrícola útil emmodo de produção biológico era ocupada por pastagens permanentes. Quanto às principais culturas, em área, destacavam-se o olival, as culturas forrageiras, os cereais, as frutícolas, as hortícolas e a vinha. Quando comparadas com a área das mesmas culturas produzidas em modo convencional, as que apresentam percentagens mais ltas são: as pastagens permanentes (9%), algumas culturas frutícola , como os frutos secos (8%), as hortícolas (7%), as culturas forrageiras (7%), o olival (6%) e as leguminosas (6%). O estudo Environmental impacts of achieving the EU’s 25% organic land by 2030 target: a preliminary assessment, realizado em 2022, pela Nicolas Lampkin and Katrin Padel Organic Policy Consultancy, projetou o futuro da agricultura biológica tendo por base uma extrapolação linear do crescimento registado entre 2016 e 2020. Segundo o estudo, caso a superfície agrícola útil da UE emmodo de produção biológico mantiver uma taxa de rescim nto éd a semelhante à do últimos anos, em 2030 estará longe de atingir as metas estabelecidas na Estratégia do Prado ao Prato. Gráfico 3. Tendência de crescimento linear da superfície agrícola útil em modo de produção biológico na União Europeia (Fonte: Nicolas Lampkin and Katrin Padel Organic Policy Consultancy) Segundo esta projeção, a agricultura biológica representará apenas 14% da superfície agrícola útil 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 2020 2030 Tendência de crescimento linear da SAU em MPB na União Europeia

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