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17 XIV CONGRESSO NACIONAL DO MILHO Como nos podemos adaptar à crise energética? Qual o futuro da produção de milho em Portugal? E qual a produção demilho no âmbito do novo PEPAC? Estes foram apenas alguns dos temas que estiveram em debate nos dias 15 e 16 de fevereiro durante o XIV Congresso Nacional do Milho, evento organizado pela ANPROMIS – Associação Nacional de Produtores de Milho e Sogro, que decorreu no CNEMA, em Santarém. Cerca de 900 participantes responderam ao convite da ANPROMIS para debater várias temáticas relacionadas com o milho, que tem sido, ao longo dos últimos anos, a cultura arvense mais representativa da agricultura nacional de regadio. ALARMISMO CLIMÁTICO? O painel dedicado à crise energética, que contou coma intervenção deMaria João Coelho, BCSD Portugal, e com as participações de João Coimbra, diretor da ANPROMIS e Luís Mira Amaral, presidente dos Conselhos da Indústria e Energia da CIP, suscitou o interesse dos participantes devido às opiniões divergentes sobre o tema. Maria João Coelho começou por revelar dados do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de 2022, segundo o qual nunca houve tantas emissões de gases de efeito de estufa, e abordou algumas tendências na cadeia de fornecimento, nomeadamente a sustentabilidade, cadeias de fornecimento locais e mais curtas e transparência e restreabilidade. Coube a Luís Mira Amaral ter uma palavra contrária, ao afirmar que estamos perante um “alarmismo climático”, no sentido de considerar “utópico pensar que sozinhos conseguimos reduzir o valor do CO2 total.” E avançou ainda que “sempre houve alterações climáticas na história da humanidade. As pessoas esquecem-se que o CO2 é fundamental para a fotossíntese, para a vida.” E defendeu a existência de chamadas “tecnologias de armazenamento, que permitem acumular energia quando existe a sua falta”. CRISE ENERGÉTICA: UMA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO Na sua intervenção, João Coimbra, diretor da ANPROMIS, começou por lançar o desafio de falar numa linguagem “bem agrícola: quais são as receitas e custos”. Isto porque, na sua opinião, “as crises são normalmente oportunidades de negócio. Quando vem uma crise há dinheiro a ganhar e é aqui que devemos atuar nesta transição energética. O agricultor não é mais do que um agente energético, um gestor energético. Então, onde há dinheiro a ganhar? O que é preciso é ser eficiente nos processos. Comprar a energia mais barata no mercado e fazer comque o nosso solo transforme a energia de forma mais eficiente”. Antes de perceber qual a energia a utilizar, “devemos perceber como João Coimbra, diretor da ANPROMIS com Luís Mira Amaral, presidente dos Conselhos da Indústria e Energia da CIP.

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